🍷;; Prólogo

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A luz brilhante irritava os frágeis olhos de Haru. Por que seu namorado havia ligado a luz? June já havia se levantado? Ele havia esquecido de desligar de novo? Esses são os únicos pensamentos que rondam a cabeça de Haru. Ele olha ao redor para tentar enxergar algo no quarto de June, porra, esse não é o quarto de June. Seus olhos se arregalam enquanto ele olhava por todo o local, aquele lugar parecia mais uma cela do que realmente um quarto decente.

O garoto tentou se mover pela cama desconfortável pelo qual ele estava deitado, a ansiedade correu pelo seu sangue ao perceber que ele estava acorrentado na cama, seus olhos marejavam quando o pequeno ser vivo não sabia onde ele estava, não sabia quem havia lhe levado para esse lugar e nem porque seu namorado não estava ali com ele, ele estava totalmente atormentado. Onde estava June? Ele não se lembra de nada da noite anterior, June havia feito isso com ele? Não, não, seu namorado nunca faria isso com ele.

Haru começa a puxar as amarras de forma desesperada, ele queria sair daquele lugar, queria fugir dali para o mais longe possível, ele queria voltar para o conforto dos braços de seus amigos, ele queria voltar a ver seu namorado. Ele não poderia ter sido sequestrado assim, ele deve fugir desse lugar. Haru começa a tentar quebrar as correntes grossas que acolchoava seu pulso de forma furiosa, fazendo assim o barulho do metal ressoar toda vez que ele mexia, mas ele não ligava se estava sendo ouvido ou não, ele apenas queria fugir do lugar. Ele para de tentar se soltar quando uma dor aguda em sua cabeça é sentida, sua mente parecia estar sendo coberta por uma leve névoa aos poucos lhe impedindo de pensar e agir da forma que ele deseja, ele não sabe porque está assim, talvez ele tenha sido drogado, mas seu subconsciente sabia a verdade por mais que ele não conseguisse lembrar. Quando Haru percebe que ele está totalmente vulnerável naquele local, o medo duro pondera em sua mente. A respiração de Haru se torna ofegante enquanto inutilmente ele volta a tentar se soltar das grandes correntes. O homem não pode parar de tentar se soltar agora, não, ele precisa sair dali, fugir o mais longe possível, ele não pode ficar naquele lugar para sempre, principalmente por nem ao menos saber onde ele está. Ele tenta pensar mais profundamente em quem poderia fazer isso com ele, mas sua mente está tão nublada que ele não consegue pensar em nada, Haru choraminga pela dor latejante em sua cabeça e como sua garganta estava seca implorando por um gole de algum líquido para aliviar aquela dor, sua língua parecia pesada de mais em sua boca e para compensar o sofrimento do garoto seus dentes doíam como se alguém estivesse tentando arrancar seus pequenos dentes.

Haru resolve tentar por uma última vez, ele vira a cabeça para ver onde a corrente leva, ele franze o cenho quando percebe que a corrente se ligava embaixo do colchão. O garoto pensa que ao invés dele tentar usar a força, ele possa simplesmente tentar tirar a corrente de baixo do colchão. O garoto tenta rolar pela cama para se afastar da parede, tentando não prender a corrente que está de baixo do colchão com seu peso, ele estica seu braço e puxa a corrente pesada, lentamente a corrente começa a sair de baixo do colchão e antes que ele possa perceber a corrente saiu de baixo do colchão. Por mais que seu pulso e seu tornozelo ainda estivesse presos com as algemas ligada na corrente, ele não se importava, era melhor do que ele ficar preso naquele local obscuro e assustador. O menino solta um suspiro aliviado e tenta fazer a mesma coisa com o lado direito onde ele também estava preso e quando ele percebe que conseguiu, ele da um pequeno sorriso, finalmente ele estava livre.

Ele olha ao redor do quarto e sua visão para na porta aberta, aquilo parecia uma armadilha clara, mas ele não ligava, ele se levantou da cama sentindo sua cabeça girar e sua visão ficar embaçada, mas não ligou, ele caminhou com dificuldade por conta da corrente pesada, ouvindo o metal tilintar pelo chão fazendo um barulho alto toda vez que Haru dava um passo. Seu crânio parecia se quebrar através de outra onda de dor, piorando a cada segundo. Por que dói tanto? Alguém bateu nele? Ele vê um banheiro à sua direita e decide dar uma olhada rápida no espelho e avaliar seus supostos ferimentos.

Quando ele olha para o espelho e vê ele mesmo sua respiração é roubada, seus olhos trêmulos focam em sua própria imagem refletida no espelho, ele vê seus olhos em um tom de vermelho vibrante, ele reconhece aquele tom escarlate. Ele sabe o que significa, ele não consegue acreditar que aquilo estava acontecendo com ele.
Seus pensamentos começam a desaparecer junto com sua visão, antes que Haru possa perceber ele está caindo inconsciente contra o chão frio e duro, a última coisa que ele consegue pensar é: "Por que June me transformaria em um vampiro?"

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