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P.O.V. ALISHA

— Hollingsworth, Dempsey e Langford! - gritou, a professora de física, nos olhando aborrecida - Se mais uma vez atrapalharem a aula com suas conversinhas, vou mandá-las para a direção!

— Desculpa, professora. Não foi nossa intenção te atrapalhar... - disse Stacey, totalmente constrangida.

— Aham... - murmurei impaciente para essa mulher insuportável e ela deu continuidade a matéria.

— Como se eu me importasse em ir para a direção, nunca fariam algo com a filha do prefeito. - disse Olivia, dando ombros.

  Finalmente, o sinal tocou e de verdade sentia que essas aulas de física tinham o poder de transformar um minuto que falta para acabar em mais um tempo. Enfim, estamos super animadas para a festa de hoje e por isso não parávamos de falar um segundo.

— Não faço ideia de qual roupa vou comprar, tava pensando em um vestidinho mas sei lá... - a loira estava pensativa e angustiada.

— Pretinho básico, nunca erra... - aconselhei, dando uma piscadinha.

— Até parece que eu sou básica, pelo amor de deus, darling! - revirei os olhos, rindo nasalado.

— Vamos no shopping às 16 h, então? - perguntou a morena, que até então estava distraída.

  Concordamos com ela e nos juntamos a rodinha dos patetas, que estava logo à frente, perto da grande escadaria que tinha na entrada do colégio, eles também só falavam de como essa noite seria boa.

— Eu levo as biritas! - disse Sammy, super empolgado.

— Não precisa, já está tudo perfeitamente certo, sou o Jack Johnson, né?! - disse convencido.

— É o fim dos tempos mesmo... - debochou Olivia, em resposta a ele.

— Vocês se importam com cada coisa, o que interessa mesmo é a erva para ficar chapadão. - disse nosso querido zé droguinha, vulgo, Nate Maloley.

— Errou, o que interessa é que a garota mais gata da festa é minha namorada! - disse J, me dando um selinho.

[...]

  Terminei de tomar meu banho, escolhi uma roupa simples, peguei minhas coisas e desci. Dona Emma, minha mãe, estava andando de um lado para o outro falando com alguém por ligação, aparentemente aflita e com raiva. Ignorei e fui em direção da porta principal o mais rápido possível, porém foi inútil.

— Onde a senhorita pensa que vai? - perguntou, provavelmente desligando na cara da pessoa com quem falava.

— Vou no shopping com as meninas, mãe.

— Você não deveria estudar antes? Não a vejo estudando tem um bom tempo... - cruzou os braços.

— Estudo quase todos os dias e hoje é sexta, por favor...

— Tudo bem, minha linda, vou confiar em você dessa vez. - sorriu levemente e voltou a prestar atenção em seu celular.

  Minha relação com a minha mãe era basicamente dependente de como os negócios da família estavam indo, se tava tudo dando certo tanto ela quanto meu pai eram um doce comigo e se estivesse indo mal, nesse caso, era péssimo. Mas entendo que negócios são estressantes e importantes, tentava sempre ser uma ótima filha e não dar trabalho a mais para eles.

  Saí de casa e já via Johnson entrando pelo portão gigante da garagem, em seu Bugatti Chiron. Ele saiu do carro e foi abrir a porta para mim, com seu jeito cavalheiro de sempre.

— Por que você é assim tão incrível? - perguntei sorrindo.

— Você merece isso e muito mais, babe. - deu uma piscadinha e andou com o carro.

  Eu e Jack J começamos a namorar com quinze anos, nas férias de verão, antes de começar o tão esperado ensino médio. Ele sempre foi fofo, presente e dedicado. Realmente temos um relacionamento perfeito e duradouro, no entanto, o início da nossa relação talvez não tenha sido o mais comum...

— Chegamos! - disse ele, parando bem na entrada do shopping.

— Obrigada, nos vemos mais tarde! - sorri e dei um selinho nele.

— Manda um beijo para as meninas. - disse, quando saí do carro.

— Pode deixar, manda um para os meninos também. - ele assentiu e foi embora.

  Fui ao encontro delas e sabia que a tarde seria longa, muitas horas no salão e nas lojas. Todos sentíamos que essa noite prometia, mesmo sendo só mais uma das várias festas que frequentávamos. Mas, a sensação estava diferente por algum motivo ainda desconhecido.

[...]

*podem dar play na música*

— Bora, estão mais lindas do que o normal já! - disse Stacey, entediada, nos apressando pois era a única pronta.

— A gente tá na minha casa e vai com o meu motorista, então não me apressa, caralho! - disse Olivia concentradíssima, dando um retoque em sua maquiagem.

  Me olhei no espelho pela última vez, estava orgulhosa do que via. Usava um vestido preto justo que marcava minhas curvas e tinha um tecido levemente brilhoso, estava com um salto da mesma cor e uma maquiagem neutra.

— Terminei! - suspirei aliviada, soltando mais ainda, com as mãos, os cachos que havia feito no salão.

— Também, vamos! - disse a loira, animadíssima.

[...]

  Chegamos e a mansão dos Johnson estava lotada, ele sabe dar festas como ninguém. Na parte do jardim e da piscina, havia bem no centro um mega equipamento de som com um DJ, bastante conhecido. Ao lado, um open food e em alguns cantos haviam lounges. Numa parte de dentro da casa, tinha um bar com todos os drinks possíveis e muitas caixas de som para não faltar música em canto nenhum.

  Cumprimentamos todas as pessoas por quem passávamos e bem perto do DJ estavam os garotos, nos juntamos e começamos a dançar com eles. Sammy foi pegar uns drinks para gente, estava tudo perfeito!

[...]

  Já estava quase dando meia noite e mesmo assim a festa estava mais viva do que nunca, só gente bêbada, feliz e animada. A única que não estava no momento era Olivia, a safadinha deve ter ido ficar com alguém e deu um perdido em nosso grupo.

— Babe... - sussurrou J, em meu ouvido.

— Oi! - disse, quase gritando, pois a música estava extremamente alta.

— Quer dormir aqui, hoje? Acho que poderíamos tentar, você sabe... mas só se quiser, claro! - perguntou em tom sugestivo, ainda em meu ouvido, me abraçou por trás e estremeci.

  De repente, interrompendo essa conversa que não gostaria de estar tendo, todos foram parando de dançar em efeito dominó. Olhavam chocados para algo ou alguém, estranho demais, o que estava acontecendo? Até que a pista de dança foi se dividindo ao meio lentamente, abrindo um caminho e ele apareceu, chegando na festa mas parecia mais estar vindo dos mortos.

Blame It On The Night | {J.G}Onde histórias criam vida. Descubra agora