Capitulo 13 - Desconfiança

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Sina

Depois que todos foram embora, eu, Noah, Any, Josh e Heyoon fomos para o meu apartamento

- Você mora aqui sozinha? - Any pergunta observando o lugar

- Moro - confirmo

Meus pais me deram aquele apartamento, eu não tinha pedido por aquilo, eu não era ingrata, eu só não conseguia amar aquele lugar

- Eu não me importaria de vir morar com você - Any sorri

- Por que vocês não disseram nada sobre a festa da Diarra? - eu pergunto, estava irritada por não terem concordado comigo, porém tentei o máximo não demonstrar isso

- Eu disse - Noah sorri provocativo

- Você disse que seria legal uma festa Noah - eu o ele enfurecida

- Por que não seria legal uma festa? - Josh se joga no sofá

- O que? Como assim? - pergunto sem acreditar no que estava ouvindo - Isso vai chamar uma atenção enorme, uma atenção pra gente

Todos me encararam sem entender oque eu estava querendo dizer

- Não se finjam de tontos, só faz uma semana, está estampado em todas as capas de jornais, tem pessoas procurando ele - Eu me irrito ainda mais

- Sina.. a gente combinou de não falar sobre isso - Heyoon diz tentando me calar com um olhar

- Vocês realmente não sentem nada? Como podem fingir que não aconteceu? - Eu digo decepcionada

Estúpidos, era isso que eles eram, estúpidos

- Você não pode nos julgar por querermos ser felizes - Josh diz cabisbaixo

- Essa semana eu fui ser voluntaria em um asilo, e também fui a uma creche ajudar com as crianças, e ainda fui passear com cachorros de pessoas doentes. Eu não acho que nós devemos sofrer, ele matou tantas pessoas, só demos oque ele merecia - Heyoon diz convicta

- Por que você foi a asilos, creches e passear com cachorros então? - Eu digo batendo as mãos na mesa, fazendo toda os pratos de cerâmica que estavam em cima tremerem

- Sina.. eu só estou tentando fazer o certo - Heyoon diz calmamente

- Você está tentando provar para você mesma que é uma boa pessoa - Eu digo irritada

- Caramba, parem de brigar, nós não somos assassinos Sina, Kiesh era um assassino, e ele está morto agora, todas as pessoas que ele matou também estão mortas, então nós vamos agir como pessoas normais, pois eu não sei por que ele não foi levado para o corredor da morte, mas eu sei que nós não tiramos a vida de uma pessoa inocente - Any diz irritada

- Quem é Kiesh? - Josh pergunta baixo

- O nome do defunto era Kiesh Nogaya - Noah o responde na mesma altura

- É, você está certa - Eu começo a chorar, por que eu estava defendendo a vida de uma pessoa como ele? Se eu tivesse a oportunidade de matá-lo novamente, eu faria como tal

- Você precisa aprender a controlar suas emoções Sina - Any diz

Aquilo era oque minha mãe sempre dizia, eu sou a filha descontrolada, a amiga descontrolada, sempre fui assim, eu odeiava não conseguir controlar meus sentimentos, me sentia um lixo por isso

- Quantos anos o senhor Kiesh tinha? - Josh diz olhando para o teto com a cabeça encostada no encosto do sofa

- Uns 77, ele começou a matar bem jovem - Noah diz

Bailey

Eu acordei bem cedo na sexta, fui correr, depois academia, série de abdominais, coisas rotineiras, minhas coisas rotineiras

Cheguei em casa e comi cereal com um pouco de leite e depois fui tomar banho, peguei o carro de um amigo da república e fui buscar Joalin em uma praça perto do estúdio

Vejo ela se aproximando do carro e desço para abrir a porta para ela

- Que fofo, mas eu posso abrir minhas próprias portas, obrigada - Joalin disse

Meu Deus, aquilo foi muito constrangedor, todas as meninas que saio gostam que eu abro a porta para elas, Joalin era só uma amiga mas achei que seria educado de minha parte fazer isso

Entrei no carro e dei partida, preferi não abrir minha boca para não piorar mais as coisas

- Onde você compra as bebidas? - Joalin pergunta curiosa quebrando o silêncio

- Em uma distribuidora no Amirantes - respondo sem tirar o olhar da direção

- Amirantes? E o que seria isso? - Ela questiona

- Um bairro na zona oeste - eu digo rindo, todo mundo conhecia o Amirantes, em que mundo ela vivia?

- É só uma distribuidora comum, nada de ilegal - eu digo vendo a face preocupada dela

- Sério? Nada de tráfico? - Ela brinca

- Não, é apenas uma distribuidora que tem preços bons, acho que eles trazem direto das fábricas - Eu digo simples

- Então por que outra pessoa não pode ir comprar? - Joalin continua olhando para mim

- Mas você esta indo comprar comigo

- Não é isso que eu quero dizer, tipo... por que é sempre você que fica responsável por comprar as bebidas? - Ela pergunta ainda fixando os olhos em mim, eu imagino que ela pense que eu estava mentindo e comprando bebida em lojas ilegais

- Eu simplesmente conheço o vendedor, os preços são bons e as bebidas de qualidade, mas ele vende as melhores e por um preço melhor que o normal para os amigos íntimos

Chegamos no local, depois de dirigir por exatos 34 minutos, eu desci e Joalin ficou me esperando no carro, sinceramente não sei porque ela veio comigo, mas a Sabina ofereceu a ajuda dela e não seria nada educado de minha parte recusar, provavelmente as duas achavam que eu mexia com coisas ilegais e queriam me investigar, naquele momento eu me senti um pouco mal, achava que Sabina confiava em mim, ela era minha amiga

- Ei Joey, eu liguei ontem a noite pra falar sobre aquelas bebidas - Eu entro no local

Joey era um amigo de infância, um vizinho na verdade, nós sempre saíamos para jogar futebol em um campo de areia que tinha no bairro, várias crianças brincavam lá juntas, incluindo eu e ele

Voltei para o carro com uma caixa de bebidas na mão, coloquei no banco de trás, e fomos embora o caminho todo ouvindo musicas da rádio

Deixei Joalin em sua casa e fui deixar as bebidas na casa de Diarra, não podia prolongar muito pois tinha logo que devolver o carro

Dançarinos da Morte - Now UnitedOnde histórias criam vida. Descubra agora