Poker

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Fecho os meus olhos e rio de algo que um dos meus amigos acabou de dizer. Pego as cartas pronta para cortar o deck e embaralhá-las.

Há uma batida na porta e alguém vai atender enquanto eu distribuo as cartas para cada jogador.

E então eu a ouço.

Sua voz

Depois de um ano sem vê-lo ou ouvir sua voz, ele finalmente está aqui Meu coração para e tudo está embaçado, os ons são abafados e as pessoas movem-se em câmera lenta.

Sinto uma mão no meu ombro e a eletricidade que ela envia para a minha espinha me traz de volta à realidade. Me desloco no meu acento e viro para olhá-lo. Há um pequeno sorriso arrastando seus lábios, as bochechas coradas devido ao clima frio do outono lá fora, seu cabelos são sempre aquele mop de chocolate bagunçados, mas, de alguma maneira, ainda perfeitos, e seus olhos, aqueles estonteantes preciosos olhos que eu costumava adorar tanto que as palavras não podiam traduzir, os mesmos que olhavam para mão com amor e carinho mas agora só refletem o que me parece nostalgia, até mesmo tristeza; ou o que poderia ser tristeza.

Ele inclina-se para beijar minha bochecha e dizer oi. Minhas narinas capturam a sua loção e ainda cheira exatamente como ele. Seus lábios gentilmente esfregam-se contra a minha bochecha, quando ele se afasta sinto a falta do quente de sua pele e tenho um súbito sentimento de vazio.

Ele senta do outro e eu pego as cartas para distribuir novamente desde que ele e outro colega estão juntando-se a nós. Só namoramos no verão antes da faculdade e ainda que tenha sido curto, foi tão significativo. Terminamos em bons termos e ficamos ''amigos'', mas ainda dói.

Quando voltamos ao nosso jogo de poker, trocamos olhares em sua maioria brincalhões e seguidos por sorrisinhos e bochechas vermelhas. Ele me provoca quando tem uma mão melhor do que a minha e eu continuo -de brincadeira- gritando com ele por pegar as cartas que eu mais preciso para melhorar o meu jogo.

''Supera, sempre fui melhor do que você neste jogo'' ele me diz com um sorriso pretensioso de canto de boca no rosto a medida que abaixa as mãos para mostrar a sua mão: full house.

''Caramba, você é bom. Mas você não ganha com isso''sorrio pretensiosamente também a medida que mostro o que tenho: straight flush. Todo mundo sauda a mim e riem dele com sua confiança.

''Quando você ficou boa assim?''

''Tenho praticado''

O jogo continua a medida que as horas passam, perdemos e ganhamos, rimos e falamos e tudo parece como nos velhos tempos.

Por voltas das 00:31 uma das minhas amigas chama pelo meu nome. ''Ainda precisa de uma carona para casa?''

''Sim''

''Então vamos. Já está tarde''.

''Claro, vou pegar a minha bolsa'' ela vai despedir-se de todos enquanto pego minhas coisas,

''Pronta?'' ela se volta para mim

''Não, tenho que dar tchau ao pessoal'. Nervosamente caminho até ele e mais um par de amigos que estavam no terraço fumando um cigarro.

Ele é o primeiro que vejo e por mais que quisesse me despedir dele por último, ele acaba sendo o primeiro . O abraço e beijo sua bochecha, sussurro um suave 'boa noite' antes de me afastar, mas os braços dele foram mais rápidos e forte para eu realmente ir. Ele aperta mais, tanto, como se estivesse com medo de me soltar. Seu rosto se esconde na curva do meu pescoço e eu sinto sua respiração quente contra a minha pele. Puxo-o para mais perto de mim e saboreio esse pequeno momento de intimidade que estamos tendo na frente dos nossos amigos.''Estou tão feliz que tive a oportunidade de te ver hoje à noite'' ele fala baixinho para que apenas eu fosse capaz de ouvi-lo. Suspiro e a minha pulsação acelera. ''Senti saudades suas para caramba'' seu nariz roça contra o meu pescoço e meu me afasto dele. Apenas sorrio e o desejo boa sorte na faculdade. Vou desejar boa noite a todos os outros antes de me dirigir à saída

Notas da tradutora:
Voltei depois de uma vida, pessoal! Esse é meio curtinho, não tão animador e estou um pouco enferrujada. Porém prometo voltar à ativa

A versão original já dispõe de vários outros imagines para que eu traduza. Não prometo constância, mas fiquem ligados.

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