Capítulo 11

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Bem antes do amanhecer, o céu se abriu e surpreendeu Emily e Joel, acordando-os com

uma chuva gelada. O tempo que levou para acharem a lanterna e levar Pegasus até o barracão

foi suficiente para que ficassem ensopados e tremendo de frio. Amontoados no barracão,

ficaram olhando a chuva pesada que caía.

– Pelo menos não tem raios – Emily falou com os dentes batendo.

– Era só o que faltava – Joel concordou e, quando viu quanto ela estava com frio,

aproximou-se mais. – Acho que não devemos continuar aqui em cima. Estamos ensopados e

congelados.

– Mas não quero deixar o Pegasus sozinho.

– Eu também não – Joel respondeu –, mas não vamos poder ajudá-lo se pegarmos

pneumonia.

Emily esticou a mão e fez carinho no pescoço do cavalo alado. Sua pele estava quente e ele

não estava tremendo.

– Você tem razão, estou mesmo congelando. – Emily chegou mais perto de Pegasus. –

Voltaremos logo, Pegs – ela prometeu. Então os dois correram até as escadas e desceram.

Já no apartamento, Emily pegou algumas roupas de seu pai para Joel e depois foi até o seu

quarto se trocar. Quando voltou, achou Joel dormindo no sofá.

Então pegou um cobertor e cobriu seu novo amigo. Depois de um momento de hesitação,

voltou para o quarto e caiu na cama. Pouco tempo depois já estava dormindo.

A chuva continuou no dia seguinte e, apesar de ser o começo do verão, a temperatura caiu, o

que impediu Joel e Emily de passarem o dia todo no terraço com Pegasus. Os dois ficaram um

pouco lá e por vezes iam até a cozinha buscar comida para o garanhão.

– Acabou o açúcar – Emily falou. – E também o xarope, os cereais e o mel.

– Nunca vi um apetite tão grande! – Joel acrescentou. – Esse cavalo não para de comer!

– Não deixe ele ouvir você o chamar de cavalo – Emily disse rindo. – Pegasus odeia!

– É verdade! – Joel riu também. Depois foi até uma das muitas janelas do apartamento. – A

chuva está diminuindo um pouco e estou vendo que umas duas lojinhas do outro lado da rua

estão abertas.

– Mesmo sem energia? – Emily perguntou ao mesmo tempo em que se juntava a ele.

– Parece que sim – Joel respondeu. – Onde é o mercado mais próximo?

– Tem um grande a alguns quarteirões daqui – ela falou. – Normalmente eu e meu pai vamos

lá aos sábados.

– Vou até lá – Joel falou. – Esgotamos as coisas da sua cozinha e o Pegasus precisa de mais

comida, sem falar que seu pai vai perceber que tem um monte de coisas faltando.

– Mas como você vai fazer com as compras? Não tem luz, Joel, e nada de elevador. Se o

mercado estiver aberto, você terá que subir vinte andares carregando sacolas pesadas. Lembra

Pegasus  e o fogo do olimpo Onde histórias criam vida. Descubra agora