Capítulo 4

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>Any<

Era impossível explicar o que eu sentia naquele momento e as coisas que passavam pela minha mente.

Eu não sabia se corria para abraçá-lo, devido à sede que eu sentia dos seus braços, ou se jogava ele por aquela janela, pela raiva que corria nas minhas veias, por todas as vezes que senti sua falta e ele não estava lá.

Eu não sabia o que fazer.

Eu só queria chorar, mas não podia. Não agora.

É difícil assimilar tudo isso e o silêncio prevalecia na sala enquanto eu permanecia de costas para a porta e mantinha meus olhos fechados.

Assim que consegui abri-los, Sabina e Krys me olhavam com preocupação. Eu senti que não estava sozinha nessa, mas precisava enfrentar.

—Está tudo bem? Se quiser, podemos ficar aqui com você ou expulsar ele, não sei – Sabina diz baixo, para que apenas eu e Krystian pudéssemos escutar.

—Está tudo bem, não se preocupem – digo no mesmo tom e eles hesitam um pouco, mas logo assentem.

Krys deposita um último beijo na minha cabeça antes dele e Sabina se retirarem da sala.

E agora estava apenas eu, Josh e o clima pesado do ambiente.

Escuto o mesmo fechar lentamente a porta e resolvo quebrar o silêncio. Eu não sabia o que ele fazia aqui, só sei que não queria sua presença agora.

—O que quer? – pergunto ainda de costas, sem mover um músculo do meu corpo.

Eu tinha certeza de que se eu o olhasse, não conseguiria segurar minhas lágrimas, era a última coisa que eu desejava.

Logo eu, símbolo de força para tantas mulheres, estou aqui, me negando olhar diretamente para um homem.

—Preciso conversar com você – ele diz e eu precisei imprensar meus olhos com força para que nenhuma lágrima escapasse.

A voz da boate. Era dele.

Sinto seus passos a medida que o mesmo se aproxima da mesa.

—Olha para mim, por favor – ele diz quase em um sussurro, e toca de leve meu ombro com a ponta dos dedos.

Inclino imediatamente meu corpo ao sentir seu toque, e mais uma vez precisei imprensar meus olhos, para não lhe dar o gosto de me ver chorando.

—Não me toque. – eu falei séria, e noto que ele recua alguns passos.

—Desculpe – ele diz em um tom de voz quase inaudível —Só quero conversar com você, é questões de trabalho.

Eu respiro fundo.

—Vou te fazer um único pedido, que vai ser bem fácil de realizá-lo, você sabe fazer isso muito bem – eu dou uma leve pausa — Vai embora, agora. Eu não quero escutar o que tem para dizer.

Escuto seu suspiro pesado e continuo.

—Se não sair de dentro dessa sala agora, eu serei obrigada a chamar os seguranças – digo e uma lágrima teimosa acaba escorrendo pela minha bochecha, e eu a limpo rapidamente.

Depois de longos segundos, escuto a porta abrir, e em sequência, escuto-a fechar.

Quando levei meu olhar à porta, ele não estava mais ali. Eu estava sozinha, de novo.

Sentei-me em um sofá e agarrei meus joelhos. Meu rosto já estava tomado por lágrimas e eu soluçava tanto, que minha cabeça doía a cada movimento involuntário que meu corpo fazia.

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