A Criança Das Estrelas

A Estrela Cadente

Uma noite de Lua cheia com lindas estrelas cobre o céu. A Lua brilha com uma enorme intensidade, junto das estrelas, e a terra é completamente visível em todas as direções com uma beleza única. No momento, nós estamos em uma região vasta por um campo aberto, com alguns espaços com árvores e rios. E nesta região, há um vilarejo que já existe ali há algum tempo. E vendo isso, o povo dessa vila assiste com grande admiração. Um presente de Deus.

Era um vilarejo de tamanho médio, com algumas casas feitas em madeira e alguns tipos de tijolos como colunas de sustentação. Seus tetos eram em maioria semelhantes, sendo curvos e com alguns revestimentos em palha, para amenizar o frio a noite. E além das casas, havia também alguns estábulos para os cavalos e campos cercados para que o gado pudesse circular com bastante espaço, sem contar o celeiro onde eles pudessem se acolher a noite. E a construção que mais se destacava, era um templo que se localizava no centro do vilarejo. Seu formato era de pirâmide, com 4 lados, e sua cor era preta, mas seria mais certo dizer que o templo era verde, por causa das vinhas e tudo o mais que foram crescendo ali em volta, até cobrir todo o exterior do templo.

Em uma dessas casas, havia um casal que não conseguia dormir, então eles foram para o lado de fora, para apreciar aquela noite estrelada. O homem colocou uma cadeira de balanço grande ali no quintal, uma que coubessem os dois juntos. A mulher por sua vez, pegou alguns cobertores para que pudessem dividir, já que nessas horas o frio costumava ser um pouco severo. E ali eles ficaram, os dois abraçados e cobertos, sob a luz da Lua e das estrelas.

- Querido, olha como o céu está cheio delas! Há quantos anos que eu não vejo uma noite tão linda. Acho que valeu a pena perder algum tempo de sono por isso, ahahah!

- É... realmente. Eu mesmo nem me lembro de já ter visto tantas estrelas de uma vez só. Espero que isso dure bastante. A Lua brilha tanto que é quase como se estivesse dia.

O casal ficou ali por uns minutos em silêncio, observando o céu. Porém, a mulher estava preocupada com algo, e logo começou uma nova conversa entre os dois.

- Naam, vai ficar tudo bem com você? Eu estou preocupada de verdade com tudo isso. Vocês vão lutar contra a tribo dos Emissários, e eles estão em maior número. Só de imaginar o que pode acontecer de ruim...

- Sarah, fique tranquila. Nós não somos um bando de fracotes. E aliás, eles é quem deveriam ter medo, pois cada um do nosso povo é capaz de lidar com 4 deles. Eles podem vir em 100, que nós iremos apenas com 25.

- Sim, vocês são fortes mesmo. Estarei confiando em todos para que voltem bem. E até lá, espero poder te dar boas notícias sobre aquilo que planejamos. - Diz Sarah com um leve sorriso, e o olhar distante.

- Fala sobre nosso filho? - Pergunta Naamuri, sem esboçar nenhum sentimento.

- Sim...

- Eu também espero que aconteça. Precisamos deixar nosso legado no mundo, e também já estamos demorando um pouco demais para termos nosso primeiro. Isso as vezes me tira o sono as noites...

- Naam, confie em mim. Vai dar certo. Por mais que eu tenha algum problema que ainda não conhecemos, eu sei que vamos conseguir. Mas somos jovens, então não precisa ter pressa. Um dia de cada vez! - Enquanto diz isso, ela demonstra uma expressão de muita felicidade e esperança em seu rosto, tranquilizando seu marido.

- É... um dia de cada vez. Por agora, nós temos que nos preocupar com o combate, e também com nossos irmãos e irmãs da vila.

- Não. Por agora, NÓS DOIS temos que nos preocupar em aproveitar essa noite! E olha só, Naam, as estrelas estão caminhando pelo céu! - Sarah aponta para as estrelas.