Olá, querido,
Como estão as coisas? Espero que bem. Por aqui está tudo tranquilo, ainda no hospital, mas bem.Terceira carta, ainda não sou muito boa com começos de cartas, mas, prometo estar dando meu melhor. Talvez daqui para a última carta eu melhore ou continue sendo esse desastre.
Sei que nos últimos meses nada tem estado bem. Nossa vida, que antes era tão tranquila, tornou-se seu pior pesadelo. Na verdade, nosso pior pesadelo.
Algo que acreditávamos ter acabado e que nunca voltaria a nos assombrar, apareceu em nossa porta e nos deixou sem chão, quando não esperávamos e muito menos estávamos preparados; acredito que ninguém nunca está realmente preparado para algo assim.
Porém, você sabe que lutarei. Lutarei até o último segundo, para podermos ter o nosso máximo.
Hoje estava recordando do dia em que começamos a nos falar e caralho, como sinto falta da época em que éramos jovens.
Tudo parecia ser difícil e complicado de lidar, porém, eu não poderia estar mais errada.
Ah! Se eu apenas soubesse o que o futuro nos guardava.
...
Jackson, Melissa e eu estávamos sentados no refeitório, na última mesa, perto das grandes janelas de vidro que iluminavam o refeitório. A parte de baixo daquela parede possuía um banco de cimento, onde Jack e eu estávamos, e um pequeno muro e acima dele estavam os vidros.
Jack estava com os braços em minha cintura, enquanto uma das minhas mãos estava esticada, fazendo cafuné em seu cabelo e observávamos Mel falar e gesticular sobre a noite passada e o quão agitada, para ela, foi.
Ela resmungava que nós dois estávamos insuportáveis e que não aguentava mais segurar vela para nós. Rimos. Não nos importávamos quando alguém falava sobre nós como um casal, éramos suficientemente bem resolvidos quanto a isso.
A carranca que antes estava em sua face, agora se desfazia, dando lugar a um juntar de sobrancelhas e seu olhar que estava no meu, agora estava para além de mim.
Pergunto o que aconteceu, ela balança a cabeça explicando que tem um rapaz alto nos encarando enquanto caminhava em nossa direção.
Jack virou sua cabeça, fazendo com que eu abaixasse a mão que estava em seu cabelo e a apoiasse em sua perna, para pegar impulso e levantar o tronco para olhar para onde ambos olhavam.
Assim que o faço, a primeira coisa que vejo é um sorriso tímido dançar nos lábios do garoto que conheci há algumas semanas.
Involuntariamente sorri, o sorriso dele cresceu e seu passo acelerou, nos encontrando mais rápido, volto meu tronco para frente, assim como Morris e volto a encostar-me a seu peito. Mel aperta os lábios em uma linha fina, voltando a encostar-se à cadeira.
Agora que ele está mais perto posso notar o quão belo ele é.
Lancaster pergunta se poderíamos conversar, apenas assenti. Pedindo licença, saio do abraço e do olhar confuso de meus amigos e andamos até o lado de fora.
Sentando-se no pé de uma árvore, fez um gesto para que eu também sentasse.
— Então... — Murmuro, sentando-me. — Aconteceu algo? O moletom não serviu?
— Não exatamente. Serviu, sim, não se preocupe. — Ele balança a cabeça e sorri desviando o olhar do meu, mais uma vez.
E que sorriso.
— Bom... Eu gostaria de me desculpar pelo outro dia. Fui grosso sem necessidade. Eu não estava tendo um bom dia, mas não justifica. — Ele continua olhando para algum ponto fixo atrás de mim, enquanto eu observava cada movimento seu. — E, além disso, não sei bem reagir ao receber presente, especialmente sem motivo aparente. — Ele sorri sem graça, agora seus olhos encontram os meus.
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Para Sempre Sua
Romance"O amor e a literatura coincidem na procura apaixonada, quase sempre desesperada, da comunicação." E, assim, uma linha invisível une Nora Jones a Aiden Lancaster. Um debate em uma aula de literatura foi o responsável pelo encontro de duas almas dest...