Capítulo 25

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Paelen estava em um duto de ventilação pensando no que deveria fazer a seguir. Ele sabia

que era tarde da noite porque houve a troca da guarda do lado de fora de seu quarto e as

atividades no prédio diminuíram.

Ele tinha tempo, pois ninguém apareceria em seu quarto até a manhã seguinte. Aonde ele iria

agora, ver o pai de Emily? Joel? Ou aquele que ele mais temia encontrar, Pegasus? Encarar

Diana foi difícil, mas, no fim, ela podia ser convencida. Com Pegasus seria diferente. Ele não

tinha como escapar do fato de ter roubado as rédeas do garanhão e ter pensado em domá-lo.

Ele sabia e Pegasus também. Será que conseguiria convencê-lo de que tinha mudado e que

queria ajudar? Alguma hora ele teria que encarar o garanhão e aquele era um momento bom

como outro qualquer.

– Me levem até Pegasus – Paelen ordenou.

As asas das sandálias começaram a bater imediatamente e, apesar de ele tentar se preparar

para ser arrastado dolorosamente por um labirinto de dutos através do prédio, a experiência

continuou sendo dura e o machucou.

Pegasus era mantido na parte mais subterrânea da instalação, abaixo do andar onde estava o

Nirad morto. Enquanto as sandálias levavam Paelen pelo sistema de ventilação, ele sentiu o

cheiro do duto que levava ao laboratório onde o monstro havia sido cortado e ficou feliz por

elas não terem parado. As sandálias finalmente começaram a desacelerar e viraram em um

túnel que terminava em uma grade de ventilação. Paelen sentiu o cheiro adocicado do

garanhão.

– Parem – ordenou.

Ele colocou as sandálias de lado e se arrastou até a grade. Quando olhou por ela, Paelen

ficou sem ar com a primeira visão que teve do garanhão.

Pegasus estava irreconhecível. A única coisa remotamente familiar nele eram suas asas, que

ainda eram brancas enquanto o resto do corpo era uma terrível combinação de marrom e preto.

Mas ainda pior do que as cores era o estado dele.

Pegasus estava deitado e imóvel em um monte de palha. Seu peito e a lateral estavam

cobertos por bandagens grossas e suas asas estavam abertas e mantidas em ângulos não

confortáveis. Por um momento Paelen temeu que o grande garanhão estivesse morto. Mas,

enquanto observava, percebeu as laterais dele subirem e descerem em uma respiração fraca.

Depois de abrir a grade, Paelen desceu até o quarto.

– Pegasus? – ele chamou baixinho.

Nada.

Paelen chamou de novo enquanto se aproximava com cuidado da cabeça do animal.

– Por favor, sou eu, Paelen. Vim aqui para ajudá-lo.

Quando se ajoelhou ao lado de Pegasus, ele acordou. Do mesmo jeito que com Diana,

Paelen jamais vira tanta dor e desespero em um olhar. Ele sentiu os olhos marejados enquanto

acariciava a face do garanhão.

Pegasus  e o fogo do olimpo Onde histórias criam vida. Descubra agora