Duas Vidas ( PARADO)

Prólogo

                                          

Mal sabe você, como estou desmoronando, mal sabe você.
Que ainda sou assombrada pelas
memórias....

( Little Do you Know - Alex & Sierra)

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Kira Coralix

- Como você se senti - Leila bigarreou tentendo chamar minha atenção para si, mas eu apenas acenei positivamente em sua direção, sem se quer lhe dirigir um olhar.

Eu estava nisso a meses, quando tudo que eu queria era só que a dor parace, parece de consumir minha alma e meu coração, eu apenas desejava que tudo isso não passa-se de um tenebroso pesadelo, do qual eu poderia acordar a qualquer momento a tempo de ver meu pai pergunta se eu estava bem.

Ah meu pai...

Fechei meus olhos apreciando cada uma das três letras que existiam naquela pequena palavra, na esperança de conseguir achar uma solução, uma "luz no fim do tunil", mas tudo o que eu conseguir foi sentir a dor aguda, que chicotiava o meu coração; eu mal podia acreditar que já se faziam seis meses que havia perdido meu pai, parecia tão surreal para mim ainda, era como se a qualquer momento ele fosse entrar pela porta e me pergunta se nós já poderiamos ir, eu ainda podia lembrar do seu cheiro de canela com mel, ou da torta de maçã que ele fazia todo sábado de manhã.

- Kira? - Leila me chama, me trazendo de volta para a realidade, a dura e infeliz realidade.

Olho para ela, temendo desaba a qualquer momento, eu estou tão frágil, tão perdida...

- Você está bem - seu olhar demonstrava uma leve preocupação.

- Sim - minha voz saio mais rouca que o esperado me fazendo suspirar de frustração.

Leila concertou a garganta como para retornar ao assusto, o que me fez protesta mentalmente; eu simplesmente odiava o fato de alguém querer comprienter o que eu sinto, sem nem se quer se importar de verdade.

- Bom - ela começou colocando um sorriso torto nos lábios - Você não me respondeu, como se senti.

- Me sinto como sempre - respondi rapidamente, torceno o nariz loga após vê sua reação.

- Ainda tem dificuldade para durmir? - ela prosseguiu, praticamente ignorando minha resposta.

Apenas acenei confirmando, desde o acidente eu não consegui durmi sem a ajuda de calmantes realmente pesados, pois toda vez que tentava fechar os olhos sem estar medicada, imagens daquele dia me consumiam, me fazendo desejar desaparecer.

- Tudo bem, mas você sabe que precisa lidar com seus medos sem eles, não sabe? - sim, eu sabia, mais simplesmente não consigo.

Não é tão fácil como ela faz parecer, não quando você se questiona se não poderia ter feito alguma coisa para mudar o que aconteceu, para que ele ainda estivesse vivo.

- Leila você se importa, de terminar essa consulta mais cedo - é tudo que eu consigo dizer, ignorando quase que completamente sua pergunta, fugindo como eu fiz durante todo esse tempo.

Ela acente, meio contra gosto, mais não me permito ficar para observar sua expressão, eu apenas peguei minha mochila de couro preto velha e sai da sua sala, a deixando sozinha com minhas últimas palavras, do lado de fora eu avisto um rapaz de cabelo meio bagunçado e semplante cansado se levantar, passando por mim, e entrando na sala, eu o observo entrar imaginando o que o trouxe até aqui, se seus problemas são iguais ou piores que os meus.