Junnypher: justiça em Alma.(parte 1)

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  Quanto tempo é necessário para poder descobrir toda a verdade? Tudo bem mentir para uma criança, mas e depois? Mais cedo ou mais tarde alguém vai contar e acabar com o showzinho de farsa. Realmente se superaram em questão à esconder poder. Aposto que se arrependeram depois daquele bosque ter queimado inteirinho. Viver em uma família sabendo que ela não é sua, mesmo amando e não querendo deixá-la, é difícil só de pensar no dia da partida.
    O que é justiça? Aos olhos de todos seria julgar o culpado e fazê-lo pagar. E quando um inocente assume a culpa do réu? Quem vai ter o trabalho de investigar pra fazer o certo? Perguntas e nenhuma resposta aparente, pelo menos não uma que me agrade.
    Quebrar um contrato feito com sangue é realmente um joguinho barato de trapaça, por isso que perdeu. Eu nunca imaginei ter uma vida além daquela com meus pais, irmãos e amigos.  Uma vidinha imponente e feliz, sem muita importância para os outros. Acordos nunca são cumpridos e ainda mais um feito por Lucifer. Quem faria tamanha burrada? Ah, claro, meus pais. Pra resumir.....

-Lucifer precisava de uma humana para continuar o ritual, então foi à Terra procurar. Encontrou um casal que não tinha filhos, mas desejavam. O trato era que o primeiro filho seria de Lucifer, mas a criança viveria com eles na Terra até os 15 anos e então seria levada. Eles teriam outros 3 filhos em troca. Eles aceitaram e meses depois uma menina nasceu. Deram o nome de Junnypher Janne Ane, para ser único. 3 anos depois nasceu outra menina, filha de fato deles. Tempos depois tiveram um casal de gêmeos. Danneel e Jensen se apegaram à Janne como se fosse sua filha. Geneticamente e tudo mais indicava que ela Era, mas um pequeno detalhe em seu DNA mudava isso. Quando descobriram, pediram ajuda para Lilith e ela então criou uma pulseira capaz de segurar o poder da menina, mas talvez fosse doloroso caso ela tivesse um sentimento muito forte que precisasse ser expelido.
   Janne era linda e embora parecesse normal, algumas coisas do dia a dia podiam demonstrar o que tinha por trás da máscara de criança inocente. Por exemplo, quando ficava com raiva de algo, seus olhinhos verdes se transformavam em vermelhos e seu cabelo passava de ruivo-escuro para branco. Sua face era assustadora, mas não o suficiente para que eles deixassem de ama-la. Com essas circunstâncias Lilith começou a visitar Janne uma vez por semana, se passando por uma tia distante, ensinando ela a controlar seu poder. A magia negra não machucava Janne ou a consumia, como fez com Lilith, pois ela foi gerada à partir desse poder. Portanto era fácil usá-lo ao seu favor. Estava tudo sob controle, quando a família toda decidiu fazer um piquenique numa floresta num dia qualquer. Janne queria brincar no lago, mas seu Pai lhe disse que estava muito frio  para entrar na água. Ela logo se irritou e em menos de 1 minuto tudo estava em chamas. Não havia nada à se fazer além de sair dali o mais rápido possível. Não era culpa dela....um poder enorme daquele numa criança de 5 anos era inacreditável. Janne se sentiu culpada por semanas e acreditava ser um risco para toda sua família, então se trancou no quarto por dias,  até arrombarem a porta. Tudo deveria voltar ao normal com mais visitas de Lilith, mas apenas piorou. A pulseira ajudava e por mais que ela tentasse se manter calma, se irritava facilmente.-

No meu aniversário de 7 anos eu disse que nao queria uma festa grande, então apenas meus pais, irmãos e Lilith estavam presentes. Minutos depois de servirem o bolo subi pra trocar de roupa, já que a outra havia sujado de suco. Coloquei o vestido branco que tinha ganhado a pouco e então quando me virei pra descer as escadas um homem muito bonito apareceu na minha frente.

-Ah, olá. Você é algum amigo do meu pai?

-De certa forma sou.

Ela falava formalmente, então entendi que talvez fosse alguém importante.

-Estão todos la embaixo... pode descer comigo.- Sorrio e dou um passo, mas antes que seguisse adiante ele parou na minha frente.-Eu tenho que descer, é meu aniversário.

-Eu sei, por isso estou aqui. Seu pai acha que ja está na hora de você voltar. Meu nome é Damião, desculpe não ter me apresentado.

-Hmm...-Eu nao Estava entendendo nada, mas continuei.-Meu nome é Janne, como já deve saber.

*Ele estendeu uma caixinha de música  velha, mas bonita e bem cuidada. Pego de sua mão.*

-Abra e sua vida mudará por completo, mas para isso tem que tirar a pulseira.

-Eu não posso tirar a pulseira, não gosto de desobedecer meu pai...

-Mas ele pediu para que fizesse isso. Desça as escadas e abra la embaixo, sem a pulseira.

   Eu não sabia que ele estava falando de Lucifer então decidi obedecer. Damião sumiu num piscar de olhos. Não estava entendendo, mas considerei ter sido algo da minha imaginação. Desci as escadas e esperei um tempo. Tirei a pulseira discretamente e abri a caixinha. Foi a pior escolha que eu fiz em toda minha vida. Uma música bonita, porém desconhecida, começou a tocar. Era russa, dizia algo como as belas noites de Moscou. Não estava treinada o suficiente para traduzir a música toda....nem precisei. Todos voltaram a atenção para mim e o rosto de Lilith nao indicava ser algo bom. Em questão de segundos um barulho alto ecoou pela sala, seguido por silêncio. Eu não sabia o que estava acontecendo até sentir uma dor horrível. Imediatamente a caixinha e a pulseira escorregaram das minhas mãos e vi meu pai correndo em minha direção, atravessando a sala. Tudo que lembro são pequenos detalhes.... meu vestido branco todo ensanguentado, meu pai com a camiseta azul me segurando, minha mãe com os gêmeos no colo, tentando se proteger de algo, Lilith cobrindo os olhos da minha outra irmã e Damião ao meu lado. Um tiro direto no meu coração, nunca havia sentido tanta dor e agonia por nao poder falou ou respirar. 10 segundos bastaram para que meu corpo parasse de funcionar e então minha aura fosse levada por Damião. Por mais que eu tocasse no meu pai e tentasse me agarrar nele, era inútil. Logo uma escuridão tomou conta e apenas fechei os olhos, me arrepenendendo por ter aberto aquela caixa de música.

Dinastia em ruína:Irmãs acima do sangueOnde histórias criam vida. Descubra agora