capítulo 1

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Kristen Heller

Chego às seis em ponto na delegacia como sempre.

É um dia comum, muito trabalho, correria, ocorrências...

Estou trabalhando em um caso, praticamente já solucionei, só preciso apresentar as provas para meu chefe e estará solucionado definitivamente.

Bato na porta do escritório do meu superior.
Depois de alguns segundos eu entro.

_aqui está o depoimento de Brenda Carter mais conhecida como Britney, ela é garota de programa, melhor amiga da vítima que encontramos morta no banheiro público._ digo entregando-lhe uma pasta com vários documentos _ Ela foi encontrada com a garganta perfurada, o laudo na necropsia disse ter sido por algo pontiagudo provavelmente de aço ou ferro.

_ e qual é a ligação de Brenda? _ pergunta me olhando por cima dos óculos quadrados pequenos de mais para seus olhos.

_ foi feita uma busca e apreensão no apartamento que Brenda dividia com a vítima, Sheila Simas. Encontramos uma tesoura que foi limpada mas ainda haviam DNAs do sangue de Sheila nela. _ mostro uma foto do pescoço da vítima perfurado e depois uma foto da tesoura usada no crime _ prendemos Brenda e ela confessou ter matado a melhor amiga com a ajuda do suposto namorado de Sheila. Eles tinham um caso e queriam tirar Sheila do caminho, ou algo assim.

_ se ela era prostituta como tinha um namorado? _ pergunta meu chefe ainda analisando as fotos.

_ prostitutas tem namorados, ou cafetões. Não sei como é a relação entre eles, parece estranho mas acontece por aí.

Bruce Coleman, meu chefe, me olha e tira os óculos quadrados, colocando os sobre a mesa de sua sala.

_ e onde está o tal namorado?

_ já fizemos buscas na casa dele e em vários outros lugares que ele frequenta mas não achamos nem pistas do paradeiro dele.

_ Certo. Envie cópias desses documentos para o Fórum de Washington.

Concordo e recolho os documentos de cima da mesa.

Quando estava prestes a sair da sala ouço meu chefe chamar meu nome.

_ Kristen... eu realmente te subestimei de novo, você sempre consegue ser profissional e concluir casos difíceis como este. Parabéns, não é atoa que dizem por aí que vc é a melhor no que faz.

_ obrigada, senhor. _ digo saindo sorridente da sala.

Sento me na cadeira do meu escritório me sentido brilhante e satisfeita, mesmo que o namorado da vítima não tenha sido encontrado, eu resolvi o caso novamente.

Retiro uma cartela de adesivos com formato de estrelas douradas da gaveta. Quando estava prestes a pregar mais uma estrela no "mural da vitória" ouço o bater da porta.

Me viro e é meu irmão, Brayan.

_ mais um caso solucionado maninha _ Sorri para ele contente _ daqui a pouco vai faltar parede para colar esses adesivos.

_ Coleman disse que eu sou a melhor no que faço. E ele está certo.

_ quanta confiança _ diz rindo com as mãos nos bolsos da calça.

_ esse é o adesivo 37. Isso significa que é o trigésimo sétimo caso que resolvo.

_ estou orgulhoso, nossos pais ficariam também. _ diz meu irmão mais velho com um sorriso fraco.

Sorrio com certa tristeza e ele me abraça pelo pescoço dando um beijo carinhoso no topo da minha cabeça.

Depois que meu irmão sai da minha sala envio os documentos como meu chefe pediu. Analiso tudo uma última vez e sinto orgulho de mim mesma. Sou quem eu sempre quiz ser, está tudo perfeito, o que pode dar errado?

***

02: 10

Duas e dez da manhã meu telefone toca ao lado da cabeceira da minha cama, quem pode ser a essa hora?

_ alô?

_ é Bruce Coleman, houve um homicídio no beco atrás da boate wish, esteja aqui em 5 minutos e o caso é seu.

Ele desliga sem nem me dar tempo de falar.

Me visto o mais rápido que posso penteio o cabelo e e saio correndo de casa.

Quando chego ao beco atrás de boate, há vários carros da polícia na rua, ambulâncias e um carro do IML de Washington.

As luzes da sirene clareiam o escuro do beco.

Quando me aproximo do meu chefe ele se apressa em explicar.

_ eu sei que você é uma boa investigadora, mas esse é muito mais delicado do que você pode imaginar.

Sinto um frio na espinha pela seriedade e frieza no olhar de meu chefe.

_ O caso é uma garota de 8 anos. Eloá Jhonson, morreu baleada na cabeça as 2 da manhã aqui no beco. Os pais disseram que ela saiu de casa escondida, ela mora a duas quadras daqui, ninguém sabe como ela fugiu.

_ algum suspeito? _ pergunto analisando o local com cautela.

_ sim, um homem foi visto por uma das prostitutas que estava saindo pela porta dos fundos. Ele estava com a garota nós braços, coberto de sangue. Assim que ele viu a prostituta, saiu correndo.

_ ela não sabe quem é o homem? _ pergunto com um nó na garganta.

_ Mike Brosnan. _ diz passando as mãos pelo cabelo.

_ então o caso já está solucionado? Foi Mike Brosnan?

_ não temos certeza. Ele só estava ali, não sabemos se foi ele mesmo. Temos 1 milhão de motivos para prender Brosnan mas a morte dessa garota não faz sentido. Por que ele mataria uma menina em um beco? Sabemos do histórico bom e ruim dele.

_ há algum tipo de sinal de violência na garota? _ não sei se tenho certeza de que quero saber disso.

_ isso só o laudo da necropsia vai nos dizer, o corpo já foi levado para o IML. _ diz se afastando e indo conversar com alguns policiais.

Olho para a marca de sangue no chão daquele beco sujo e fedido. Como alguém tem coragem de fazer isso com uma garotinha? Mike Brosnan é um monstro e eu vou provar que ele fez isso. Vou acabar com esse maldito de uma vez por todas.

Fico até às 6 da manhã no beco, colhendo provas e depoimentos dos moradores do local, e das prostituta que estavam trabalhando naquela noite.

Depois de repetir um milhão de vezes as mesmas perguntas para pessoas diferentes, anotar tudo, tirar impressões digitais de maçanetas e de objetos não removíveis. Recolho bituca de um cigarro recém apagado e uma caneta encontrada perto do corpo.

Chego em casa às 7 da manhã, estou cansada e emocionalmente abalada, por tudo que vi hoje. Estou tão casada que caio no sono sem nem me dar conta.

Não Deixe De Gritar Meu NomeOnde histórias criam vida. Descubra agora