Capítulo IV

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Estamos de castigo, Dongpyo hyung vai ficar um mês sem o carro e eu uma semana sem sair, papai quase desmaia quando Hangyul contou do acidente me deu um longo sermão sobre não aceitar mais caronas do Dongpyo e que tenho sempre que usar o cinto, embora eu estivesse com o mesmo na hora do acidente.

Estou na varanda de casa lendo um livro de romance que comprei na livraria faz a uma semana, fala sobre um casal que se conhece na noite de formatura e depois seguem caminhos diferentes, o livro retrata sempre o mesmo dia a cada ano que passa e como está a vida dos dois, estou lendo 1996 quando Hangyul toma o livro de minhas mãos.

"—Não faça isso, Em.

— O quê?

— O papel de mulher rejeitada.

— Desculpe.

— Eu também não gosto dessa situação."

— Me dá meu livro! — Falo tentando tira-lo de suas mãos, mas é inútil.

— Porque, logo agora que estava ficando interessante.

— Me devolve hyung!

—Tá bom você venceu. — Ele me entrega o livro.

— Mas afinal de contas quem te deu um livro desses?

— Eu mesmo comprei.

— Não sabia que tinha herdado o posto de leitor romântico da família.

— Eu sempre gostei desses livros e ninguém vai tirar esse posto da noona.

— E você tem razão ninguém consegue substitui-la. — Diz com uma expressão melancólica no rosto.

— Desculpa acabei falando sem querer.

— Não tem problema ela é sua irmã antes de ser minha namorada.

— Vocês ainda conversam?

— Às vezes, ela não gosta muito de manter contato comigo sabe.

— Eu sinto muito vocês terem terminado, sempre foram tão lindos juntos.

— E eu sei, mas nem tudo que é lindo dura para sempre.

— Não teria tanta certeza vocês podem tentar de novo quando ela voltar no natal.

— Não e assim que as coisas funcionam na vida real Hyeongjun, às vezes um acabou realmente significa que acabou sabe.

— Ainda tenho esperança que vocês voltem.

— Você já se apaixonou por alguém Hyeongjun? — Essa é uma ótima pergunta, claro que já tive as minhas paixões de adolescência, já sofri muito por não poder vive-las e foi exatamente por isso que escrevi as minhas cartas, todas elas relatam cada uma das minhas paixões, os sentimentos, as frustrações tudo, são cinco no total: a primeira Minkyu, a segunda Minhee do acampamento, a terceira Yohan do baile, a quarta Wonjin da casa na árvore e por último a dele, todas foram escritas no ápice da minha paixão como forma de me livrar de tais sentimentos.

— Não. — Respondo de forma automática, não gosto de mentir, mas não acho que a verdade faria alguma coisa.

— Quando se apaixonar vai perceber que nem sempre aquilo que queremos realmente acontece, e às vezes o sentimento que guardamos não é correspondido. — Diz magoa no olhar, sei muito bem o que ele sente porque já senti essa mesma mágoa quando gostava dele.

***

Faltam dois dias para o fim das férias e eu sinceramente não sei o que vai ser de mim nesse último ano, Dongpyo vem dormir aqui hoje então faço brownies de morango com chocolate e suco de maracujá para nós, Yuqi está me ajudando, quer dizer ela, mas atrapalha do que ajuda, mas não quero decepciona-la, despejo a massa na forma retangular e levo ao forno enquanto a mais nova ataca as tigelas sujas de chocolate.

— Você devia abrir uma lojinha de doces isso está muito bom. — Diz a mesma com o rosto sujo de massa.

— Com uma formiguinha dessas os doces acabariam antes mesmo de vende-los. — Digo pegando levando a louça suja para a pia.

A campainha toca e Yuqi corre pra atende-la, que estranho Dongpyo hyung disse que só chegaria as 18.

— Quem é Yuqi.

— Hangyul oppa. — Vejo o mesmo adentrar a cozinha carregando a mais nova no colo.

—Hum brownies. — Tenta pegar a tigela com o resto da massa.

— Nem pensar e minha. — Diz Yuqi saindo do colo do mais velho e agarrando a tigela.

—Poxa Yuqi achei que podíamos dividir. — Tenta persuadi-la.

— Nem vem eu vi primeiro. — Ela abraça a tigela como se sua vida dependesse disso.

— Parados vocês dois eu ainda vou assar essa massa. — Falo encerrando a discursam e recuperando a tigela de massa.

— Você e tão sem graça oppa.

— Só porque disse isso não vou deixar você raspar a tigela depois.

— Que é isso você sabe que eu te amo. — Faz cara de inocente.

— Sei.

Termino de assar os brownies e espero esfriar para começar a corta-los.

— Sério cortadores de coração quantos anos você tem Hyeongjun?

— São fofos, não tenho culpa se você não tem o meu bom gosto.

