Capítulo 1

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Estava mais um lindo dia em Ventura como de costume a cidade já estava acordada em pleno sábado e era como se nada tivesse mudado após Aninha vender a Fábrica de Chocolate para sua irmã mais nova Bruna que a comprou com o dinheiro que ganhou na Loteria, o que a transformou na pessoa mais rica da cidade. Tendo mais dinheiro que sua própria irmã mais velha. Mas Aninha vendeu a fábrica porque já estava exausta de trabalhar, afinal ela ajudava muito seu tio e seus empregados a anos e por isso resolveu vender a fábrica para alguém que tivesse juízo e competência como sua irmã e por isso vendeu para ela. 
Bruna estava satisfeita com a fábrica, conseguiu abrir mais vagas de empregos para os mais necessitados, ajudou pessoas com seu dinheiro e tinha feito mais um colégio para as crianças pobres poderem ter uma educação de qualidade. A menina tinha uma personalidade forte isso ninguém podia negar, mas no fundo tinha um coração bom apesar de tudo o que lhe aconteceu. Sofreu anos sendo apaixonada pelo seu atual cunhado Danilo, mas o mesmo só a despreza e a humilhava o que lhe tornava a cada dia mais fria e durona. Não permitindo nenhum outro rapaz que se aproximasse dela. O coração não batia mais com amor para Danilo e sim por ódio de o mesmo ter escolhido sua irmã e não ela. 
Mas naquele dia, algo estava diferente. Bruna tinha acordado bem cedo e enquanto se espreguiçava na cama, seu também mordomo Epaminondas abria a porta lhe trazendo nas mãos uma bandeja farta de comida para que a menina começasse seu dia muito bem.
- Bom dia senhorita Bruna. - O mordomo diz após colocar a bandeja em cima da cama da patroa.
Bruna o olhou forçando um sorriso e tentou usar palavras gentis.
- Bom dia Epaminondas. - Sorriu meio que de lado e olhou para a bandeja. - Isto tudo é para mim? - Perguntou franzindo as sombrancelhas.
O mordomo enguliu em seco.
- Sim senhorita. - Diz cortês. 
- Não acha que é muita coisa não? - Questiona a patroa.
Epaminondas a olha.
- Claro que não madame, a senhora precisa se alimentar muito bem, para não ficar muito mais magra do que já é. - Diz sorrindo. 
- Tudo bem, dessa vez eu como essas guloseimas, mas peça para Alicia colocar bem menos alimentos nessa bandeja ouviu bem? - Diz pegando a xícara de café e a bebendo devagar.
- Sim, senhora. 
- Ótimo. - Sussurra ainda bebericando o líquido. 
- Ah madame, espero que não tenha esquecido que hoje é o dia do senhor Samuel vir aqui. - Diz diretamente.
Assim que ouviu o nome de Samuel, Bruna cuspiu todo o café em sua roupa.
Epaminondas ficou assustado.
- O que foi que você disse? - Diz piscando seu olho direito em sinal de nervosismo. - Aquele idiota do Samuel vai vir aqui com que permissão? - Pergunta a menina furiosa com sangue nos olhos. 
Epaminondas sente suas pernas tremerem.
- Responda estrupício.
- A-Ah bem a se-senhora o con-convidou ontem pa-para vir to-tomar um c-chá. - Diz guaguejando. 
- Eu? - Questiona confusa. - Bateu a cabeça na parede outra vez, eu nunca convidaria aquele imbecil para tomar chá. - Diz rindo sarcasticamente.
- A senhora não se lembra, o chamou ontem após passearem de carro no campo. - Diz diretamente. 
- Eu passei com aquele grosseiro? Você deve estar me confundindo com outra Bruna Karla Epaminondas. - Diz molhando os lábios seriamente.
- Não estou me confundindo a senhora mesmo me disse com todas as palavras que era para o senhor Samuel vir na sua casa tomar uma xícara de chá consigo mesma. EU ouvi tudo da janela. - Diz meio que com medo da patroa o mandar embora.
- O que? Você tava me espionando pela janela? Você não tem vergonha? - Diz furiosa.
- Calma madame, eu só fiz isso para o seu bem, aquele rapaz poderia agarrar a senhora a qualquer momento. - Diz se defendendo. 
- Ah nesse caso tudo bem. Mas que isso não venha a se repetir. - Diz estendendo a mão para o mordomo que rapidamente foi até ela a segurando para se levantar. 
- Bom, agora eu vou tomar um banho quente, por que eu estou toda suja de café por sua culpa. - Fala apertando a mão do mordomo que gemeu baixo de dor. 
- Tudo bem, se precisar de mais alguma coisa senhorita estarei a sua disposição. - Diz se curvando e soltando a mão da patroa.
- Está bem, leve essa bandeja daqui. Perdi o apetite. - Diz fazendo um gesto com as mãos para que ele levasse a bandeja. 
- Ok madame. - Diz pegando a bandeja e saindo do quarto. 
- Era só o que me faltava eu estar me encontrando com aquele idiota. - Diz tirando suas peças de roupas e entrando na banheira. 
Após alguns minutos tomando banho. Bruna pensou muito no que seu mordomo disse, mas queria acreditar que aquilo fosse um sonho e que iria acordar a qualquer momento. Até se beliscou para ver se estava acordada e teve a comprovação que estava. Não era sonho. Era realidade. Tinha pedido para Samuel ir tomar um chá com ela em sua própria casa. 
