Epílogo

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As coisas ficaram simples após a vitória do Rei Bruxo. Os demi-humanos já haviam perdido a vontade de lutar, então tudo o que restava era acabar com os mesmos. Não houve praticamente nenhuma baixa do lado do Reino Sagrado, mas o solo estava cheio de cadáveres demi-humanos.

Agora que o general inimigo, Jaldabaoth, havia sido derrotado, ninguém poderia interferir com o Exército de Libertação do Reino Sagrado.

Recapturar a cidade de Prart e a capital de Hoburns foi praticamente instantâneo.

Demoraria um pouco mais para libertar a cidade de Rimun, que ficava mais a oeste, e ainda havia pessoas sofrendo em vilarejos que tinham sido convertidos em campos de detenção, mas esse já tinha sido um enorme progresso.

A capital agora liberada estava cheia de barulhos alegres, e o ardor dos mesmos não tinha diminuído mesmo depois de um dia inteiro. Na verdade, eles tinham ficado mais animados.

No entanto, o alto escalão—Neia incluída—sabia que ainda havia uma verdadeira montanha de problemas a serem resolvidos.

O primeiro problema era a comida. Os demi-humanos tinham comido tudo e causado uma escassez de comida. Isso certamente prejudicaria o progresso do Reino Sagrado no futuro.

O próximo era as pessoas que haviam morrido. Perdas no número de indivíduos poderiam ser substituídas. No entanto, se os mortos tivessem sido habilidosos artesãos, estudiosos ou pessoas capazes de um dia se tornarem estes, então a perda de conhecimento seria um golpe fatal para a nação.

E depois havia a questão dos recursos. Os demi-humanos haviam saqueado e destruído muitas coisas, e a reconstrução de todas elas exigiria muitos recursos.

Por fim, havia a questão do tempo. Os demi-humanos tinham resistido por duas estações completas durante a invasão, e eles precisariam trabalhar duas vezes mais para compensar as perdas.

E, claro, poderiam haver demi-humanos à espreita dentro do Reino Sagrado. Estes precisariam ser erradicados e exterminados.

A localização da maioria dos itens roubados pelos demi-humanos—objetos de valor e itens mágicos—era desconhecida. Os demi-humanos tinham culturas diferentes, por isso adornar-se com metais preciosos e colecionar riquezas humanas era algo longe de ser estranho. No entanto, o estranho era que realmente não havia pistas de para onde essas coisas haviam sido levadas. Isso porque eles tinham sido completamente incapazes de rastrear as unidades de transporte do inimigo.

Ainda assim, por mais que houvesse muitos problemas pela frente, havia pessoas que achavam que seria bom se eles simplesmente esquecessem tudo em festejos francos e honestos. Eles precisavam de uma pequena pausa antes dos dolorosos dias que viriam, e Neia concordava com esse ponto também.

No entanto, ela não poderia fazer isso hoje. Ela não poderia se esquecer de tudo enquanto festejava neste dia.

A razão para isso era porque este era um dia de despedida.

Este tinha sido um dia muito triste.

Havia uma única carruagem parada em frente ao portão principal da capital real, no lado leste da cidade. Em contraste com o exterior simples da carruagem, Neia sabia que seu interior era luxuoso e meticulosamente montado, e seu desempenho também era excelente. Em particular, seus assentos não machucavam as nádegas mesmo depois de longos períodos passados ​​sentados neles.

De fato.

Era a carruagem que Neia tinha tido a permissão de dividir com o Rei Bruxo quando ele veio para o Reino Sagrado.

Volume 13 - O paladino do Reino SantoOnde histórias criam vida. Descubra agora