YOUNG BLOOD | Timothée Chalamet

CAPÍTULO 2 - A VERDADE DÓI

Acordo me sentindo pesada, os acontecimentos dos dois últimos dias foram de certa forma demais para mim, ainda estou tentando me adaptar a ideia de que não sei o que esperar da minha vida daqui para frente, não é como se tudo estivesse perdido, o que me deixa mais nervosa é que as coisas não estão saindo como eu planejei, perder o controle da minha vida é o que me deixa com medo. Eu estava muito surpresa com esse divórcio repentino, o fato é que tem coisas que simplesmente não se encaixam por aqui e agora com mais calma é que vou ligando os pontos...olhando a situação desde o início parece que estamos fugindo de NY, e ainda me lembro vagamente da minha mãe discutindo com o meu pai ao telefone, seu rosto preocupado e a sua insistência de que eu esqueça a possibilidade de voltarmos para lá. Para mim isso não parece como se eles realmente já tivessem decidido a um tempo se divorciar...tem algo que minha mãe não quer me contar, e já que estou envolvida tenho o direito de saber, e o fato de não poder entrar em contato com meu pai parece ser a confirmação de que as coisas são piores do que eu imaginava, mas decido perguntar mais tarde, seja lá o que quer que tenha acontecido pode esperar pelo café da manhã e pela minha visita a casa dos Parkers. 

Me levanto da cama e arrumo a mesma, a última vez que tive que arrumar a minha própria bagunça foi quando tinha 9 anos, desde que nós chegamos em Nova Iorque sempre tivemos empregados, e a maioria permaneceu até 3 anos atrás, depois disso a equipe diminuiu mas ainda sim davam conta de manter a casa sempre limpa. Eu particularmente preso muito a organização, eu penso que herdei isso da senhora Olivia - vulgo minha mãe, e das muitas coisas que tenho em comum com ela eu acho que o bom gosto, a vontade de ter tudo sobre controle e a confiança, é o que mais se destacam. Vou até meu armário e retiro de lá uma calça jeans skinny de cintura alta e um cropped  de mangas curtas branco. Antes de sair do quarto decido abrir a janela, e assim que o faço vejo que a janela do Theo já estava aberta, a porta do seu quarto consigo ver que está fechada, recuo e olho para o pequeno relógio na parede do meu quarto: é exatamente 07h00, não acredito que acordei tão cedo em pleno domingo. Não perco mais o meu tempo e finalmente saio para tomar banho. Noto que a casa esta silenciosa, e até pensaria que a minha mãe saiu se não fosse pelo cheiro do café, ovos e bacon que vem do andar debaixo. Assim que termino o banho, faço minhas higienes e me troco, prendo meu cabelo em um rabo de cavalo e finalmente desço.

Na cozinha me sento na cadeira da pequena mesa com 6 lugares, minha mãe está de costas para o fogão que está desligado e a mesa já está posta, os ovos e o bacon já estão aqui prontos e começo a me servir. Ela não parece ter notado ainda a minha presença, parece perdida em seus pensamentos, por isso pigarreio e ela se vira imediatamente para mim.

- Lena, bom dia. - ela diz claramente um pouco surpresa - me desculpa, eu estava distraída e não vi que você já estava ai. - ela fala e me da um de seus raros sorrisos.

- Bom dia, não tem problema...você parece mesmo muito distraída, seus pensamentos tem um nome? - pergunto olhando para ela e erguendo a sobrancelha, ela finalmente se senta e se serve de uma xícara quente de café, o sorriso em seu rosto desaparece como se nunca tivesse estado ali.

- Não...eu só estava pensando se você vai ficar bem sozinha hoje, e nos próximos dias, você sabe...enquanto eu estiver no turno da noite no hospital. - ela fala cautelosamente esperando uma reação minha, as nossas conversas costumam ser um impasse onde nós duas sempre estamos na defensiva, prontas para ver quem tem mais poder para vencer uma possível discussão. Ela parece ter receio de que nossa trégua tenha chegado ao fim, e que eu tenha mudado de ideia e decida fugir durante a noite. Ela continua me olhando, como se estivesse avaliando se estou prestes a explodir ou se vou fazer algo que resultará em uma de nós duas gritando e quebrando os pratos. - Eu saio daqui de às oito, para poder pegar o turno das 22h00. Acho que consigo chegar todos os dias por volta das 06h00 ou 07h00, mas se...