The colors of love

Capítulo 1

— É só mais um novo dia!

Falo para eu mesma ao me olhar no espelho do banheiro, lavo o rosto e escovo os dentes desejando não ter saído da cama.

— Bom dia, bela adormecida, dormiu bem está noite?
Diz Abby ao me ver descer as escadas:

— Não mesmo, passei a noite acordada lendo e escrevendo e estudando, não tive uma gota de sono.
— respondo enquanto me jogo no sofá — Amiga tenho uma coisa pra te contar que talvez você não goste muito — ela me passa minha caneca da Marvel que ganhei de presente dela com Café com leite e senta do meu lado

— Tenho um encontro marcado com uma garota lindíssima este sábado à noite, o nome dela é Carly tem 20 anos, é uma bela morena de olhos claros.

— Que bom amiga, mas como vocês se conheceram? Não lembro de você ter falado de algo sobre comigo.

— então minha Violet, é aí que começa a ficar engraçado essa história — continua ela — eu conheci ela um tempinho pela internet — olho pra cara dela e digo:

— Tu ta ficando maluca Abby, o que nós conversamos sobre isso! Você sabe muito bem que a última vez que marcou um encontro pela internet não deu certo e eu que tive que ficar aguentando as suas músicas de sofrência e sua choradeira! A quanto tempo estão conversando?

— Tem 3 dias — ela fala e sai às pressas de perto de mim quando pego um travesseiro e taco nela, ela com um bom reflexo pega o travesseiro e taca de volta.

— você sabe que arranjar relacionamentos pela internet é perigoso demais, só tem 3 dias que você conversa com ela e já marco encontro e o pior de tudo é que me escondeu isso tudo Abby!

— Amiga fica calma eu sei me cuidar você sabe disso. — chego pra perto dela e digo:

— eu apenas me preocupo com você, mas espero que dê tudo certo.

Abby é minha melhor amiga, moramos juntas dês que terminamos o ensino médio, nos conhecemos no último ano do ensino fundamental e dês de então ficamos juntas. Quando ela se assumiu lésbica pra sua família seus, país, como já previsto, não gostaram muito de sua escolha, então assim que me mudei pra cá chamei a Abby para morar comigo, assim ela não tem que ficar aguentando as piadinhas homofóbicas de sua família.

— E você Violet o que vai fazer sábado à noite? — perguntou Abby enquanto dá uma grande mordida em uma maça verde que estava na fruteira em cima do balcão:

— não sei ainda, acho que vou estudar e comer besteiras como sempre.
— ah! não, você só sabe estudar e ler e estudar, esquece um pouco a faculdade, esquece um pouco de livros e sai pra curti mulher, se quiser, pode ir comigo e com a Carly no cinema e depois jantar com a gente.

— Não mesmo, não quero atrapalhar vocês. E se eu não estudar não passo na faculdade de astronomia, e se eu não passar na faculdade de astronomia não realizo meu sonho de trabalhar pra Nasa. — Abby revira os olhos e repete tudo que falo sem emitir nenhum som de sua boca.

— não sei como você consegue estudar tanto, principalmente Matemática e Física, nunca fui boa nessas matérias. Bem estou indo pro Trabalho, nos vemos a noite e não se esqueça que hoje é seu dia de arrumar a casa e fazer o jantar dona Violet! E o Sam vem para cá hoje à noite, estou indo beijos, e eu amo você minha, Albert Einstein versão feminina.

— eu também amo você cabeça de vento!
Respondo gritando antes que ela feche a porta.

Odeio limpar a casa, porém, também odeio casa suja e bagunçada, então para me animar ligo o som e coloco o CD do Imagine Dragons. É minha banda favorita. Aumento o som bem alto e começo a limpar meu quarto, depois a sala, a cozinha, o banheiro e por último o quarto da Abby que é o cômodo mais bagunçado da casa. Tem roupas e comida podre por toda parte, o cheiro é insuportável.

Não sei o que está mais bagunçado se é o quarto dela ou o lixão. Encontro cartas que fiz pra ela quando eramos do segundo ano, cartões de aniversário, folhas amassadas, CDs espalhados, pôsteres em cima da cama para ser colado nas paredes, mas não tem mais espaço. A parede já está coberta de pôsteres de bandas, cantores e cantoras, series e filmes.

Mas o que mais chama atenção por ser o maior, é o pôster do Michael Jackson. Começo organizando tudo que está jogado pelo quarto e coloco em seus devidos lugares, separo às roupas sujas das limpas e troco os lenços da cama.

Quando termino de limpar o quarto descei e coloco às roupas para lavar quando ouço um barulho de caminhão, vou até à janela e vejo um caminhão de mudanças parado na casa ao lado não sabia que a casa estava para venda ou para alugar. O casal que morava nessa casa eram bem sinistros, pareciam psicopatas. Me davam medo.

Vou até o banheiro, tomo um banho e me arrumo. Trabalho durante a tarde em uma Pet Shop e a noite faço faculdade de astronomia, é meu último ano e em breve irei fazer uma prova para entrar como aprendiz na NASA, sempre foi meu sonho trabalhar lá então não perco meu foco nos estudos. O que ganho no trabalho não é muito, mas é o bastante para pagar a faculdade e as contas de casa, o que também não é muita coisa, meu pai construiu está Casa para mim e eu o ajudei então não pago aluguel, faço compras do mês, pago  internet e Tv. acabo e conta de luz, a Abby me ajuda com as contas e fazer compras para a casa.

Começa a chover fortemente e começo a sentir cheiro de terra molhada, ouço o barulho das gotas de chuva bater na janela da sala enquanto procuro o guarda-chuva dentro do baú que fica ao lado da janela, ouço um barulho de mensagem do meu celular, tiro do bolso e vejo uma mensagem da Sra. Johnson, a minha chefe dizendo que não preciso ir trabalhar nem hoje e nem amanhã, pois ela não abrirá o Pet shop por questão de saúde. Tiro os sapatos e sento no sofá, fico ali mexendo no celular, olhando o Instagram, o twitter e às notícias onde só há tragédias por conta dos temporais que tem caindo nos últimos dias, pego no sono por umas duas ou três horas. De repente acordo com muita falta de ar sinto uma imensa vontade de chorar, não lembro o que sonhei, lágrimas escorrem pelo meu rosto e eu nem sei o porquê, e então começo a ficar sem ar e a sala parece ficar cada vez menor.

Tento levantar, mas algo parece me puxar cada vez mais para baixo, minha vista escurece e as lagrimas não param de escorrer vou para o canto da sala, e fico ali sentada chorando e ao mesmo tempo tentando respirar. Mil pensamentos diferentes passam pela minha cabeça e não consigo dizer nada... bato a cabeça na parede 1,2,3,4... várias vezes e não passa.

Sinto uma agonia enorme no meu peito e eu não sei o que fazer, parece que o céu estar caindo em cima de mim. Bato cada vez mais forte a minha cabeça na parede, e tento gritar por socorro, mas não ouço minha voz sair, grito, grito, grito e grito o mais alto possível, mas não ouço minha voz. 

Estou em desespero, cada vez mais lágrimas escorrem, olho para minhas mãos e estão tremendo muito. Porquê estou tremendo? Vejo a sombra de alguém vindo em minha direção falando algo, mas não consigo ouvir, e de repente tudo fica escuro.