two

3.2K 397 160
                                    

Louis procurou –  ele jura que procurou – os clássicos que queria, mas a única coisa que achou foram diversos discos de bandas como The Beatels e Rolling Stones e, caramba, ele não fazia ideia do que era aquilo. Só sabiam que eram... bandas.

Com um pigarreio, o menor foi até o garoto que o atendeu calmamente. Suas bochechas estavam a ponto de pegar fogo e suas pernas bambeavam. Ele era o típico tímido sem limites. Até mesmo na escola ele era assim, os professores só o davam um desconto por "não participar da aula" porque ele realmente era um bom aluno e eles tinham sido informados pelo mesmo que ele não era lá muito sociável.

Chegando na bancada, Louis decidiu erguer o olhar, percebendo os grandes olhos verdes o olhando cuidadosa e curiosamente, até mesmo com um pouco de brilho; esperança, talvez.

"E-eu realmente procurei e não achei nen-nhum clássico ali", mordia a parte interna de sua bochecha, olhando os panfletos da loja que, naquele momento, pareciam a melhor coisa do mundo.

"Como não?! Ali tem apenas discos dos maiores clássicos do rock de todos os tempos e até mesmo do pop", ele explicou, literalmente confuso e um tanto ofendido, Louis diria.

"Mas eu quero música clássica. Clássicos mesmo", sem gaguejar, o menor explicou, fazendo uma dança da vitória internamente.

"Oh. Bem, nesse caso eles ficam na última fileira, porém na primeira estante, ali", apontou, fazendo Louis apenas assentir e agradecer baixinho, indo até onde o carinha estranho tinha indicado.

Enquanto olhava os discos, o menino passou a pensar nas tatuagens e piercings que o atendente tinha. Eram diversas, dos diversos tipos e tamanhos e aquilo o deixou um tanto enjoado. O menino era tão limpo que nunca pensou em ver alguém dessa forma por ali. Não de uma maneira tão exagerada.

Por isso ele preferia sua forma clássica de viver.

Harry estava curioso.

Novidade isso não é, pois o menino sempre foi curioso e todos à sua volta sabiam disso. Principalmente Niall, que era seu melhor amigo.

Aquele garoto que o confundiu duas vezes num mesmo dia dava uma sede de querer saber mais que Harry nunca havia sentido antes, e aquilo era engraçado.

Ele nunca foi muito discreto ou tímido, sempre lançou as piores cantadas e nunca se importou de sair para uma balada e ficar com, no máximo, vinte pessoas na mesma festa.

Ele sempre foi liberto de si mesmo e gostava disso.

Mas ninguém nunca lhe deu aquela curiosidade como aquele menino em formato de unicórnio adorável. Não mesmo.

O garoto decidiu então se distrair. Pegou seu celular e começou a enviar mensagens estranhas para Niall, rindo uma vez ou outra das respostas mais estranhas ainda. Eles eram assim.

Se conheciam desde que tinham quatro anos de idade e aquele irlandês filho da mãe sempre foi seu aparato. Ele sempre agradeceu o amigo por isso. Desde então viviam grudados, na escola, fora dela, em qualquer coisa que fossem fazer. Seus pais não estranhavam pelo fato de ser Niall e por eles se conhecerem desde os quatro anos. O loiro – Niall – era bissexual também, porém partia mais para as meninas. Ele dizia que não seria um bissexual completo até achar o seu "garoto-sexual", que seria o único menino a fazê-lo ser realmente gay. Era engraçado.

Harry se distraiu tanto que mal percebeu quando o pequeno ser presente na loja colocou três discos diferentes de um mesmo maestro ou compositor (ele não sabia ao certo) sobre a bancada. O menino se endireitou e pegou os discos, passando um por um no leitor de códigos de barra enquanto analisava as capas.

"Hm, Beethoven? Nunca ouvi, é bom?", é claro que ele não iria parar para escutar porque, por favor, aquilo era muito sem graça para o menino, mas ele precisava puxar um assunto qualquer.

"Uhum. Um dos melhores", recebeu uma resposta baixinha e quase riu.

"Certo, vai querer só isso mesmo ou precisará de alguns produtos de limpeza de discos ou plásticos protetores?"

"Acho que seria bom? Eu nunca tive um vinil antes", o rosto do menino se tornou em um poço de confusão, o que quase dez Harry ter um colapso com tamanha fofura.

"Bem, é simples de cuidar, okay? Eu vou trazer aqui os produtos, os panos adequados e os plásticos e já explico", ele saiu por um tempo, buscando três plásticos de proteção, um pano e um vidrinho com o produto para efetuar a limpeza, voltando em seguida. "Logo após você ouvir o disco, é bom dar uma pequena limpada no mesmo. Na primeira vez é recomendado utilizar o produto, mas na segunda e terceira pode ser só o pano seco. Então você o guarda no plástico e coloca na capa. Nada de deixá-lo em lugares com muito sol, sempre em lugares frescos, okay?", o menor a sua frente apenas assentia em tudo.

Harry guardou tudo em uma sacola e disse o preço final para o garoto, que o entregou as notas e recebeu o troco sem dizer nada.

"Um momento", disse o tatuado. "Aqui", entregou-lhe uma pequena notinha com um número.

"Ahn... o que é isso?", perguntou o unicórnio adorável.

"Meu telefone. Caso você tenha alguma dúvida ou queira tomar um café qualquer dia desses, aí está", sorriu largamente, vendo as bochechas do garoto tomarem um rubor forte.

"O-obrigado", sorriu levemente, pegando a sacola e saindo calmamente da loja.

Harry ouviu o sininho tinir e sorriu. Havia sido uma boa compra, afinal.

----------

love ya, xx Magio


Classics (Larry Stylinson AU) Onde histórias criam vida. Descubra agora