Passado pouco mais de uma hora, Naamuri e seus homens chegam à entrada do pântano, já muito conhecida pelo seu grande arco de madeira com o símbolo de sua vila esculpido em seu meio. Mas agora o pântano já estava diferente graças a todos os ocorridos recentes que já foram ditos, desde a cor modificada do solo, das árvores e das plantas.
O emblema da tribo de Naamuri era caracterizada pela figura de uma Lua Crescente, de cor amarela. Mas devido aos eventos recentes, todo o arco que compunha a entrada do pântano estava com sua madeira quase podre, coberta de vinhas coloridas e alguns insetos. O emblema da tribo estava invertido, sendo agora uma Lua Minguante, de cor roxa. Toda a atmosfera da região era diferente e até o momento não havia nenhum animal, sendo apenas o silêncio a única coisa audível naquela entrada. Neblina cobria o local e árvores de diferentes cores decoravam o pântano que antes não possuía nenhuma beleza, e também era caracterizado pelo seu odor forte, que agora fora substituído pelo cheiro de terra molhada comum.
- Vocês realmente querem pegar esse caminho? Esse lugar está mais estranho que a floresta que passamos para chegar naquela montanha. E olha que esse pântano já era ruim de entrar antes mesmo dessa loucura toda... - Disse Qenri, se pronunciando no meio do grupo.
- Sendo sincero, depois de tudo pelo que a gente passou desde ontem, acho que esse lugar aqui até que pode ser divertido. Eu, pelo menos, não vejo problemas em entrar. Ou vocês preferem ir pela floresta e dar de cara com mais daqueles Emissários covardes? - Respondeu Naamuri.
- Além disso, caso qualquer coisa aconteça, nós temos nosso amuleto de proteção, não é mesmo? - Se pronunciou Valvir, o quarto homem do grupo, em tom sarcástico.
Valvir era um rapaz misterioso e bem calado, tanto que só veio a falar alguma coisa só agora. Ficou tanto tempo em seu espaço sem interagir que até haviam esquecido dele.
- EI! QUE SUSTO SEU FEDELHO! DE ONDE VOCÊ VEIO?? - Disse Naamuri em um salto, espantado.
- Como assim? Eu estava aqui o tempo todo... Já esqueceram que eu vim pra cá junto com vocês? - Respondeu ainda com o tom sarcástico, agora dando um leve sorriso.
Valvir era um rapaz bem jovem, com seus 17 anos. Sua estatura era de 1,60 e possuía um corpo bem forte. Com um cabelo bem liso e grande, seu visual era bem exclusivo de si, o que fazia com que se destacasse no vilarejo. Tinha olhos completamente pretos e uma pele da mesma cor da garotinha que estava ali com eles, levemente morena. É um rapaz bem calado e observador, as vezes tão calado que até esqueciam dele. Alguns o consideravam como um fantasma, e isso o fazia um dos mais fortes dali, mesmo tão jovem.
Suas características em combate são focadas na furtividade e velocidade, também como suas armas, que eram apenas duas pequenas facas bem afiadas. Força bruta não era seu forte. Seus ataques são focados em áreas específicas onde podem ser letais para seus inimigos, e sua velocidade o ajudava nisso, o tornando um assassino nato. Suas habilidades o fizeram conhecido como o "Assassino da Lua".
- Sorte a sua que sou eu quem segura essa criança agora, porque senão já teria levado um golpe direto da minha lança antes mesmo de terminar sua frase. - Disse Renru, olhando para Valvir, em um tom de brincadeira.
Já não havia mais porque tentar outro caminho, e além do mais, esses homens, no fundo, ainda estavam bem curiosos para saber o que mais havia acontecido naquele lugar. E assim, todos entraram no pântano, que agora parecia mais um mundo mágico e sombrio.
Ao entrarem, a primeira coisa estranha que se podia reparar era a falta de criaturas por lá. Não se via nenhum animal ou até mesmo inseto. Mas aqueles homens não podiam deixar de ficar fascinados com a beleza daquela região, com tantas cores para todos os lados, e a terra onde pisavam também... Tudo era como um degradê com ainda mais cores do que na floresta quando pegaram o caminho de ida. A água aparentava ainda ser normal, mas não havia também nenhum animal dentro dela, o que é bem estranho, já que em um pântano seria comum ter jacarés e crocodilos à espreita nos rios.
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A Criança Das Estrelas
AdventureEra uma vez, em tempos antigos, vários vilarejos e tribos de uma região do mundo. Todas as tribos viviam com seus espaços e regras, mas também entravam em muitos conflitos. Tudo ia seguindo o rumo natural da vida, até que em uma noite onde houve uma...