Capítulo VI: Principado

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(cap: 3776 palavras)

Assim que desperta liga para o irmão Eduardo. Não falava com ele desde que fora preso por agredir Edvaldo, em outra vida.

- Fala Alê, faz tempo que você não me liga. Fiquei sabendo que você tá rico, vai me pagar um japonês?

- Melhor que isso, vou te contratar para ficar à frente de um negócio que eu estou viabilizando. Salário fixo e dos bons. Dedicação exclusiva.

- Jesus amado, vamos conversar. Me encontra no Yahoo.

Ele chegou um pouco depois no restaurante japonês. Não se abraçaram, havia levantado uma barreira entre eles.

- Pedi algo para você, eu já jantei.

- Nossa Alex, você realmente está rico, está até mais bonito. Como que a Sara falava mesmo, o famoso ryca vírus, mas tá pálido! Tá trabalhando muito? Aliás, o que você está fazendo da vida?

- Na verdade eu estou trocando o dia pela noite, nem sei o que é sol mais direito. E eu estou trabalhando para um grupo de investidores, o salário é bom, mas não é muito fácil. - Disse com um tom comedido, apesar de vê-lo como aliado não era a mesma coisa. Continuou:

- O ponto é que quero contratar você para cuidar de algumas coisas para mim, vou abrir uma empresa que vai captar recursos para ONGs, veja bem, não é uma ONG, mas é algo próximo a isso. Vou garantir que mais dinheiro chegue a quem realmente precisa, mas não serei desonesto com você e direi que é um negócio totalmente limpo. Vai ser usado para lavagem de dinheiro também, mas nada de drogas ou corrupção, dinheiro basicamente de sonegação de impostos. Quero saber se está disposto a entrar ou não?

- Nossa! O que nossos pais pensariam? Meio esquisito isso, Alê. Como advogado e amigo eu aconselho a não fazer parte disso. Mas também sei que nãos e arrisca atoa, então preciso de mais informações desse processo, algo mais específico da área do direito.

- Dessa parte eu entendo pouco, por isso decidi falar com você. Eu sei que é a margem da lei. Mas eu vou fazer com ou sem a sua ajuda, só peço que não conte nada aos velhos.

- Pode deixar. - Disse ele o encarando. - Você está esquisito, tá doente? Parece tão paradão.

Lembrou de respirar e continuou ignorando:

- Você sabe que poucas pessoas são mais corretas do que eu, se eu achasse que fosse perigoso ou que faria mal a alguém eu jamais me envolveria nisso.

- Está bem, quem eu posso procurar para entender melhor?

- Ninguém, você vai responder diretamente a mim. Eu tenho total autonomia desse assunto, eu sou o dono do que vai ser feito, preciso de você para tomar a frente, pois eu vou ficar nos bastidores. Você vai ganhar quinze mil por mês a princípio.

- Santo Deus! Tô dentro, pode deixar. Existe algum escritório ou algo assim?

- Tudo vai ser providenciado, vou te manter informado de tudo o que for acontecendo, só peço que em troca que sempre que houver uma dúvida, seja comercial ou na sua consciência, me procure para conversarmos. E se vir algo que não concorde, também me avise. Eu não vou compactuar com nada que cause danos a quem queremos ajudar. – Falou com seu tom mais honesto, próximo daquele que usava quando vivo.

- Agora que superamos a parte difícil, qual vai ser o nome que usaremos? - Alex pergunta com um sorriso divertido.

- Ainda não tem nome? Mas antes do nome, de onde vem o dinheiro? De bolsas de apoio? Patrocínio de empresas? Governo? Ia falar Patinhas Carentes, meu humor está terrível hoje.

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⏰ Última atualização: May 02, 2020 ⏰

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