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Ok, Nada faz sentido

Eu estava tão assustado vendo aquelas três pessoas me encarando que talvez eu tenha caído de bunda na presença das três deidades, o que provocou um sorriso de canto de boca em Plutão. Certo nada fazia o menor sentido, eu era apenas um jovem, brasileiro diga-se de passagem, não fazia sentido eu estar no pós-vida romano, tá minha mãe tinha tido um caso com meu pai lá em nova Roma mas isso não fazia de mim romano, fazia? Fui tirado de meus questionamentos quando uma mão, forte e masculina apareceu diante do meu rosto, num gesto claro de apoio para que eu me levantasse, tudo bem eu aceitei e me levantei, o rapaz alto e careca por nome de Mors era o dono daquela mão, ele me disse:
- Tudo bem filho, você está em casa!
Ok.... Nada fez o menor sentido agora, Mors o deus da morte, mais conhecido como Thanatos acabou de me chamar de filho? Ele realmente falou que eu estava em casa? Enquanto eu me questionava percebi um brilho prateado, mas não um prateado legal, um prata fantasmagórico meio desbotado, acima da minha cabeça, corri até a janela mais próxima e me vi refletindo, eu estava com uma camisa roxa estilo esporte fino que valorizava meu corpo meio fora de forma, uma calça jeans cáqui modelo slim, acima da minha cabeça flutuava duas foices pratas cada uma virada para um lado formando uma espécie de X com os cabos, aquele era o símbolo sagrado da morte, meu coração travou na minha garganta da mesma forma que o chiclete que tinha me matado, eu desmaiei, ou o equivalente a isso quando se está morto/vivo, eu era uma espécie de zumbi? Talvez eu saísse por aí querendo comer cérebros. Acordei em um quarto maravilhoso, cheio de pôsteres de bandas de metal, tinha um piano preto em uma das paredes ao lado de um violino e uma guitarra, era literalmente meu quarto dos sonhos, uma cama enorme de casal com belas cortinas negras ao redor dela, um computador de última geração do lado da cama com uma tela de 72" cara aquilo era um sonho de quarto, eu me levantei tentando resgatar a lembrança do dia anterior, vamos la, primeiro eu "morri" no chuveiro, depois fui levado até um castelo que ficava em uma ilha por um barqueiro mitológico, fui recebido por pessoas com nomes de deidades romanas, vi o símbolo do deus grego da morte flutuando na minha cabeça, e agora acordei em um quarto dos sonhos de qualquer um com minha idade, meu terapeuta vai ter um trabalhão pra me ajudar entender isso. Fui até a janela e olhei atentamente pelo vidro, não dava pra saber que horas eram porque era tudo de uma cor negra meio puxado para o vermelho, como se eu estivesse dentro de um vulcão, porém a casa que eu estava era cercado por uma espécie de lago ou um mar muito calmo, da minha janela dava pra ver o porto onde o barqueiro me deixou e fui recebido pela Prosérpina, aquilo me deixou ainda mais confuso pois pra mim nada daquilo realmente tinha acontecido. Alguém bateu na porta e entrou no quarto, o ambiente foi tomado por uma onda de frio repentino, quando me virei vi um homem alto de cabelos prateados, um terno Armani azul uma camisa preta e uma gravata mandala, um ar de juiz emanava dele, ele tinha abotoaduras  em formato de foice nas mangas da camisa, seus olhos cor âmbar, lembravam muito os meus, seu rosto fino e seu queixo triangular combinavam perfeitamente, ele era tão lindo que eu o abraçaria por horas, mas era frio não literalmente porque mantive uma distância que considerei rasoalvememte segura, mas mesmo assim as coisas ao redor dele meio que congelaram, o ar ficou pesado e a sensação era a mesma da morte, quando ele falou eu caí sentado na minha cama.
- Filho, não era assim que eu pretendia aparecer na sua vida, mas devido as circunstâncias, me vejo forçado a me intrometer na sua jovem vida. - enquanto ele falava eu tive alguns flashbacks daquele rosto, se ele cortasse aquelas lindas madeixas brancas então ele ia ficar idêntico ao homem que se chamava Mors. - Por favor pare de pensar em minha forma Romana, eu vim para o julgamento que Hades preparou para você, o elmo das sombras foi roubado, e apenas um filho da morte seria capaz de faze-lo.