Eu, eu mesma e euzinha

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12.06.2020 a 15.06.2020

Acho que estou tendo um crise de identidade. Tá...Talvez não. Mas é inegável o meu poder de mutação nesse período de isolamento. Sou tantas desde a hora em que acordo até a hora que vou dormir que nem sei mais quem é essa que escreve. 

Tem momento que me vejo com a força de um leão,  preparada para qualquer baque que a vida me proporcione, que me levanto da onde for e tenho a certeza de que vou mudar o mundo com minhas mãos pálidas se eu quiser. No entanto, ás vezes me sinto criança, com o cabelo esvoaçado e os braços sujo de terra, o joelho ralado, fugindo da notícia do banho com água fria, quando sou ela, sinto que o mundo é grande demais que pode me engolir, por isso me escondo nas cobertas e torço para a água fria não me encontre.

As vezes também sou jovem, extrovertida, piadista e talvez inconsequente, que pula os dias acreditando que possui um número infinito de horas esperando por ela, sorrio para a janela como quem desfiasse o planeta a tentar me por ao chão, mesmo sabendo que na menor das brisas irá estatelar as bochechas no piso gelado.

Sou confusão e calmaria, sou veloz, mas também quero andar devagar. O eco dos meus pensamentos repulsa nas minhas veias, me levando a crer que em breve precisarei decidir qual das minhas faces definirá a minha vida. Claro que é um ideia tola, não preciso definir minha vida tão rápido, afinal, todos em todos momentos me lembram o quanto tenho tempo, o quanto já alcancei diversas etapas na minha tenra juventude. 

Acredito nessas pessoas, entendo que o tempo tem sido meu aliado, no entanto, vejo minhas faces brincarem comigo, me rodearem, dificultando o viver do meu eu. 

Não é que eu queira decidir virar o leão, ou a criança e nem mesmo o jovem tolo, o que desejo na verdade e conseguir um misto de sensatez, um equilíbrio entre meus lados ansiosos. Mas acho ser um utopia, principalmente dado o momento em que vivemos. Onde tantas mudanças são inevitáveis, acho que as minhas personalidades podem esperar, enquanto o mundo tenta se adaptar. E eu vou levando isso, sem surtar... Pelo menos por enquanto.


Confissões anônimas de uma garota confusa.Onde histórias criam vida. Descubra agora