Como aproveitar todos os momentos

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Depois de checar – pela terceira ou quarta vez – se a temperatura da água que enchia a banheira estava no ponto adequado para o banho de Jaemin, Tae sorriu contente. Olhou para os shampoos presentes na prateleira e pensou meticulosamente em qual aroma escolheria; no fim, acabou optando por morango, pois Jaemin parecia gostar daquele cheirinho gostoso tanto quanto o pai.

Arregaçou as mangas da blusa e berrou: – Já pode trazer o Jaemin, Gukkie!

E então o marido surgiu, carregando o filhote nos braços. Jaemin parecia animado – e aquilo não era um bom sinal. Os dois adultos sabiam que aquilo significava uma tremenda bagunça no banheiro e um aguaceiro pra todo lado, já que a criança não parava quieta nem por um minuto e insistia em bater os bracinhos na água quentinha, molhando tudo à sua volta – inclusive os pais.

Já despido de qualquer roupinha que pudesse apertar-lhe as gordurinhas, Jaemin soltou um risinho ao sentir a água entrar em contato com seu corpinho. Fechou os olhinhos e desejou ficar ali para sempre, sentindo Tae lavar seus fios negros e Jeongguk acariciar sua barriguinha. Os papais eram cuidadosos e carinhosos com o filhote – como sempre –, então o menininho decidiu comportar-se e aproveitar aquela sensação gostosa de tomar um bom banho morno.

– Você está tão sujinho, neném. – Jeongguk comentou enquanto dava uma pequena risada. As mãozinhas e o canto da boca do menininho estavam repletos de farelo de biscoito, afinal de contas, Jaemin não sabia comer sem fazer bagunça.

– Deve ter mais biscoito nas roupas dele do que dentro da barriga. – Tae riu. – Ele é igualzinho a você, nenhum dos dois sabe comer como gente normal. – provocou, dando um leve empurrão no marido, que riu e jogou a cabeça para trás.

– Isso é uma mentira deslavada!

Taehyung balançou a cabeça em negação. – Nós dois sabemos que não é! Eu até entendo que o Jaemin faça toda essa bagunça, afinal de contas, ele ainda é um neném e não sabe nem como segurar uma colher direito. Já você, um adulto formado, não consegue comer sem derrubar tudo na mesa e no chão, tsc, isso é uma vergonha.

– Se eu não estivesse tão ocupado dando banho no nosso filho, eu juro te mostraria que-

– Nada de assuntos sexuais quando estivermos perto do Jae, já conversamos sobre isso.

Jeongguk rolou os olhos. – Ele nem entende o que estamos falando, Tae.

– Ah, você tem certeza de que ele não entende? – perguntou, aquele leve tom sarcástico pairando sobre a sua língua. – Porque, se eu me lembro bem, aquela palavra com m ele aprendeu só por escutar você falando.

– Aquilo foi um caso à parte. – o moreno resmungou.

– Mas é claro que foi. – o castanho fingiu concordar, escondendo uma risada. Derrubou um pouco de shampoo nas mãos e as levou até os fios macios do filho, massageando o couro cabelo do garotinho com calma e cuidado. – Fecha os olhinhos, amor. – pediu e a criança prontamente o obedeceu.

– Bom menino. – Jeongguk murmurou, enchendo as mãos com água morna e enxaguando a cabeleira do filho cautelosamente, temendo que a espuma acabasse entrando nos ouvidos do garoto.

– Papa! – num ato inesperado para os pais, Jaemin se animou e bateu com as duas mãozinhas na água, ainda mantendo os olhos fechados. Os respingos foram direto para a roupa de Tae, mas o castanho sequer se importou, apenas deu uma pequena risada e continuou a jogar água por entre as dobrinhas do filhote.

– Você é o único que está tomando banho aqui, seu bagunceiro. – o moreno riu e cutucou a barriguinha gordinha do menino, que em resposta encheu a mãozinha de água e jogou na cara do pai. – Jaemin!

