• capítulo 5 •

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- Oi Sina.

- Mãe? - a platinada não tinha bons pressentimentos sobre o que iria acontecer.

- A sua mãe veio aqui porque...

- Filha, nós vamos hoje à noite.

- Hoje à noite? Eu não posso! Mesmo se eu quisesse.

- Nada disso!

- Mãe, por favor! Eu prometi a minha professora que iria amanhã! Ela quer me entregar uma coisa.

- Que coisa? - Chistopher falou com os braços cruzados.

- Eu também não sei, mas ela falou que que queria me entregar.

- Não me importo. Vamos hoje.

- Mãe, por favor! Vai, eu faço as entrevistas que você quiser, dou atenção às minhas supostas fãs, faço essa tal viagem, tudo! O que você quiser! Mas me deixa meu último dia como a pessoa que eu vou ter que deixar de ser...

Nathaly parou para pensar. Seria o que ela tanto queria: uma vida famosa com a filha. O verdadeiro sonho dela, poderia ser real. Ela apenas precisaria dizer sim e adiar o voo. Afinal, ela era Nathaly Luna Deinert .

- Está bem! Mas amanhã, depois da escola, nós vamos embora.

- Tá bom, obrigada. - Sina dizia segurando o choro.

Sina era uma menina muito forte, mas quando sua mãe se intrometia, ela realmente ficava mais frágil.

- Quero que você me mostre seu quarto.

- Por que?

- Porque, por mais que você não acredite, eu quero te conhecer melhor, passar mais tempo com a minha filha.

Sina não abaixava a cabeça. Ela tinha um olhar soberano diante da mãe, a afrontando com os olhos.

O quarto de Sina era subindo as escadas da casa. Eram duas portas que fechavam e abriam para o quarto, do lado direito havia uma escrivaninha comprida onde havia praticamente o mundo escolar de Sina, pois era completado com um quadro cheio de fotos, bilhetes e até recortes. Do lado esquerdo, havia um balanço pendurado com uma estante de livros ao lado. Sina usava para ler quando precisava sair do mundo real. De frente para o quarto, havia uma cama de casal com várias almofadas e alguns bichinhos de pelúcia. Da cama, na mesma direção da cadeira pendurada, havia uma cortina que quando se abria revelava uma janela que dava para uma pequena varanda. Do lado esquerdo, na outra direção, havia seu armário e pelo detalhe do seu pai, duas mesinhas com gavetas cada uma de um lado da cama. E entre a estante de livros e janela, havia uma pequena penteadeira com um vidro por cima, onde se podia ver os compartimentos e as maquiagens guardadas. Era um quarto lindo e alegre. Acolhedor, mas não sufocante. Na escrivania havia vários porta-lápis de diferentes tamanhos. Por cima, seu computador com o livro de "Romeu e Julieta" que ela estava lendo e o livro de "Orgulho e Preconceito" que precisava ler porque seria o tema de uma prova. Por cima da sua penteadeira havia como se fosse um porta-pincéis, e para variar, com vários dos mesmos dentro. Tudo era sincronizado e perfeito.

- Bem... é isso que você está vendo. - Sina bateu os braços nas pernas e sentou em sua cama.

Nathaly olhava fascinada para o quarto de Sina. Passava a mão em alguns objetos, pegava outros...

- É lindo...- A mãe olhava com os olhos marejados para sua filha - Um abraço?- ela estendeu os braços.

Cada passo era uma lágrima que escorria da fúria de Sina. E ela não estava no clima de abraçar...

No dia seguinte...

- Eu realmente vou sentir muito a sua falta! - Débora falava de forma "um pouco" afetada.

- Eu também! Você era minha melhor amiga- Michelle completava com um abraço.

- Vocês duas desgrudem da minha melhor amiga. - Samanthah falava apertando a bochecha de Sina.

- Também vou sentir a falta de vocês, mas só são duas semanas. - Sina falava tentando sair de perto das meninas.

O recreio acabou e agora era a aula de história. Sina estava muito ansiosa com o presente da professora Lilian. A professora de olhos escuros entrou na sala vestindo um blazer preto e uma regata branca, além de uma calça azul jeans que enaltecia suas curvas. O barulho que sua bora fazia não era incômodo e sim dava a entender o quão ela era sofisticada.

- Como estão, queridos?- ela dizia ajeitando o óculos com um sorriso.

- Bem - Sina dizia junto com a sala.

- Bom, hoje teremos alguns execícios e leitura ativa. Por enquanto leiam a página 33 e respondam os exercícios que vou passar na lousa.

Sina estranhou e começou a copiar a matéria. Será que ela havia esquecido? Sua mãe ficaria muito brava se ela tivesse adiado a viagem a toa. Quando começou a ler a matéria para responder perguntas, Lilian a chamou.

- Sina, preciso falar com você. - a professora de olhos escuros estava com um ar sério.

- Claro, professora.

- Xiii... - a sala toda falava.

Saindo da sala, ainda sem virar de costas a professora tirava livro de suas mãos para dar para Sina.

- Obrigada, professora. Aconteceu algo?

- Não, querida. Me desculpa pelo jeito que precisei te chamar. Os alunos não podem ver o carinho tão especial que eu tenho por ti. - ela falava com um sorriso lindo.

- Entendi. Eu também tenho um carinho enorme por você. Voltando ao livro, eu não queria tirar algo de você.

- Não, Sina! Não sinta incômodo algum. Esse livro é muito especial pra mim e eu precisava passar pra frente. - Lilian passava sua mão macia no rosto de Sina.

- Muito obrigada mesmo professora. - Sina falava com os olhos marejados.

- Não... não quis te deixar triste.

- Não é isso, professora. Eu nunca quis isso. E agora vendo que você é tão carinhosa comigo... nem minha mãe tem tanto cuidado assim comigo.

- Ei, eu estarei aqui se precisar. Não fique chateada. Pense em mim, quando ler. Estarei aqui quando você voltar para te abraçar.

Sina olhava emocionada para Lilian e tia da própria situação. Apenas uma pessoa já teve tanto carinho assim por ela...

Chegando casa, foi rever as malas que sua mãe havia deixado na manhã anterior. Colocou o livro com a aparência velha e sem nome. Mas parecia realmente especial...

continua...

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