O começo

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Sentado em frente a mesa de mármore no vigésimo andar da empresa de engenharia civil mais famosa da Tailândia, se encontrava Singto. Ser CEO da Sotus, e aquela pilha de documentos para assinar, era o que menos ocupava a cabeça do mesmo nesse momento. Em suas mãos, se encontrava uma caixinha com aliança. Tinha demorado tanto tempo para escolher. Era um modelo delicado de prata com pequenos diamantes ao seu entorno. Ficaria simplesmente lindo em Krist.

A primeira vez que viu Krist Perawat, há quase um ano, não imaginaria que se encontraria tão apaixonado. Singto sempre foi reservado e de poucos amigos. P'Arm era seu primo e dono daquele pub imenso só frequentado por gente engomada. Apesar de sempre ter sido de família rica, Singto não tinha muita paciência com riquinhos que gastam apenas por aparência. Mas seu P'Arm lucrava bastante com isso, e era uma pessoa adorada pelo mesmo. Por isso resolveu passar no pub e entregar um presente.

No seu grupo de amigos, que incluía Off Jumpol, Arm Weerayut, Mew Suppasit e Tay, seu irmão, em algum momento, ficou meio que estabelecido que eles não iriam namorar. O tempo era precioso para manterem seus trabalhos e a maioria das pessoas que encontraram eram interesseiras. Mew é o mais velho, e um dia resolveu falar aos amigos sobre Sugar Daddy. Era a melhor saída pra eles. Poderiam escolher quem quisessem e as condições eram estabelecidas previamente. Ninguém iria os explorar pois eles cuidariam da parte financeira de seus parceiros. Poderiam ir a encontros quando quisessem e falar francamente com seus parceiros que não iam ter um relacionamento normal. Homens ricos eram mesmo estranhos.

A ironia do destino é que Mew, o que mais levantava a bandeira de que Sugar Babys eram mais fácies de lidar, e poderia controlar o relacionamento todo, hoje comia na mão de seu baby. O menino chamado Gulf era a fraqueza do famoso Daddy playboy. Gulf tinha 21 anos e mandava e desmandava no dono da rede de hotéis Wabisabi, já com seus 32 anos. E quem sou eu pra julgar? Quando avistei Krist servindo bebidas no balcão do pub de P'Arm, só conseguia pensar o quanto ele era lindo.

Me aproximar da fera era difícil. Quando tentei puxar conversa como cliente fui ignorado. Passei a ir lá toda semana. Descobri através de P'Arm que o nome do garoto bonito era Krist Perawat, 22 anos, estudante de arquitetura e que tinha um irmão mais novo.

Já completava três semanas e dois dias que não trocava mais que poucas palavras e olhares com Krist, quando minha chance chegou.

Naquele dia uns riquinhos mimados brigaram no pub e acabou em uma bagunça. Resolvi então, ficar mais tempo para ajudar P'Arm e seus funcionários. A verdade é que eu queria conversar mais com Krist.

Passava da meia noite quando saímos, e me sentia frustrado, não consegui sucesso na missão de falar com ele.

- Não vai pra casa? – Perguntei quando vi Krist parado ao lado do pub. Já tínhamos nos despedido de todos e naquele dia meu carro estava estacionado na rua paralela.

- Ahn... os ônibus pararam de rodar. – Notei que Krist estava constrangido. Já tinha percebido que ele era uma pessoa bem reservada.

- Eu posso te levar em casa, se quiser. – Por dentro estava torcendo pra ele aceitar.

- Ah não, eu provavelmente moro pro lado contrário do seu, vou andar até o centro e encontrar um moto táxi, obrigada. – O mesmo já ia andando quando segurei seu braço.

- Por favor Krist, você já me conhece e sabe que não vou fazer nada com você. Andar esse horário é perigoso. – Eu já tinha decidido que se ele não me deixasse leva-lo iria o acompanhar até no centro.

- Ah quer saber! Tudo bem! Se um riquinho quer gastar seu tempo comigo, que seja! Estou cansado e amanhã nem sei como vou viver! – Krist soltou minha mão de seu braço com um puxão, ele parecia mesmo cansado. Exausto pra ser mais exato.

Meu PapiiOnde histórias criam vida. Descubra agora