capítulo XIX: a volta

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Bia

Eu estava decidida, iria ir ao Brasil, pediria desculpas a Anna e ficaria tudo bem. Mantive esses pensamentos enquanto ainda estava no avião,assim que desceu,sentiu um leve enjoo, mas não ligou,o seu motivo era mais importante.

Anna havia descrito sua casa muitas vezes para mim,o que facilitou muito encontrar,bati na porta,e ninguém respondeu, estava trancada e um vizinho disse que ela não estava, perguntei sua localização e ele disse que era em um velório local. Me assustei, quem teria morrido? Seria uma péssima hora para conversar, mesmo assim fui.

Anna

Eu não sairia de perto de André de jeito nenhum, ele estava lindo, usava um paletó azul marinho,eu já o tinha visto usando em um casamento. Ele parecia calmo e sereno, estava sorrindo,da mesma forma que sorriu naquele dia.
Eu não chorava mais, não tinha lágrimas o suficiente, somente soluçava. Uma vela se apagou e eu rapidamente acendi, muitos acharam aquilo estranho,mas era porque eu sabia o medo de escuro que André possuía,e mesmo estando morto eu cuidaria dele.
Não comia nem dormia fazia um tempo, mais não senti nescessário. Não falei nada com ninguém,parentes que eu nem conhecia vieram palpitar,o que me deu muita raiva, não queria ouvir ninguém dizendo "vai passar" "é difícil eu sei" "ele está em um lugar melhor" " "você não precisa chorar" "descanse" ''não fique muito tempo aí só vai te deixar triste".


Sinto um leve toque em meu ombro,entre olhei pelo ombro,e vi, era Bia, por um momento meu coração teve um pingo de alegria, ela não disse nada, muito menos eu, somente a abracei com força e ela retribuiu, eu novamente desabo ecomeço a chorar soltando soluços, tudo o que precisava naquele momento era de um abraço de alguém especial,e Bia era mais que o nescessário.

Bia

Naquele momento eu não quis conversar, sabia que ela estava abalada,reconheci o rapaz no caixão,era o mesmo que havia ido ver Anna a alguns meses em minha casa. Eu pude perceber que Anna não estava brava comigo,pois, seu abraço era quente e nescessitado, ela apertava minha camisa com os dedos e chorava,meu coração se partirá em pedaços, sempre odiei vê-la chorar, mesmo que não fosse por minha causa.

B I A N N A : descobrindo o amorOnde histórias criam vida. Descubra agora