•Capítulo 27

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Dor. Eu sentia isso em quase todo meu corpo. Minha cabeça parecia querer explodir, e eu simplesmente não conseguia abrir meus olhos. Ouvia barulhos, pessoas falando sobre mim, mas não conseguia distinguir vozes. Respirei fundo algumas vezes e consegui abrir meus olhos, os fechando logo em seguida por causa da claridade, os abri novamente, mais devagar, até me acostumar com a luz. O teto branco, paredes brancas já confirmaram minhas suspeitas, eu estava no hospital. Resmunguei algo que nem eu mesma entendi e logo senti uma mão pesada em cima da minha, virei um pouco a cabeça e vi meu pai.

- Heyoon? Consegue me ouvir? - acenei com um pouco de dificuldade.

- Ant...Antho - tentei chamar seu nome mas era um nome grande demais para eu conseguir pronunciar com tudo doendo, inclusive minha garganta, e a boca seca não ajudava em nada. Suspirei - Pai - murmurei, era mais fácil o chamar assim, vi em seus lábios um pequeno sorriso enquanto tocava meu rosto e me senti bem.

- Como sente? - perguntou num misto de seriedade de um médico profissional e carinho e preocupação de pai.

- Dor - murmurei.

- Aonde dói? - perguntou checando os aparelhos e vi uma enfermeira entrar no quarto.

- Tudo - respondi baixinho enquanto a enfermeira me ajudava a beber um copo de água.

- Vai melhorar ok, pequena? Você só vai acabar dormindo um pouco - assenti e sorri fraco pelo apelido de criança, vi um pouco embaçado enquanto ele injetava um soro no meu braço e logo adormeci novamente.

[...]

Chiados, sabe quando você escuta alguém falando, mas ainda está em um estado de sono e não consegue distinguir o que está sendo falado, e quem fala? Eu estava assim... Mas era uma voz rouca, eu conhecia essa voz, era algo agradável para mim, senti vontade de sorrir apenas por escutar essa voz.

- Você é importante demais pra mim Heyoon - comecei a ouvir com mais clareza e senti um aperto em minha mão, uma mão quente, macia, essa voz, esse toque, eu sentia que conhecia tudo isso - Quando você me olha eu sinto coisas Yoon, quando você sorri para mim é como se dançassem a minha volta, quando você me beija eu sinto o mundo parando para aquele momento, aquele momento só nosso, eu gosto tanto de você, eu sinto que você é certa pra mim - lábios quentes encostaram em minha mão, e em algum lugar da minha mente eu sorri... Sininho - Então você não pode ir Heyoon, porque eu preciso de você aqui comigo, você não pode mais me assustar desse jeito, porque eu não sei, e não quero aprender a viver sem você - eu queria me virar, dizer a ela que eu nunca a deixaria, que eu também precisaria dela para viver, mas eu não conseguia me mexer - Porque você precisa estar aqui - eu sempre vou estar Sininho, queria dizer - Porque eu sou completamente e verdadeiramente apaixonada por você - senti meu coração parar por alguns segundos e voltar a bater descompassado, rápido. Lentamente virei minha cabeça e abri meus olhos encarando uma imensidão verde a minha frente, e com um pouco de dificuldade sorri de lado. Vi Sina sorrir amplamente e lágrimas descerem pelo seu rosto - Ah Heyoon! - ela exclamou e beijou minha mão novamente, antes de se inclinar e deixar um beijo demorado em minha testa.

- E...eu - ainda parecia doer falar, mas era um pouco mais fácil - Eu...tam...bem - murmurei e Sina me encarou, um sorriso de canto, e olhos ainda marejados.

- Você também? - perguntou, um pouco até confusa e eu sorri fraco.

- Me...apa...apai...me apaixonei - sussurrei e vi seu sorriso se alargar, e mais lágrimas escorreren de seu rosto.

- Não me assusta mais assim Yoon - seu rosto se inclinou novamente e senti um longo selinho em meus lábios - Eu fiquei tão preocupada - sussurrou, sua mão tocando meu rosto, me fazendo fechar os olhos para apreciar aquele contato - Eu fiquei com medo Yoon - murmurou e eu abri meus olhos a encarando - Tive medo de te perder baixinha - sorri fraco.

Possibilities | Versão SiyoonOnde histórias criam vida. Descubra agora