Coincidência / Aron Piper ☆ | +18|

This way

9° Capitulo

Uma semana depois na sexta feira – Dia do teste

Thomas já tinha se mudado pro apartamento e eu estava correndo pra não me atrasar para o teste.

- Você vai buscar a Eliza no aero porto, né? – Perguntei pegando minha bolsa e os papeis de texto.

- Vou, meio dia – suspirei – certo, pode deixar. Não se preocupe, agora vai para esse teste e arrasa.

Sai de casa e fui pegar um taxi, queria chegar o mais rápido possível. Desde daquela ultima mensagem que troquei com Aron, eu não falei mais com ele. Nem pra ir buscar meus anéis, estava com medo de bater de frente com ele no teste.

Cheguei no set e logo me encontrei com o diretor e ele me ajudou a passar o texto, eu estava bem nervosa e só conseguia controlar isso com exercícios de respiração com os olhos fechados, eram suspiros longos e com um perfume conhecido...

Abri meus olhos lentamente tentando reconhecer melhor esse perfume, eu me lembrava, mas não queria creditar. Olhei lentamente pro lado e ele estava no final do corredor de costas conversando com dois garotos, um alto bem branco e um com os cabelos enrolados. Fiquei mais nervosa e ai a salvação chegou quando o diretor pediu para eu entrar na sala e trancou a porta.

Os diretores eram só três contando com o que me ajudou, era só eu eles e uma câmera. Então eu respirei fundo, me acalmei e fiz e dei o meu melhor, tudo que eu tinha estudado e ensaiado foi feito e interpretado ali. Terminei meu teste e a cara do diretor era de uma extrema felicidade, mas parecia que ele não podia demonstrar ali, então eu sai da sala e ele disse que me dava a resposta ainda hoje.

Fui andando, até a porta de saída do set e senti alguém vindo atrás de mim.

- Cecília – Meu deus esse perfume, eu gelei e me virei lentamente.

- Arón? – me fiz de sonso SIM.

- Nossa o que você esta fazendo perdida por aqui? – Sorri.

- Vim fazer um teste – Senti meu celular vibrar olhei a mensagem e era do diretor "Parabéns, Você esta dentro".

- Pra elite? – Ele realmente estava confuso, dava pra ver na sua expressão.

- Sim – Eu não sabia mais o que dizer – Quer tomar um café? – Eu realmente não sabia o que estava fazendo.

- Ah, eu tenho que terminar umas coisas que eu vim fazer aqui hoje. Você ainda precisa ir buscar seus anéis – sorriu e eu me derreti toda ali mesmo – quer jantar hoje?

- Pode ser te manda mensagem. – que nervosismo.

- Vai mandar mesmo ou você vai me fazer esperar de novo? – Disse irônico e eu sorri. Peguei meu celular e mandei uma mensagem pra ele.

- Mandei, eu vou. Serio, vai lá – disse e ele sorriu. Pai amado, misericórdia.

- Ta bom, tchau. Ate mais tarde.

- Até, Arón.

Eu fiquei olhando ele sair e entrar em uma grande porta de ferro e fui andando até o metro. Eu não sabia o porquê tinha o ignorado essa semana toda. Eu tive tempo sim pra mandar mensagem, mas tinha alguma coisa que me bloqueava. Pensei em vários motivos e sim eu sentia que tinha traído Helo, eu tenho certeza que ela iria querer que eu seguisse minha vida mesmo se ela estivesse viva, mesmo longe, mas viva. Mas eu sentia que era errado.

Eu sai correndo do Brasil, com medo da despedida, eu não queria me despedir, não queria me despedir do seu corpo, nem da sua alma e nem de tudo que a gente tinha vivido. Não queria concretizar o que tinha acontecido com um funeral. Foram anos intensos, poucas brigas, anos de uma amizade que me tirou do chão, meses de um relacionamento conturbado, mas que me fez muito feliz. E eu estava sentada naquele banco do metro chorando e me lembrando de tudo o que tinha acontecido.