Enquanto pensava nisso, sua empregada entrou no banheiro com a cabeça abaixada.
- Senhora. - Diz Lina. 
- O que foi Lina? - Diz revirando os olhos. 
- O senhor Samuel mandou entregar essa carta para a senhora. - Diz entregando a carta para a patroa que a olhou desconfiada.
- Uma carta para mim? Esse Samuel está indo longe demais. - Pensa consigo mesma após pegar a carta. - Tudo bem, obrigada Lina, pode ir. - Diz com os olhos. 
- Ok. - Diz se curvando e saindo do banheiro. 
Após conferir que a empregada saiu, abriu a carta rapidamente. O que estava escrito a surpreendeu e muito;
" Cara Senhorita Bruna, 
Espero que a senhorita não esteja brava comigo por ter me convidado para um chá em sua residência. Afinal foi pedido seu mesmo. 
Essa parte fez Bruna rir sem perceber.
Eu irei a sua casa com muito prazer as 5:00 horas, não me deixe esperando na porta em???
Mil beijos do seu Samuel."
- Esse Samuel tá mesmo muito abusado. - Bruna diz e sem perceber um sorriso escapa de seus lábios. 
Quando saiu da banheira, se enxugou e saiu do banheiro. Colocou um vestido florido de alças, um sapato de salto médio com a mesma estampa que o vestido, seus cabelos soltos e uma maquiagem leve no rosto. 
Saiu do quarto, descendo as escadas e lá encontrou alguém que esperaria que nunca mais fosse encontrar. 
- Então nos encontramos outra vez? - Sebastian diz galante. 
- O que está fazendo aqui? - Pergunta após descer as escadas friamente.
- Ora Bruna, vim lhe visitar e é assim que você me recebe cheia de frieza e angústia. - Diz se aproximando da menina. 
- Não deveria estar aqui. - Seu tom sério fez Sebastian se surpreender. 
- Por que não? A casa não é só da Aninha. Mas sim sua também. - Diz sedutor. 
Bruna revira os olhos. 
- Diz logo o por que está aqui? - Diz virando de costas para o homem que sorriu após ver a menina de costas. Se aproximou dela sem perceber fazendo a menina se assustar. 
- Vim lhe fazer uma proposta? - Diz bem perto do ouvido da moça. 
- Uma proposta vindo de você não deve ser boa coisa. - Diz seca e se afastando do calor que o corpo do homem emanava.
- Ahh que isso Bruna, você me conhece. Eu nunca faria uma proposta a você se ela não fosse boa. - Diz levantando uma sombrancelha. 
- Eu não acredito mais em nada que você queria me propor Sebastian. Agora por favor se retire da minha casa. - Bruna diz ameaçando o homem. 
- Você não quer nem saber pelo menos da proposta? - Questiona cruzando os braços.
- Não, agora vai embora. - Diz por fim apontando para a porta. 
- Está bem, eu vou embora. Mas saiba que é  você que está perdendo.- Diz indo até a porta da casa e saindo. 
- AHHHHHHH. - Grita jogando um vaso de flor na porta cheia de raiva o que assustou todos da casa que vieram na sala ver o que estava acontecendo. 
- O que aconteceu aqui? - Pergunta Danilo confuso sem entender nada. 
Bruna ouviu aquela voz e sentiu seu corpo se estremesser mas resolveu ignorar esse sentimento. Apenas se virou para todos, inclusive para Danilo que estavam assustados com a reação da menina. 
- Nada, não aconteceu nada. - Diz pegando sua bolsa que estava na mesa perto de Danilo e indo em direção da porta. 
Danilo foi até ela e a segurou pelo braço. 
- Você não vai responder a pergunta Bruna? - Questiona o cunhado. 
- Me solta Danilo. Eu não tenho que responder a pergunta nenhuma. Eu já disse que não aconteceu nada. - Diz seriamente se soltando do agarre do cunhado e saindo pela porta indo em direção ao carro. Seu motorista abriu a porta para ela em sinal de gentileza, ela entrou, ele bateu a porta cuidadosamente e já entrou no carro. 
- Para onde vamos senhorita Bruna? - Questiona Lucas com as mãos no volante. 
- Para a fábrica Lucas. - Diz seca. 
Lucas confirma com a cabeça e dirige até a fábrica. 
No caminho encontraram com o senhor que mandou carta para a Bruna que estava a pé e foi em direção do carro, parando ao lado da janela de Bruna. 
- Está sozinha? - Pergunta galante. 
Bruna o olha com raiva. 
" Será que eu devo responder a esse idiota?" - Pensa consigo mesma olhando nos olhos do rapaz. 
Samuel apenas sorria olhando para a dama. 
Bruna resolveu fazer algo que nunca pensou em fazer. Iria ceder uma vez na vida. 
- Estou. - Fala diretamente. 
- Olha como está direta ao ponto hoje. - Diz brincando. - Será que eu poderia ir com a senhorita? 
- Não está pedindo demais não? - Questiona. 
- Não. Estou pedindo o de menos. 
- Ahh, tá quem sabe você distraia a minha cabeça hoje, entra logo antes que eu mude de idéia. - Diz olhando para a paisagem.
O que fez Samuel sorrir e entrar no carro. E juntos partiram para a Fábrica de Chocolates. 

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⏰ Última atualização: Jun 20, 2020 ⏰

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