Eu finalmente havia encontrado um apartamento que atendia a todas as minhas exigências mentais.
Ele havia sido construído há cerca de um ano, ainda não possuía tantos moradores e ficava relativamente perto da delegacia onde eu trabalhava.
Izzy e Alec, meus irmãos, haviam passado a tarde me ajudando a carregar tudo para o novo lugar, subindo e descendo andares incontáveis vezes.
Perdi a conta de quantas vezes Alec disse que eu deveria ter escolhido um andar mais baixo, ao passo que Izzy estava radiante.
Eu só não sabia dizer se era pelo meu novo apartamento, ou pelo homem - incrivelmente fora dos padrões que eu esperava para ela - que estava na portaria.Numa das idas, eu estava com uma pilha de 5 caixas, quase perdendo o equilíbrio, até que um homem entra no elevador antes que ele se fechasse, e pega as duas caixas de cima da pilha.
- Opa, amigo, vai com calma aí - ele disse - Deixa que eu te ajudo com isso. Você é novo aqui?
- Sim, sou Jace. Eu apertaria sua mão se não estivessem ocupadas.
- Jonathan.
Ele tinha praticamente a minha altura, pele alva e cabelos negros em contraste. Sua presença era desconfortante.
Já no meu andar, ele coloca as duas caixas na porta.
- Seja bem vindo, Jace.
- Obrigada pela ajuda - digo, enquanto ele desaparece no elevador.
***
Já era noite, eu tinha arrumado a maior parte das minhas coisas. Antes de sair, Izzy disse ter feito algo para eu comer, mas eu desconfiava que, se comesse, morreria.
Fiquei alguns minutos na varanda, observando as luzes da cidade. Isso sempre me deixava nostálgico. Eu sempre pensava se um dia poderia fazer parte de algo que fizesse sentido. Pensava se podia pertencer a algum lugar.
Estava prestes a sentar no sofá quando ouvi um barulho de vidro se quebrando, no apartamento logo acima do meu, como se algo tivesse sido arremessado contra a parede.
De início, pensei que estivesse imaginando coisas, mas o barulho não demorou a se repetir, então eu ouvi a voz de uma garota, e ela parecia estar chorando.
Preocupado demais para fazer qualquer outra coisa, peguei o elevador até o andar de cima, andei pelo corredor e respirei fundo antes de tocar a campainha.
A porta se abriu revelando uma chamativa cabeleira ruiva.
- Boa noite, eu sou Jace. Acabei de mudar para o andar de baixo. Eu ouvi alguns barulhos estranhos e pensei em vir checar se estava tudo bem.
- Acho que seus ouvidos estão pregando peças em você - ela disse. Seu moletom estava fechado até o queixo - Obrigada por se importar, senhor, é gentil da sua parte, mas eu tenho que entrar. Gostaria de falar sobre o barulho, mas não ouvi nada. Deve ter sido o vento.
Antes que eu pudesse responder, a porta se fechou, mas eu ainda não conseguia sair do lugar.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Must have been the wind | Clace
Fanfiction- Eu juro que vamos dar um jeito nisso. - ele dizia, estudando seus olhos suplicantes, desejando conseguir encontrar palavras que fossem dignas de acalmar a turbulência que emanava dela - Juro por nós. - Por nós? - ela pergunta, sem se dar o trabalh...