— Às vezes você parece uma criança falando. — Diz apertando minhas bochechas.

— Eu não sou criança. — Falo com a voz engraçada por estar com as bochechas pressionadas.

— Tem razão você não é uma criança, é um nenénzinho fofinho.

— Me solta.

— Não.

— Vocês vão ficar fazendo cena ou vão cortar meus brownies. — Somos cortados por Yuqi que traz os cortadores de desenho.

***

— Você tinha que ver a cara do Wooseok quando peguei a boina dele, foi hilária. — Dongpyo conta sobre sua mais recente discursam com o irmão mais velho.

— E ele não falou nada?

— Ele até tentou, mas o papai deu uma bronca nele e disse que tinha que dividir as coisas.

— Não entendo porque vocês discutem tanto o hyung parece tão calmo quando vou na sua casa.

— Calmo uma ova aquele lá tira a minha paciência, e por falar em paciência soube quem acabou de levar um pé na bunda?

— Quem? — Pergunto interessado adoro uma fofoca.

— Kim Minkyu.

— Não acredito, ele e a Kyulkyung estavam tão bem até semana passada.

— Estavam meu amigo, soube que ela o dispensou por um cara de outra escola um tal de Xukun não sei das quantas.

— Ele deve estar bem triste eles namoram a anos. — Digo me sentindo mal pelo mesmo, não é porque ele foi um idiota comigo na última vez que nos vimos que vou desejar algo de ruim a ele.

Meu telefone toca e vejo que é uma mensagem de Hangyul.

Gyul Hyung😊: Pode descer aqui um minuto?

— Dongpyo vou lá embaixo rapidinho, mas já volto.

— Aproveita e traz mais suco.

—Tá. — Falo descendo as escadas Hangyul está na sala, sentado no sofá sozinho.

— Pode falar.

— Eu não consigo Hyeongjun.

— Não consegue o que hyung?

— Eu não consigo esquecer ela. — Diz com a voz carregada, suas lagrimas escorem pelo rosto e consigo sentir meu coração erando uma batida, ele não costuma chorar perto das pessoas.

—Tá tudo bem hyung, eu tó aqui você pode se abrir comigo ouviu. — Abraço o mais velho e afago seus cabelos.

— Eu só queria que as coisas se acertassem sabe, eu não entendo como ela me superou tão rápido.

— Nem sempre as coisas são como nós pensamos talvez ela ainda sinta a sua falta.

— Não ela não sente, você nunca se apaixonou não vai entender a dor de uma rejeição, não entenderia como é sentir o coração batendo por uma pessoa é saber que o coração dela não bate por você. — Ele continua chorando por um tempo até que resolvi ir embora, subo as escadas de volta para meu quarto e encontro Dongpyo adormecido na minha cama, ele fica uma graça quando dorme assim todo desajeitado na cama.

— Você nem esperou o seu suco não é mesmo? — Falo me sentando na escrivaninha perto da cama, olho para a janela do meu quarto e percebo que Hangyul já está em casa, a luz de seu quarto está acessa, mas não vejo sua sombra, mas acho melhor assim.

Hoje foi um dia complicado a conversa que tive com ele mexeu profundamente comigo, lembrar dos seus olhos cheios de lagrimas enchem meu coração de tristeza, mas sei que não é só isso consigo sentir uma parte de mim ainda gosta dele uma parte que me fazer me sentir o pior irmão do mundo o que Eunbi pensaria se soubesse que gosto do seu namorado ela ficaria muito decepcionada.

Com isso em mente resolvo escrever uma segunda carta para Hangyul na esperança de que todos os sentimentos que jurei ter esquecido com a primeira carta sumissem de vez.

"Querido Hangyul, 
Eu sempre gostei de você, se fosse por mim, eu o teria colocado dentro da minha mala e te levado comigo ou, quer saber, eu teria ficado aqui. Eu nunca deixaria você. Nem em um milhão de anos, nem por nada. P.S.: Eu ainda te amo e isso é um grande problema para mim. E é também uma enorme surpresa. Juro que não sabia e nem queria que isso acontecesse. Por todo esse tempo, pensei que tinha superado. Mas não posso tê-lo porque você ama a Eunbi e sempre vai amar. 
Com amor, 
Song Hyeongjun" 

Termino de escrever a carta e só então percebo as lagrimas em meus olhos, dobro o papel e resolvo não o guardar agora então apenas escondo dentro de um livro qualquer da escrivaninha, deito na cama ao lado de Dongpyo e o mesmo se aninha em meus braços me abraçando, retribuo o abraço e só assim consigo dormir, mas continuo pensando no Lee mais velho, como será daqui pra frente olha-lo e tentar conter os sentimentos que jurei ter esquecido a tanto tempo.

Para todos os hyungs que já ameiOnde histórias criam vida. Descubra agora