Capítulo 6

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Eu não podia acreditar que na próxima semana completaria três meses que eu havia me mudado. Três meses e eu podia dizer que eu estava me saindo bem. Eu tinha a Ruby e o Alex, que tinham se tornado grandes e próximos amigos. Eu tinha bons colegas de classe, com qual eu gostava de passar o tempo entre as aulas. Eu estava indo relativamente bem nas matérias da faculdade e estava feliz pela oportunidade acadêmica que estava tendo. No entanto, eu também tinha algo que vinha perturbando a minha paz. E ele tinha nome e sobrenome. James Baker era o homem que vinha me tirando o sono. Estar perto dele era como estar no meio de um furacão. Era preciso lutar para manter os pés no chão.

Mais uma vez percebi o rumo que meus pensamentos estavam tomando e tratei logo de mudar o foco. Voltei a encarar a tela do meu notebook e puxei assunto com Ruby.

- Não entendo o que tinha de errado Peter. – falei enquanto tentava adiantar a pesquisa para um trabalho da faculdade e Ruby fazia algo para nós comermos na cozinha.

- O que tinha de errado com o Peter era que ele tinha menos de 35 anos de idade. – ela falou impaciente, enquanto colocava algo no micro-ondas – Já te falei Ana, não sei como achei que conseguiria ter algo sério com alguém da minha idade. Simplesmente não dá certo. Não gosto de caras novos assim! - eu podia entender o que Ruby estava dizendo, apesar de eu nuca ter tido problema em me relacionar com caras da mesma idade que eu.

Cerca de vinte minutos depois, nós estávamos almoçando e conversando animadamente sobre qualquer bobeira. Ela estava tentando me convencer a ir a um Pub com ela e os amigos no sábado, e eu estava meio relutante. Final de semestre estava complicado e eu precisava estudar.

Ajudei Ruby com a louça e quando terminamos quase levei um susto com a hora. Tinha marcado de ir terminar o trabalho com Alex na casa dele e já estava atrasada, pois ainda teria que passar no meu apartamento pra tomar um banho e trocar de roupa.

Demorei quase uma hora para atravessa a cidade e chegar até a casa de Alex. Ela ficava numa área comercial, então demorei alguns minutos para achar uma vaga. Desci do meu carro recém adquirido e caminhei procurando pelo número da casa que ele havia me passado. Não demorei muito para chegar em frente a uma estreita casinha branca de dois andares. Na sacada no andar de cima eu podia ver uma mesa com cadeiras. Caminhei até a porta antes de tocar a companhia e minutos depois, um Alex sorridente apareceu na porta.

- Sei que estou atrasada. – falei na defensiva, e ele apenas balançou a cabeça sorrindo.

- Seja bem vinda a minha humilde residência. – ele falou divertido, fazendo uma referência para que eu entrasse. Alex me levou até a cozinha, onde a mesa já estava ocupada com seu próprio notebook e alguns livros e nos sentamos juntos ali. Durante toda a tarde ficamos concentrados em resolver o trabalho, mas vez ou outra nos desviávamos do assunto e tínhamos pequenas conversas aleatórias. Quando eram quase seis da tarde Alex propôs que parássemos para tomar algo quente e comermos alguma coisa.

- Eu não imaginaria nunca que você soubesse fazer um café como esse. – falei enquanto dava um gole em um cremoso café com leite quentinho e espumas brancas por cima.

- Quando eu tinha dezesseis anos trabalhei num Starbucks por alguns meses. – ele sorriu satisfeito enquanto bebericava o seu próprio café.

Estávamos conversando e comendo alguns pãezinhos para acompanhar, quando de alguma forma eu meti minha mão na xícara derramando metade do café sobre mim. Levantei em um pulo, pois estava muito quente ainda.

- Ai meu Deus! – falei tentando desgrudar a blusa da minha pele pra ver se amenizava.

- Tire a blusa Ana! – ele falou com uma expressão um pouco desesperada e eu o encarei por alguns segundos ponderando sobre aquela ideia, mas do jeito que estava queimando minha barriga eu não demorei muito em arrancar a blusa e joga-la no chão. No instante seguinte, Alex já estava com uma toalha úmida secando minha barriga e aos poucos senti aliviar. E conforme a dorzinha foi passando, e a correria do momento acabando, fomos aos poucos percebendo a situação que nos encontrávamos.

De Repente AustráliaOnde histórias criam vida. Descubra agora