O homem de terno preto de grife, e camisa social branca com quatro botões desabotoados, estava sentado de pernas cruzadas em frente ao provador daquela imensa loja, que abrigava muitas roupas de marca, a espera de seu agora, baby.
Off Jumpol exalava elegância e poder, as atendentes não sabiam se olhavam para o chefe e tentavam jogar seu charme, ou apenas mostravam um excelente trabalho, pois a fama do mesmo era conhecida nos quatro cantos do shopping GMM. Off Jumpol era excêntrico e detalhista. Qualquer deslize não passava despercebido por ele.
Já era a décima ou vigésima peça de roupa que experimentava, pensava Gun. Aquelas roupas ficavam perfeitas nele e P'Off apenas apontava a que queria sem nem se mover. O olhar daquele homem era afiado. Porém, Gun se sentia cansado. Amanhã tem aula as sete, e teria que levantar cedo se quisesse chegar a tempo, já que o dinheiro do ônibus ele usou para ir aquele restaurante, encontrar o homem que agora, chama de Daddy. Tinha algum dinheiro, mas os xerox da faculdade sempre demandavam muito.
Krist disse que tudo ia melhorar com alguém o apoiando financeiramente, mas Gun não tinha coragem de pedir dinheiro assim do nada. Mas guardou o pensamento afirmativo que se Off oferecesse, não ia se fazer de regado. Afinal, pra isso que decidiu ter um Daddy.
- P'... já chega, eu estou cansado – Gun disse com uma voz manhosa sem nem perceber. Ah, Off faria o que aquele menino de cabelos sedosos quisesse.
- Vou levar todos, por favor. – Off entrega o cartão sem nem olhar a atendente, que está boquiaberta. Aquelas compras dariam uns 30.000 baht, mas ela que não reclamaria.
- Muito obrigada P'.
- Tudo por você querido. – Jumpol responde pegando as sacolas, não deixaria seu baby carregar nada.
***
O relógio marcava vinte duas horas e trinta minutos. Depois de entrar naquela BMW, Gun digitou o endereço de sua quitinete para Off o deixar em casa. Era um lugar extremamente pequeno e em um bairro simples. Por vezes a luz acabava quando estava tomando banho, mas era um lugar limpo e barato. Gun gostava de suas coisas arrumadas e cheirosas, e aquilo era o máximo de conforto que poderia pagar.
Jumpol sabia. Seu olhar afiado já tinha percebido. Aquele menino passava por várias dificuldades, mas era orgulhoso, ou só envergonhado mesmo. Não fazia diferença. Off já tinha conversado com Singto, que lhe contou o quanto foi difícil fazer de Krist seu baby. Que aqueles meninos não estavam acostumados a ganhar coisas e ter alguém cuidando deles, por isso eram sempre desconfiados. Sua missão havia começado e Off faria de tudo pra Gun se sentir seu baby adorado. Porque ele já era.
- Querido, você se importa se eu te chamar de baby? – "Você é sexy demais falando assim, eu vou desmaiar" pensava Gun. – Sem problema nenhum, P'Off. – disse sorrindo.
- Você pode me chamar como quiser, sei que ainda não se sente à vontade pra dizer Daddy – Jumpol sorriu, ele sabia que Gun estava envergonhado, mas era fofo, o que ele podia fazer? – Ah, eu gostaria de mandar um motorista para te levar a faculdade, tudo bem? Seu bairro me parece um pouco deserto. Já tenho seu número, só não liguei antes porque não nos conhecíamos, mas agora, assim que chegar em casa, te mandarei uma mensagem e quero que especifique seus horários pra mim, ok? Preciso saber quando está disponível ou não, pra podermos sair, ou mesmo porque quero estar ciente que o motorista possa te levar pra onde queira.
Gun queria negar, era um pouco constrangedor. Mas ele falava de uma maneira dominadora e imponente. "Parece que ele me adestra pra fazer o quer". Mas... seria tão confortável... Atthaphan balança a cabeça para espantar os pensamentos conflituosos.
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Meu Papii
FanfictionGun estava cansado de chorar. Finalmente naquele dia chuvoso, depois de chegar à faculdade encharcado sem nem ter dinheiro para tomar o café da manhã, decide aceitar o concelho de seu amigo Krist e se inscrever para ser um sugar baby.