capítulo XVII: infância

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Narrador

Já faziam algumas semanas que Anna havia deixado Seul e ido morar no Brasil, logo foi bem recebida por sua mãe, irmã,e André.
Por algum motivo, André sempre esteve presente na vida de Anna, eram como irmãos, podiam confiar um no outro.

– Anna!!!– sua irmã havia literalmente pulado em seu colo.

Em tempos antigos, Anna faria cócegas na mesma até se soltar,mas desta vez foi diferente, ela simplesmente soltou a garota e foi em direção ao carro sem ao menos olhar nos olhos de sua família, que até então,ficou surpresa com a atitude da mesma.

Quebra de tempo

Não podia negar que sentira falta de sua família,mas, naquele momento, Anna queria ficar sozinha. Tirou os sapatos e se jogou na cama escondendo-se por entre as cobertas.

Fazia frio naquele dia, esse clima chato, querendo ou não, a fazia lembrar do aquecedor de sua antiga casa,de Bia deitada em seu sofá após tentar beija-la por conta do álcool que havia ingerido irresponsavelmente,do perfume das velas aromáticas de pêssego,do sorriso que dera ao ver a careta da mesma ao beber o chá,"droga!" Pensou.

Anna

Derrepente ouvi batidas na porta "vai embora" pensei ser minha irmã novamente, não a odiava,mas ela não era quem eu queria por perto,vejo a porta abrir e vejo André entrar de uma forma sutil, logo, dei espaço para que ele pudesse se sentar ao meu lado,por mais que eu necessitava ficar só,a presença de André não me incomodava, muito pelo contrário,eu e André crescemos juntos e não tinha nada que ele não soubesse sobre mim,ele sabia que eu não estava bem.

– Anna? Aconteceu alguma coisa?

Nego com a cabeça e me escondendo entre os joelhos.

– você não me engana senhorita! Eu sei que você está triste.

– eu...e a Bia...

– estão juntas???

– n-não.

– eu já disse que você precisa de atit-

– a gente brigou André! – digo com os olhos prontos para derramar outra cachoeira, quando o mesmo me abraçou na tentativa de confortar.

– isso é normal, pessoas vem e vão, você não deve se abater.

– você não entende, eu a amava de verdade!

– o que aconteceu com vocês?

Explico tudo o que posso ao meu amigo que sempre que possível fazia algo para me fazer rir, mais era em vão,o buraco que havia em meu coração não podia ser preenchido e disso eu estava certa.

André

Detestava ver minha noona assim,ela sempre foi alguém que ria com as minhas brincadeiras, lembro como se fosse ontem de eu estar no parquinho e ver aquela menininha com as bochechas rosadas brincando sozinha,fui até ela, não sei o que fazia mais pedi para fazer também,numa tentativa frustrada fizemos um" castelo" de areia. Ela chorou ao ver o mesmo desabar por não possuir estrutura, não demorou muito para o choro cessar depois de eu divir alguns biscoitos com ela, daí então nos tornamos amigos inseparáveis. Clichê? Talvez! Mais não deixava de ser uma lembrança boa.

Continua...

Sinto cheiro de tiro? Uhmmm

B I A N N A : descobrindo o amorOnde histórias criam vida. Descubra agora