– Eu tenho muito orgulho de você, Jae.

– Tae! Não o incentive a fazer esse tipo de coisa!

Taehyung gargalhou do tom falsamente irritado do marido. – Mas não foi você mesmo quem disse que ele não entende o que a gente fala? Eu não estou o influenciando em nada, amor, o Jaemin é esperto assim por conta própria.

– Vocês dois realmente nasceram pra ser pai e filho, não é possível.

Já limpinho e cheirosinho, a criança foi enrolada numa toalha felpuda e levada até a cama de casal dos pais, onde uma épica e complicada batalha se iniciaria.

Como eu faço pra colocar isso?, era o que Jeongguk se perguntava enquanto intercalava o olhar entre a fralda e o bumbum nu do filho. Tae sempre era o responsável por aquela parte, já que levava mais jeito na coisa e tinha mãos mais leves e delicadas para lidar com uma parte tão sensível do corpinho da criança.

– Não é um bicho de sete cabeças, Gukkie.

– Hm, você tem razão. – resmungou para si mesmo, tentando se lembrar de como o marido realizava aquela tarefa. Ora bolas, já tinha visto Tae trocando a fralda do filho tantas vezes, aquilo não deveria ser tão complicado assim; só precisava dar uma secadinha aqui, passar uma pomadinha ali e colocar aquele negócio do lado certo. – Eu consigo.

Tae riu. – Você não vai fazer uma prova final, amor, só vai colocar uma fralda num bebê. Não precisa de todo esse nervosismo, é fácil.

– Mas amor...

– Eu vou até a cozinha pegar a mamadeira do Jae. Tudo o que você precisa fazer é deixá-lo de barriga pra cima o tempo todo, o resto você tira de letra.

E, dando um beijinho de boa sorte no marido, Taehyung saiu do quarto em passos leves e descontraídos.

– Já que eu não tenho outra opção... Nós dois vamos fazer isso juntos, entendido? – o moreno perguntou enquanto olhava para o rostinho iluminado do filho, este que balbuciava coisas sem sentido enquanto enfiava uma das mãozinhas na boca.

Pegou uma toalhinha seca e secou toda a área que seria abrigada pela fralda, tomando cuidado com as dobrinhas da pele. Tremeu um pouquinho antes de aplicar o creme protetor sobre a pele macia do filho, espalhando cautelosamente e sorrindo orgulhoso de si mesmo ao checar o bom trabalho. Ergueu as perninhas do neném, que deu uma pequena risadinha ao sentir cócegas, e colocou a fralda limpinha debaixo do bumbum gordinho.

Fechou as abas adesivas da fralda – lembrando-se de Tae lhe dizendo que não poderiam estar nem muito apertadas e nem muito folgadas, mas sim ajustadas de um modo confortável para o neném – e então ergueu a coluna, sentindo-a latejar por causa dos longos minutos que passara agachado.

– Nós conseguimos, garotão. – murmurou para o filho, rindo ao que a criança se esperneava toda e fazia um biquinho fofo.

Taehyung logo retornou com a mamadeira e o bebê foi devidamente vestido e alimentado, para logo depois cair num soninho profundo e gostoso, sendo ninado pelos pais e paparicado pelos mesmos.

– Eu disse que você ia tirar de letra, hm? – Taehyung sussurrou, repousando o filho com cuidado entre os lençóis macios da cama.

Jeongguk concordou com um acenar de cabeça. – Ser pai é extremamente cansativo e às vezes um pouco desesperador – riu de si mesmo e do nervosismo que sentira ao trocar uma fralda pela primeira vez –, mas eu realmente adoro esse nosso novo estilo de vida. Eu amo vocês dois mais do que qualquer outra coisa nesse mundo.

Taehyung sorriu bobo e se aproximou do marido, beijando-lhe devidamente. – E nós dois te amamos mais do que tudo, Gukkie.

como sobreviver a uma criança • kookvOnde histórias criam vida. Descubra agora