Pecado é não amar o próximo

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Algumas semanas se passaram, o Lucca saiu da escola, e começaram a rolar alguns boatos de um aluno novo, eu já consegui superar o que aconteceu, eu gostava do Lucca claro, mas não era nada tão especial, a gente estava apenas começando a se conhecer e foi melhor assim, foi melhor ele ter mostrado a cara antes que eu sentisse algo mais, consequentemente o Martin descobriu que eu sou gay e foi mais natural até que com a Abby, eu amo o fato dele ser hétero e ter a cabeça tão aberta pra essas coisas.

Hoje é domingo e meus avós estão me enchendo o saco a dias pra eu ir na igreja com eles e eu não estou nem um pouco a fim, não é que eu não goste de Deus, na verdade eu o amo, mas a igreja faz com que eu me sinta um pecador pronto pra ir pro inferno, o jeito como ela julga como se fosse o próprio Deus me enoja um pouco, o seu intuito deveria ser acolher as pessoas não as excluir, eu duvido que Deus considera pecado o fato de eu ser gay, porque ele sabe que não é culpa minha, eu não decidi essa merda. Mas meus avós sempre foram tudo pra mim, não custa nada fazer isso por eles, mas obviamente eu não iria encarar essa sozinho, então chamo Abby e Martin.

Quando chegamos sentamos no ultimo banco, mas poder se sentar mesmo não seria tão facil, a todo segundo vinha alguém me abraçar e dizer o quanto eu estava crescido, e realmente estava, fazia anos que eu não ia a igreja. No início do culto as pessoas louvam, fazem orações, depois vem a pregação do pastor e o culto acaba, na saída da igreja meus avós vão pegar o carro e eu fico com Martin já que Abby é a mais nova amiguinha do filho do pastor e está conversando com ele, a gente costumava brincar mas depois que eu sai da igreja a gente nunca mais se falou, ele estuda lá no colégio.

Depois que vamos embora meu avô leva Abby e Martin pra casa deles, mas me deixa na minha com minha avó primeiro. Nessa tarde eu tive que fazer os deveres que eu já estou enrolando a muito tempo para fazer, todo dia eu digo " Ah deixa que amanhã eu faço", e esse amanhã chegou (risos).

No outro dia, o despertador me acorda e vou me arrumar, tomo meu café da manhã com meus avós e vou para casa de Abby depois a de Martin e vamos pra escola.
Assim que todos chegam na sala, o diretor entra com uma garota, provavelmente o aluno novo que na verdade era aluna.
Esta é Charlotte, a nova colega de vocês, pode se sentar ali naquela carteira – O diretor aponta pra carteira ao lado da minha – Matteo você deve mostrar a escola para ela.
– Pode deixar Sr. Jones – Ele sai da sala.
Oi prazer, eu sou o Matteo
– Charlotte – Ela diz apertando a minha mão
Então, eu te mostro a escola hoje no final do dia tudo bem? É meio que uma regra da escola – Não era nenhuma regra da escola, mas eu não queria desperdiçar o meu intervalo com isso.
ótimo – Ela diz dando um sorrisinho

Eu gostei dela, é simpática, e muito bonita, tem a pele negra, um cabelo cacheado e um corpo lindo.
A gente conversou muito, ela é muito divertida, no intervalo a apresentei pra Abby e Martin que agiram um pouco estranho, devem estar com vergonha ou sei lá, no final do dia  eu mostro a escola pra ela como prometido enquanto  Abby e Martin me esperam  depois que  me despesso dela, vamos embora
Eai, o que acharam dela, linda não é?
– Sim, realmente – Diz Abby
Quem  sabe você tem um caso com ela Martin (risos)
É, não sei não 
– Ué, por que não?
– Matteo, ela é trans.
Não consigo esconder a minha cara surpresa

O Capitão do time Onde histórias criam vida. Descubra agora