Capítulo VII

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— Deixa eu ver se entendi você escreveu cartas pra todos os caras que você já gostou e misteriosamente alguém as enviou e agora você disse pro ex-namorado da sua irmã que estamos namorando só pra ele não desconfiar da carta? — Pergunta o Kim confuso.

— Basicamente sim.

— Cara não tinha uma desculpa melhor?

— Eu fiquei nervoso tá legal, e você não precisa se preocupar vou dizer a ele que terminamos e vai ser como se isso nunca tivesse acontecido.

— Quantos caras receberam essas cartas?

— Isso é meio pessoal. — Digo envergonhado.

— Acho que deixou de ser pessoal no momento em que recebi essa carta sabe.

— São cinco no total, a sua, a do Hangyul, o Minhee do acampamento, o Yohan e o Wonjin.

— Carraca Hyeongjun que safado.

— Não enche Minkyu, não era pra essas cartas estarem com vocês, elas são muito particulares.

— Então, porque colocou o endereço?

— Sei lá força do abito, mas eu não pretendia enviar.

— Ok Song vou ajuda-lo na sua mentira. — Diz Minkyu confiante.

— Espera que?

— Isso mesmo que você ouviu, acha mesmo que o Lee vai acreditar na sua mentira se terminarmos assim tão rápido?

— Claro que vai.

— É obvio que não poxa eu sei que sou um idiota às vezes mais eu não seria tão babaca de terminar com você logo agora e te fazer passar uma vergonha dessas.

— Eu não vou passar vergonha alguma, ninguém, mas viu a gente se beijando.

— Isso é o que você pensa, já olhou o jornal da escola? — Diz o Kim me estendendo o seu celular onde a manchete em letras garrafais fala sobre o Kim ter superado o termino e sobre o novo casal do século, até esqueci, nossa escola tem um jornal online em que os alunos fofocam da vida alheia, confesso que eu e Dongpyo adoramos ler as fofocas da semana, mas nunca imaginei que pudesse virar a manchete do dia.

— Isso não tá acontecendo. — Digo transtornado.

— Correção isso já aconteceu e nem e tão ruim assim vai a foto é até bonitinha oh. — Diz ele se referindo a foto nossa que tiraram no momento do beijo.

— Isso não era pra ter acontecido era pra eu inventar um namorado fake e não um de verdade. — Digo arrancando os cabelos.

— Mas podemos continuar com essa sua história.

— Não tem como.

— Claro que tem pensa comigo Song você precisa de um namorado pra despistar o Hangyul e eu preciso mostrar pra Pinky que dei a volta por cima isso é o plano perfeito. — Fala como se fosse o obvio.

— Você bateu a cabeça ou o que? Quem acreditaria que estamos namorando?

— Eles já acreditam, você fez um excelente trabalho montando aquela cena no corredor. — Fala o Kim com deboche me deixando envergonhado.

— Para com isso idiota isso nunca daria certo.

— Bom a proposta eu já fiz você aceita se quiser e aproposito você fica uma gracinha com as bochechas coradas. — Ridículo se ele pensa que vou topar essa loucura ele está redondamente enganado.

***

Sinto meu celular vibrar em cima do travesseiro, Dongpyo hyung não para de mandar mensagem surtando e perguntando o que foi que aconteceu e eu não estou com ânimo pra responder.

Já faz duas horas que cheguei em casa estou pensando seriamente em nunca mais sair deste quarto, talvez o papai me deixe terminar os estudos a distância ou podemos nós mudar para a China não, não pra América pro mais longe possível.

— Oppa você morreu aí dentro? — Pergunta batendo na porta.

— A minha vida está arruinada! — Digo choramingando.

— Chegou uma carta pra você é de um tal de Minhee. — Levanto em um sobressalto e corro até a porta.

— Quando isso chegou?

— Pouco depois que você se trancou no quarto. — Diz ela me entregando a carta, está em um envelope simples de tom creme e possui uma caligrafia que não é minha.

— Você vai descer pra jantar?

— Não agora, mas eu já, já desço pra comer com vocês. — Fecho a porta é abro o envelope em minhas mãos, tem duas folhas dentro do mesmo uma com a minha caligrafia e outra com mais simples com uma letra mais grossa.

"Querido Hyeongjun,

Recebi a sua carta com um pouco de surpresa, não imaginava que ainda se lembra-se de mim, já faz tanto tempo desde a última vez que nós vemos, confesso que me senti tocado pelas suas palavras, não imaginava que minhas ações tivessem lhe proporcionado tamanha felicidade, sobre as palavras de nossos colegas de acampamento nunca me importei com o que falam ou deixam de falar de mim, tenho plena certeza da minha orientação sexual e não preciso provar a ninguém o que sou ou deixo de ser, mesmo que não podendo corresponder os seus sentimentos sinto-me feliz em saber que alguém já nutriu esse tipo de coisa por mim.

Ps. Estou anexando a carta que me enviou, pois sei o quanto ela deve ter significado pra você.

Atenciosamente,

Kang Minhee."


