Ódio?

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Deku jogou Bakugou contra a parede de um beco. Os olhos brilhando em ira estavam sendo emoldurados pela escuridão da noite, distorcida pela poluição visual da cidade que os cercavam.

— Você não passa de um pedaço de merda, Kachan! Aliás, Kachan é o caralho! É Bakugou! Já chega de te tratar como um amigo! Você não passa de um pedaço de bosta! 

Bakugou espantado com a súbita explosão de Midoriya não conseguiu formular uma única sentença sequer. Tudo o que pôde fazer foi recorrer a velha violência, atirando Deku contra a outra parede do beco apertado.

— É sempre assim... — disse Izuku com os olhos cheios de lágrimas — Desde pequeno eu te admirei e você me trata como um inseto... Você sabe porquê eu sempre te seguia, mesmo apanhando? VOCÊ SABE, BAKUGOU?!

Bakugou desviou o olhar por um momento e, sem coragem de encarar a ira de seu colega, respondeu:

— É porque... você me ama... não é?

As bochechas de Deku coraram de imediato. Numa tentativa de buscar apoio, o mesmo agarrou o próprio peito enquanto as lágrimas caiam como em uma encheada. 

— Então você sabia este tempo todo... 

— Deku... — Bakugou tentou argumentar ao perceber a gravidade da situação em que se encontrava.

— CALADO! — E a ira era novamente vista nos olhos de Midoriya — Você sabia e mesmo assim brincou com meus sentimentos... Você cuspiu em mim! Você acabou com minha autoestima! Você me humilhou em público diversas vezes... Mesmo sabendo que eu te amava...

E a raiva, mais uma vez, transformou-se em decepção.

Izuku levantou e, sem olhar para trás, caminhou na direção da saída do beco.

Bakugou chacalhou o rosto e correu para agarrar o braço do amigo.

— Izuku... Eu... Eu... Eu também te amo!

Deku puxou o braço em resposta e respondeu:

— Não me chame pelo primeiro nome. Você não é meu amigo.

E, olhando fixo para a saída, ele saiu em silêncio.

Izuku e Bakugou: Sobre AmarguraOnde histórias criam vida. Descubra agora