Barraca Do Beijo 2

CAPÍTULO 2

Day quer falar com você.- Entrego o telefone e ao meu pai, que atende e conversa com Day, por fim, fala: Claro que busco você no aeroporto, que horas será o voo?
Em duas semanas começa o campeonato de futebol, Day não pode deixar o time por uma distração minha, deixar seu sonho porque a namorada boba bateu o carro.
Pego o telefone da mão do meu pai.
Dayane Lima! - Digo.
Já está boa pelo visto, Carol. - Ele responde rindo.
Você não ouse desistir do seu sonho, do seu campeonato por uma lataria de carro amassada.

Eu me distrai. Eu estou bem. Pessoas para me cuidar e me dar bronca não faltam aqui agora. - Olho meu pai, ao meu lado rindo. Vejo na porta vitão, Thay, e os país de Day com meu irmãozinho mais atrás.

Mas amor, eu não aguento a ideia de você frágil, machucada e eu aqui, sem poder fazer nada. - Diz ela.

Eu sei, eu sei como dói, as últimas semanas foram difíceis pra mim pelo mesmo motivo. Como doi ser sua namorada e não poder ser sua companheira de todos os momentos. Mas eu fiquei aqui porque você pediu, para as provas, lembra? - falo firme.

Aham. - diz ela, já sabendo que venci.
Então, em dois meses vamos nos ver, no feriado. Matamos as saudades sem sacrificar nossos compromissos. - falo, com ar de que achei a solução. - O que acha?

Carol... você consegue ser mandona até nesse tipo de situação... - ela ri.

Conversamos mais um pouco, logo fui para casa e fiquei em repouso.

Mais tarde recebo outra ligação de Day, perguntando como eu estava, estava bem, conversamos algum tempo.
Eu não aguento de saudades Carol. - Diz ela, baixinho no telefone.

Nem eu, meu amor. - suspiro.
É como se fôssemos somente vozes do outro lado do telefone. De que adianta sermos namoradas e eu não posso te proteger? Não posso estar com você? Sentir seu corpo quente grudado no meu? - fala ela com voz rouca.

Fico pensando no que Day disse. Será que não estávamos de fato sendo somente vozes do outro lado ao invés de namoradas? Namoradas precisam ser companheiras, estar juntos em bons e maus momentos. Não posso tirar dela a oportunidade de ter alguém do lado.
Meu coração acelerou, pensei nisso por dias, enfim tomei uma decisão, o feriado estava se aproximando, Day logo chegaria.

- Chego as 17h, Carol, fico 3 dias. Me aproveite. - recebo a mensagem de Day, provavelmente estava embarcando, meu coração doeu.
Contei a Vitão e Thay sobre minha decisão em relação a nosso namoro, eles me apoiaram, como bons amigos, e me deram alguns conselhos.
Ela já estava quase chegando, fui ao aeroporto esperar por ela, precisava falar tudo antes que perdesse a coragem.
Estou ensaiando mentalmente o que vou falar, como vou falar, mas sou surpreendida por grandes mãos tapando meus olhos por trás, um cheiro inconfundível, uma voz inconfundível...
Adivinha quem é? - sussurra no meu ouvido.
Ddaaay? - tremi. Quanto tempo sem sentir este cheiro, este toque...
Me virei rápido, olhando aquele sorriso, meus Deus, por um momento pensei em desistir de tudo, em ficar somente ali, para sempre, admirando minha Day. Dayane Lima era tudo de mais perfeito aos meus olhos.
Carol! - Me abraça forte, me beija como se nunca tivéssemos nos beijado antes. Meu Deus, que saudades.
Ficamos grudados um tempo, eu em seus braços, ali mesmo, no aeroporto. Cheguei a esquecer como me encaixava perfeitamente naqueles braços.
Levei ela até a casa dos Lima. Vitão e Thay me olharam com dúvida, mas pela alegria de Day e minha cara de medo, sabiam que eu não havia falado sobre a decisão ainda.
Não conversou com ela ainda? - Thay fala baixinho.
Ainda não tive coragem. Ela me desmonta, não consigo fazer muita coisa além de admirar seu sorriso e sorrir junto. - digo sorrindo enquanto vejo de longe ela abraçar seus pais.
Vocês se amam, Carol. - fala Thay sorrindo.

Vem Carol! - Diz ela pegando minha mão. - Vamos até a praia! Vamos comer alguma coisa. - ela me puxa após matar um pouco das saudades de todos. Era o momento para eu falar.
Chegamos à praia, sentamos de frente pro mar, eu em seus braços, olhando fixamente as ondas que batiam forte, assim como meu coração naquele momento.