Fico feliz que ele não tenha se chateado com a carta o hyung sempre foi do tipo mais de boa mesmo, resolvo ler a carta que o escrevi a tanto tempo.

"Querido Minhee,

Esta talvez seja a última vez que lhe vejo, estamos no último dia do acampamento e depois disso creio que não manteremos contato, mas sabe Hyung não sei o que seria das minhas férias de verão sem você , o acampamento pode ser bem assustador quando não se conhece ninguém, mas você não deixou que eu me sentisse excluído ou deslocado, sempre puxou assunto comigo e não se importou dos seus amigos te chamarem de "bicha" por andar comigo, acho que me apaixonei por você no dia em que me ensinou a nadar, você escoteiro já sabia nadar como um profissional, eu um medroso tinha medo de ficar até mesmo com a água no joelho, mas você não desistiu, me colocou nas costas e me levou até o lago, me fez relaxar e me ensinou "o básico pra não morrer afogado" como você mesmo disse, ah Hyung desde daquele dia não tive como controlar, você me fez tão bem em tão pouco tempo que nem sei como agradecer, então obrigado Kang Minhee por tonar destas últimas 4 semanas as melhores férias da minha vida.

Com amor,

Song Hyeongjun."


Acho que até que não está ruim quanto eu achei que estaria, mesmo jovem eu já escrevia coisas bonitinhas, resolvo guardar as cartas junto com a de Minkyu na minha mochila, talvez mais tarde o Dongpyo hyung venha aqui xeretar o que escrevi.

Desço os degraus da escada me sentindo um pouco melhor agora que li a carta de Minhee, sinto que de alguma forma sua resposta me tranquilizou um pouco, talvez nem tudo esteja perdido.

— Encontrei o Hangyul hoje no trabalho, ele me disse para ficar de olho em você. — Fala papai depois do jantar.

— Ele falou o porquê?

— Disse que você vem andando com gente suspeita e que pode te fazer mal, agora eu queria que me explicasse porque ele me disse isso. — Diz com uma expressão séria no rosto.

— Não é nada pai o hyung só está sentido desde que a noona foi embora.

— Não parece que foi só isso, sabe que pode me contar tudo que quiser não sabe estou aqui pra isso.

— Sério pai não foi nada ele só ficou com ciúme por eu estar andando com o Minkyu hyung agora.

— Kim Minkyu? Vocês não tinham parado de se falar desde o fundamental?

— Tínhamos, mas encontrei o hyung no dia que o Dongpyo bateu o carro e nós nos acertamos.

— Fico feliz que sejam amigos de novo, ele me parece um ótimo rapaz. Se o senhor soubesse as barbaridades que ele fala mudaria esse pensamento.

— Que bom que pensa assim. Termino de juntar a louça do jantar e me ponho a lavar tudo antes de subir.

— O Hyeongjun está senhor Song? Escuto a voz de Hangyul na sala.

— Ele está lavando a louça, entre vocês podem conversar lá.

— Obrigado. Ouço passos se aproximado da cozinha e minha respiração falha.

— Como estão as coisas com o Kim? Pergunta se sentando no balcão próximo à pia.

— Terminamos hoje depois da aula, não era pra ser sabe acho que ele ainda não superou a Kyulkyung eles ficaram juntos por muito tempo e ela ainda influencia muito ele, mas é meio frustrante saber que ele também gostava de mim e depois terminar assim tão rápido. Dessa vez digo o que tinha planejado realmente falar.

— Não foi o que ele me disse hoje na livraria.

— E o que ele disse? Céus o que esse idiota fez, será que ele não entendeu que era pra fingir que isso nunca aconteceu.

— Perguntei quando vocês tinham começado a sair e ele me disse que faz pouco tempo, mas está completamente apaixonado por você.

Devo estar muito chocado, pois Hangyul se levanta e me diz.

— Eu também fiquei chocado com isso.

— Com o fato de nos estarmos saindo juntos ou com ele gostar de mim?

— Os dois.

— De novo você com essa história de eu não combinar com ele, eu sei que ele é o Kim Minkyu e eu um zé ninguém, mas também não é como se fosse totalmente inacreditável nós éramos muito próximos até o ensino médio porque não podemos voltar a ser assim?

— Porque ele não é confiável Hyeongjun você sabe muito bem o tipo de pessoa que ele se tornou.

— Pois, eu acho que você só está com inveja porque conheci alguém que gosta de mim e você não.

— Caramba Hyeongjun o que eu preciso fazer pra você acreditar que ele não é flor que se cheire.

— Nada porque eu gosto dele e você não tem nada a ver com isso. — Nesse exato momento meu telefone começa a tocar, decido fingir que é o Kim é atendo na frente do mais velho.

— Oi amor tudo bem?

— Que negócio é esse de amor o filhote de poodle? — Diz Dongpyo do outro lado da linha, vejo que o Lee acaba de sair da cozinha furioso, acho que talvez a ideia do Kim não seja assim tão ruim. 

Para todos os hyungs que já ameiOnde histórias criam vida. Descubra agora