Saudade que transcende o além (parte 02)

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A vovó caminhou até o seu quarto. Na porta havia uma frase "Pode-se encontrar a felicidade em um dia nublado e tristeza no começo da primavera".

— Aqui está, vejamos, é bem pesado esse baú. (Disse a Vovó, tentando tirar o baú do canto da parede.)

O baú era bem estranho, tinha duas fechaduras, uma ao lado da outra, embaixo da primeira estava escrito "Novo" e da segunda "Lar". A avó do Wybie segurava duas chaves, uma que parecia ser feita de uma agulha de madeira e outra de ferro.

— Esta chave (apontando a chave de agulha de madeira) não foi criada por nenhum chaveiro. E esta é a minha (apontando para a chave de ferro).

Usando a chave de ferro, a Vovó abre e lá dentro há várias fotos. Uma delas, uma senhora amontoando tijolos e do lado uma menina, com uma cara embravecida.

— Quem é esta? Pergunta Coraline.

— Esta foto encontramos ao pé da escada do Palácio Cor de Rosa (Responde a Vovó, segurando a foto)... Estava entre uma brecha de madeira, não sabemos de quem é... Olha só, está aqui. Nossos queridos pais e nós duas juntas.

— Eles estão bem sérios na foto, Vovó. (Diz Coraline ao segurar a foto.)

— Sim, nossos pais não foram os mais carinhosos, viemos do Texas, lá a vida não era fácil e havia violência e ele sempre nos defendia de assaltos. Minha mãe dizia que sonhou com meu pai, mas em outra vida, há varios anos atrás, ele era soldado e a ajudou numa perseguição a ela. Eles acreditavam que você não morre de verdade, apenas renasce em outras vidas.

— Sabe, seu gato, as vezes parece que aconteceu isso com ele, sempre sabe demais (disse Coraline, dando risada).

O gato olha para ela com seus olhos enormes, parecia concordar com o que Coraline disse. Coraline vê que dentro do baú há uma frase que se parecia com uma língua desconhecida.

— Meu pai dizia que os gatos sempre o seguiam. As vezes até podiam entender o que falava, aprendi com ele que não só é possível conversar com o som... (disse avó do Wybie demonstrando orgulho)

— Que língua é essa? ( Pergunta Coraline,  ainda olhando para a frase)

— Isso é egípcio, meu pai adorava civilizações antigas... acho que é só (responde a Vovo, fechando com a chave de madeira)

— Por que a senhora não fechou com sua chave? (Questiona Coraline, sempre curiosa)

— Na verdade esse baú não é meu. Aliás, não é desse mundo, a chave de madeira apenas fecha. Você precisa fazer a sua chave para abri-lo. mas essa história eu conto outro dia (responde a avó do Wybie com um pequeno riso)

Coraline caminha até a porta, parecendo satisfeita por aquele dia.

— Vovó acho que por hoje já lhe explorei bastante. Sinto que há muitas histórias legais. (Disse Coraline mais aliviada)

— Sempre que precisar, pode nos visitar, Coraline. (diz Wybie, depois de um bom tempo sem falar nada durante aquela manhã) Vou tentar não ter mais medo do Palácio Cor de Rosa. Embora ache difícil.

Coraline retorna para casa e fica um pouco com seus pais. Mal sabia que aquela noite conseguiria dormir, porém sua mente exploradora iria buscar mais a fundo o Outro Mundo.

Coraline e o Segredo da Irmã Gêmea Onde histórias criam vida. Descubra agora