• capítulo 19 •

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Ela podia ouvir barulhos e olhou pela janela e viu carros. Como isso poderia ter acontecido? O livro! Ela o folheou. Foi assim que viajou no tempo. Como ela sairia dali? Ninguém poderia vê-la, se não iam começar com as perguntas e... sua mãe! Ela deveria estar a procura de Sina.  A primeira coisa, procurou algum capuz no armário mas não achou. Abriu a porta com a manga esticada nas mãos para não deixar digitais, afinal ali era o lugar onde ela havia desaparecido e provavelmente ali era a cena do crime.

Olhou em volta do corredor. Não havia ninguém, então correu e apertou o botão do elevador. Se escondeu quando ele chegou, vai que tinha alguém.

Sina, o que você vai fazer? Você acabou de viajar no tempo mais uma vez! Já sei. Eu preciso me disfarça de alguém aqui do hotel... Onde será que ficam guardados os uniformes? - A platinada pensava.

Viu uma camareira saindo de um dos quartos com um aspirador. Provavelmente seria ali.

- É aqui mesmo. Depois disso, vou pegar um táxi pra casa... Não, Sina! Você não tá na Alemanha... Preciso de dinheiro primeiro. Aí sim eu posso fazer qualquer coisa. A minha conta no banco! Mamãe me deixou um dinheiro...

Foi andando até o banco e soltou seus cabelos discretamente para ninguém ver seu rosto e... hum! Conseguiu acessar sua conta. Pegou o suficiente para ir num restaurante e comprar uma roupa nova, além de poder pagar o táxi. Sobrou um dinheiro. Ela precisava falar com Lilian.

Estava decidida. Iria voltar para sua terra natal e encontrar com sua professora, ela saberia o que fazer.

Algumas horas depois...

Ela havia voltado finalmente. Foi correndo para fora do aeroporto e pegando outro táxi.  Lembrou de seu pai... ele deveria estar muito preocupado. Uma coisa chamou sua atenção, uma repórter do lado de fora anunciando uma trágica notícia.

- Nesse exato momento, fazem dois meses que a filha da atriz Nathaly Deinert, Sina, desapareceu sem mais nem menos logo no primeiro dia de viagem com a mãe. 

Dois meses? Ela não sabia!  Mas isso não importava mais, ela queria apenas chegar até a casa de Lilian e voltar para o passado. Ela precisava voltar para ele.

- Sina? - A voz doce da professora a acalmava. - Você voltou, querida!

- Então você sabe que eu...

- Antes de você fui eu. Mas por favor, entre. - Lilian afastava a porta.

A casa era linda. A sala continha uma lareira já com fogo. O sofá era acolhedor e macio. Havia um quadro que parecia ser feito a mão e o tapete completava a decoração. O canto era surpreendido por um lindo gato laranja.

- E esse daqui é... - A platinada coçava o pescoço do gato que ronronava.

- Cocoa. Ele gostou de você. - Ela entregava uma xícara de chocolate quente para a aluna.

- Lilian, como isso é possível? - Sina bebia um gole da bebida

- Eu também não sei, mas é uma coisa para poucas pessoas.  Isso, pelo visto, é realmente muito antigo. Posso ver?

- Mas se você folheá-lo...

- A viagem só é possível se a a última página for lida.

- Não sabia...

- Eu cometi os mesmos erros que você. Mas me conte como foi.

- Lili, eu preciso voltar.

- Sina, isso não...

- Eu consegui amar novamente. Depois de muito tempo.

- Eu juro, juro mesmo que te ajudaria se não fosse porque...

- Eu aguento, pode falar.

- Normalmente não voltamos para a mesma época.

- Não, não, não... - Sina deixava cair uma lágrima não permitida.

- Me perdoe, eu sei o que aconteceu com você e...

- Pode falar o nome dele. Eu e Alan. O Alan foi o grande amor da minha vida.

- Se você não quiser falar disso...

- Preciso encarar esse fato. Posso falar disso com você?

- É claro, querida. - A professora deixava a caneca vazia em cima da mesa e chegava mais perto da platinada.

- Eu e eles nos conhecemos na minha fase "estrelinha", onde eu era uma garota fútil e que só queria saber de fama, assim como a minha mãe. Eu estava saindo da emissora depois de uma entrevista e eu trombei com ele...

Flashback on

- Olha por onde anda! - Sina tirava seus óculos.

- Desculpa, eu...

- Você ainda tá falando comigo? Argh! - A garota voltava a mexer no celular e ia em direção ao motorista.

- Ei, espera, você deixou cair sua pulseira! - Alan ia atrás da platinada.

- Como entrou... como você ousa entrar no meu carro? 

- Só vim te devolver isso. - Ele colocava a pulseira no pulso de Sina.

Os dois se encaravam no funco de olhos com um olhar apaixonante pela parte de Alan e outro penetrante da garota.

- Bem, eu preciso ir para casa... 

- Eu te dou uma carona. - A platinada agarrou o braço do moreno.

- Tudo bem, obrigado. - Ele dizia ainda meio sem graça.

Flashback off

- Depois disso, nós começamos a flertar até que um dia ele me pediu em namoro e nós fomos muito felizes por um tempo. Ele e minha...

- Sina, eu sei o que aconteceu com ela, não precisa falar disso...

- A minha irmã. Ela e ele se davam muito bem. É tão difícil lembrar da Áurea. A minha irmã mais velha, minha protetora. A morte dela foi o motivo da minha família ser arruinada. E ela que... - A garota pausava para chorar. - Ela que fazia meus dias e o da minha família mais alegres. Apenas ela e Alex compreendiam que eu não era aquela imagem que eu mostrava para  as câmeras. 

- Posso perguntar como tudo aconteceu?

- Sim, bem... um dia eles foram comprar um remédio pra mim, porque eu havia pegado uma gripe, a imprensa toda, literalmente, foi atrás deles. E quando eles tentaram sair dali com o carro, ultrapassaram um farol vermelho e bateram com um carro. Os dois morreram. - Sina já soluçava.

- Ei querida, vem cá... - Lilian abraçava a platinada que deitou sua cabeça em seu colo.

- Há, realmente, uma maneira de voltar... mas é muito arriscado. 

- Me diga, Lili. - Sina levantava com o rosto vermelho.

- Teríamos que viajar novamente para o lugar aonde você foi e esperar alguns dias. Eu tenho um dinheiro guardado, faríamos isso juntas. 

- Você faria isso por mim? 

- Claro, Sina. Eu e você temos uma conexão inexplicável e que nunca vai ser abalada.

- Obrigada e saiba que eu sinto o mesmo por você.

Era certo o que havia ser feito. Sina voltaria? Ela e Lilian iriam ser uma nova dupla? Quem ela escolheria? Noah, Alex ou viver nas lembranças de Alan? Talvez... apenas talvez....

continua...

RECADO DA AUTORA:

Mas gente eu tô é --... não sei nem explicar. Calma gente, calma que tem mais! Beijinhos ♡

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