Cap. 1

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Meu nome é Maya e estou de mudança. No último ano do ensino médio, com 17 anos, estou indo morar com minha prima no Rio de Janeiro.

- Com licença, onde pego a bagagem? - Pergunto para uma das guardas do aeroporto, ela aponta para uma a minha direita - Obrigada. - assente e sigo naquela direção.

Já com minhas malas em mãos, pego um dos táxis que estão parados do lado de fora.

No caminho me permito divagar sobre meus pais. Eles foram de uma hora para outra morar com meu avô, já que o mesmo está doente e minha avó não consegue cuidar da fazenda sozinha, até porque sempre foi enfermeira, nunca nem tentou fazer parte do trabalho pelas terras. Então aqui estou eu, vindo pro Rio, já que não me deixaram ir junto, nem ficar sozinha em casa.

- Moça, não passo desse ponto. - Disse o motorista, parando antes de entrar no morro.

- Tudo bem, obrigada - O paguei, ele me ajudou a tirar as coisas do carro e foi embora.

Ligação on

Eu - Emi, o taxista não quis entrar no morro, será que você pode vir me ajudar com a bagagem?

Emilly - indo prima.

Ligação off

Nem 15 minutos depois ela apareceu com um carro.

- Coloca as coisas no banco mesmo, não tá tão longe assim.

Coloquei tudo na parte de trás e me sentei no carona.

- Oi prima. - Disse dando um beijo em sua bochecha.

- Eai pirralha, como foi o vôo?

- Ah, foi bem, mas tinha uma criança atrás de mim que ficou fazendo birra o tempo todo, quase joguei ela pela janela.

- Delicada. - Rimos e conversamos sobre a escola em que me matriculou, só faltava um ano para acabar e não queria reprovar.

Paramos na frente da casa dela, tirei a bagagem e entramos, dando de cara com uma garota, de cabelo cacheado e castanho, dando destaque para os olhos verdes, que pulou no pescoço da Emilly assim que a viu.

- Vim te avisar que hoje tem baile e você vai comigo. - Me viu pela primeira vez. - Essa é a famosa Maya?

- Eu mesma - Ela me abraçou.

- Sou Bia, a melhor amiga dessa praga que você chama de prima. - Emi bateu em sua cabeça e não pude deixar de rir - Aí! - fez uma careta engraçada.

Sua casa não era tão grande mas tinha dois andares, o de cima ficava os quartos, o dela e dois de hóspedes, eu ficando com um deles. Coloquei minha mala no chão e aproveitei pra tomar um banho, quando sai já cai na cama sem nem mesmo me vestir e só acordei na manhã do dia seguinte, com vozes um pouco altas.

- Quem disse que podia trazer alguém pra morar aqui sem falar comigo antes? - Resolvi ficar na minha e me arrumar.

Coloquei uma música no fone, já aproveitando pra colocar as roupas nas gavetas, escolhi usar uma calça jeans preta rasgada, com uma regata e um tênis branco, usando minhas pulseiras de tecido de sempre, uma gargantilha básica preta e uma maquiagem suave.

Dona do morroOnde histórias criam vida. Descubra agora