Kingdom of steel

XVII

Os dias foram passando mais rápidos que folhas ao vento e a cada dia a mais a coroação se aproximava, todo o alvoroço que era rotineiro naquele castelo podia ser multiplicado por dois. Fevereiro estava chegando ao fim, o verão já tinha chego para a maioria dos reinos, em Krypton já não havia mais neve mas o clima estava longe de ser vibrante, por hora o frio estava acolhedor.

Kara por outro lado já podia sentir o sol queimar sua pele, aquela era sua época preferida do ano, o vento gélido beijando seu cabelos, o sol brilhando sobre o reino que agora deixava de ser monocromático e aos poucos podia-se ver as vegetações voltarem, as pessoas estavam frequentemente reunidas, felizes. Aquilo aquecia o coração da jovem nobre.

De longe Lena observava a loira apoiada no parapeito da varanda. Seu rosto era sereno como de um pai que olha o filho dormir, nessas horas ela conseguia ver nitidamente a semelhança entre ela e Zor. A rainha parou com suas observações e se aproximou lentamente.- Um beijo por seus pensamentos.

- Esse eu ganho fácil- falou sorrindo sem tirar os olhos do horizonte- Estava pensando quanto tempo ia demorar pra você vir aqui.-finalmente se vira percebendo que Lena já estava do seu lado- Gostou da vista ?

- Sua alteza está muito convencida - disse em repreensão mas ainda assim selou seus lábios em um beijo curto - Como sabia que eu estava aqui?

- Seu perfume te denuncia a quilômetros.

- Falas tal qual um animal atrás de uma presa.

- Não tenho culpa! E por favor, não mude jamais. Eu amo teu cheiro.

- Pare. Assim me deixa sem jeito. Vim te chamar para o ensaio da primeira dança.
O rosto de Kara rapidamente tornou-se rígido e alheio.
- Incrível como isso tudo parece bobagem agora. -Riu fraco olhando novamente o reino- Olha essas pessoas Lena, eles merecem uma vida digna, merecem um bom governante.

- Eu vejo como olha teu reino, tem muito orgulho, muita bondade e o defenderia até sua última gota de sangue. Sei que será uma boa rainha, você já é!

- Calma, sua majestade ainda tem algumas horas antes de eu deixar de ser sua princesa favorita. Não vai aproveitar?

- Se me irritar mais um pouco eu passo o ensaio inteiro pisando no seu pé. Vamos!

Lena empurrou Kara para fora do quarto e logo o clima tenso foi substituído por risadas. As duas seguiram assim até o salão principal, onde os músicos já estavam à espera fora seus amigos que já estavam rindo entre si. Pela primeira vez Kara sentiu suas mãos suadas por algo que envolvesse aquela coroação, não tinha pensado naquela dança depois que começou a namorar Lena.

- Por que eles estão tão animados? - Lena pergunta não entendendo o comportamento da " plateia" que estava ali.

- Ele só estão tentando me tirar do sério.

- Te tirar do sério ?

- EU VÓS ANUNCIO AS NOIVAS MAIS BONITAS DOS 7 REINOS:- era Barry quem iniciava a brincadeira- VOSSA MAJESTADE LENA LUTESSA LUTHOR E VOSSA ALTEZA REAL, EM BREVE RAINHA, KARA MARIE ZOR-EL.

-Oh, agora entendi. - a rainha sorriu forte vendo a face vermelha da loira e resolve retrucar- Devo alerta-los que nem em namoro eu fui pedida oficialmente.

- Lena! - Kara esbravejou indignada

- Desculpe querida, você já foi mais romântica.

- Parece que a princesa entrou em uma fria. - Alex completa.

- Hahaha, continuem brincando depois são deportados e não sabem o porquê.

•~•

Jor caminhava apressado pelo reino, precisava de tudo certo pra que seu plano não tivesse nenhuma falhar sequer. Desde muito novo sabia que Zor não tinha punhos para lidar com o reino, sempre ignorou todos os avisos que ele dava até mesmo quando seu pai era vivo, a constante anulação de voz começou a incomodar Jor e custar muito caro. Infelizmente ele tinha nascido depois e a lei do do primogênito não o deixava assumir o trono mas isso seria resolvido depois que Jor tivesse seu primeiro filho a linhagem do trono seria dele. O homem fez questão de planejar cada detalhe do nascimento de Kal fosse perfeito, alinhado com o ciclo solar era assim com a benção de Rao que os melhores guerreiros nasciam, e mesmo com tudo planejado Kal nasceu depois da filha de Zor.

E por Rao a menina parecia ter sido escolhida por ele pessoalmente. Era excepcional em tudo que se propunha a fazer, mas assim como o pai tinha o defeito de ser cabeça dura, prepotente. Jor não iria esperar mais, aquela coroa seria dele. Depois da batalha contra o Wynch ficou claro que Krypton também tinha um inimigo, não demorou muito para achar Lord que praticamente estava sobrevivendo nas sombras da sociedade mas o homem asqueroso ainda tinha seus tentáculos dentro do castelo e tinha sede por vingança. Com alguns aliados e alguns nobres da corte descontentes com as escolhas de Zor ele tinha o cenário perfeito para atacar.

Jor entra na taberna com os olhos atentos procurando por Maxwell rapidamente o reconhece faz uma careta ao perceber o estado do lugar. Certificou-se de que não tinha ninguém conhecido ou alguém o seguindo foi ao encontro do outro que se encontrava em uma mesma afastada.

- Espero que minha vinda até aqui não tenha sido em vão.

- Acha que eu te chamei pra bater um papo e tomar cerveja? - fala no mesmo tom de desgosto- Eu estou negociando com você depois de conseguir o que eu quero não pretendo olhar na sua cara.

- Nunca esperei o bem de quem não teme o mal. Ainda mais depois do que fez para ficar vivo- olha o homem de cima baixo agora tinha uma fisionomia fraca - pelo menos eu sei que não ira correr atrás de mim, não é mesmo?

- Pode falar o que quiser nesse jogo só os corajosos sobrevivem. Tive que dar minhas pernas ? Sim. Mas estou aqui e vou cuspir na cara daquelas duas putas.

- Você sabe que vai ter um preço grande a pagar, eles sempre querem algo de volta.

- Disso sua família entende bem não é mesmo?

- Cale a boca! - esbravejou batendo a mesa- Diga logo o que tem para mim. Não me faça arrepender por ter feito essa aliança contigo.

- Todos os meus homens. - disse simples como de tivesse apostado em um jogo de cartas.

- Está disposto assim?

- Jor, você não entendeu ainda? Ou eu ganho essa eu estou morto. Não sei se você quer viver como um rato de calabouço mas eu não.

- Finalmente sua cabeça teve alguma função exceto separar as orelhas. - riu alto e levantou a caneca - A nossa vitória!

- A nossa vitória!