XXVI. Medo

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Tive medos.
Estava dentro de mim
a savana africana
Foi assim encrustado
Medo de sair
Medo de dormir
Medo da noite
Medo de perder
Medo de "Deus"
Do "diabo"
Medo do mundo
Medo de falar
Medo de pensar
Tanto medo...
Por que estava lá
Colocado na mente,
Ensinado,
Por tanta gente,
a causa do medo.
Ansiosa, paranóica
Vivi momentos difíceis,
Vivi numa ilha.
Sofri consequência díspares.
Todo o medo que senti
Foi progetado
Senti na pele a paranóia.
Hoje o medo virou história,
só serve pra preservação.
Ter controle sobre o risco.
É prevenção!
Se não o medo vira agouro.
Por não criticar a mente,
faz morada na gente
O medo atrai a morte
no calcanhar apanha
A causa? A memória do medo.
Compreendo que morremos
desde que nascemos,
um pouco a cada dia num
Recomeço
Aceitar a finitude é
Encarar a morte e o medo.
Cada um a seu modo,
Cada um a seu tempo
Por ser a única certeza que temos.
O medo não abandona a gente.

VVelasco

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