Capítulo 1- Girls Like Girls

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1905

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1905

O começo de um novo ano sempre era uma correria e tanto, ainda mais pelos problemas que andamos enfrentando com a insatisfação dos nossos súditos. Não retiro suas razões, papai realmente não estava dando conta de tantos problemas de uma só vez.

Na verdade, não sei se algum dia foi capaz de satisfazer as pessoas completamente, sua ignorância e indiferença sempre foram mais do que palpáveis, não sei como chegou a esse ponto.

Me recordo de um breve período em que as coisas realmente eram diferentes, anos atrás, mas infelizmente não podemos ficar presos em breves memórias, as coisas eram diferentes agora, muito diferentes digasse de passagem.

Vínhamos sendo pautas entre a nossa população pelo o motivo de que não pretendo me casar, nem morta, eu me bastava e não precisaria de nenhum homem grotesco assim como o meu pai ao meu lado.

Era a última coisa que se passava pela minha linda mente brilhante, queria poder ser livre, conquistar as coisas por mérito próprio, apesar de saber o peso do sobrenome que minha família possuía. Poderia facilmente trocar de lugar com qualquer outra garota, para conquistar tudo que se passava por minha cabeça, assim podendo realizar todos os meus sonhos.

Apesar de saber das minhas obrigações, abriria mão de tudo que possuo, sem pensar duas vezes. Mas e como ficaria todas as pessoas que dependiam do meu futuro governo? O que seria das pessoas depois do governo trágico que meu pai havia feito? Estaríamos todos em uma ruína ou tudo se resolveria?

As vezes me pego desejando poder prever o futuro, como pode uma coisa razoavelmente simples pode ser tão difícil e complicado?

- Senhorita acorde. - Sinto um par de mãos tocando meu corpo coberto pelo lindo e confortável cobertor, sacodindo levemente meu corpo.

Abro levemente os olho, demorando alguns segundos para me acostumar com a claridade repentina que vinha diretamente das grandes janelas do quarto. A minha direita está Cecília, bela como sempre, com seus cabelos negros presos em um coque extremamente elegante.

As vezes me pego pensando em como uma mulher consegue ser tão elegante a essa hora da manhã.

Cecília se enquadra como uma das pessoas que mais confio nesse mundo todo, além de ocupar o cargo de melhor amiga e também de uma de minhas criadas.

- Bom dia, Cecília. - Me sento rapidamente sobre a cama macia, me espreguisando afim de acordar por completo.

O dia estava só começando, mas se fosse participar de uma aposta, apostaria que seria corrido e exaustivo assim como todos os outro.

- O Rei Arthur ordenou que a senhorita compareça mais cedo para se juntar a mesa do café. Pelo que pude compreender, houve uma tentativa de ataque contra o reino. Por tanto, o senhor seu pai contratou mais guardas reais e um deles tomará conta especificamente da porta de vosso quarto.

Caminha até o banheiro e eu a sigo.

- Não acredito nisso! Papai me trata como uma garotinha fútil, eu posso lidar com qualquer pessoa que ousar invadir meus aposentos, não sou tão indefesa assim. - Exclamo.

- Senhorita, vossa segurança é muio importante para todos, assim como a de vosso pai. - diz preparando a banheira para o meu maravilhoso banho matinal.

- É só que... acho injusto que meu pai gaste uma fortuna com minha segurança. As vezes parece que não percebe que tem pessoas do outro lado do muro que correm mais perigo do que eu, todos os dias, e mesmo assim com a chegada da noite não tem nada do que se alimentar. Esse dinheiro todo deveria ser dirigido para o nosso povo. Já que temos vários guardas por cada canto desse lugar, não vejo necessidade de mais, aprenas poe minha causa. -Cecília termina de preparar o banho e caminha até mim, suas mãos delicadas vão até o tecido de minhas roupas começa a me ajudar a tira-la.

- Eu sei que a senhorita...

- Pode me chamar de você, Cecília somos amigas, esqueceu? Não precisamos ser tão formais, pelo menos não quando estamos a sós. - Lhe dou o melhor sorriso, meus pés seguem até a banheira em passos lerdos.

- Como a senhor... Você quiser. - Um enorme sorriso preenche seus lábios.- O chefe de cozinha me pediu para lhe dizer que ficou extremamente emprecionado com suas habilidades na cozinha.

- Oh sim, ontem eu dei uma passada pela cozinha para preparar um bolo para mim, todos gostaram e provaram. Mais alguns me olharam como se fosse louca por estar lá.

- Todos acham que por você ser a princesa de Garden, tem que ser como vosso pai.

- Eu nunca vou ser como ele Cecília, e espero que todos percebam isso, seja cedo ou tarde. Meu pai é autoritário e age como se fosse uma espécie de Deus na terra, mais na verdade ele apenas governa um país, ele não vê o que de bom ele pode realizar com esse cargo. Ele só quer que as pessoas achem que vivemos na maior felicidade e que somos a família perfeita. Estamos longe de ser tudo isso, temos problemas familiares assim como toda família, apesar de ter uma coroa envolvida. - Suspiro - Tenho tanto medo de acabar como ele.

Cecília sempre fora uma boa ouvinte, apesar de saber que jamais ousaria falar algo contra seu rei, mesmo que muita das vezes concordasse completamente com minhas palavras, mas tudo isso em silêncio.

Nossa amizade foi se construindo ao longo do tempo, sei que não posso confiar nas pessoas tão cegamente por conta de meu cargo, mas com Cecília as coisas sempre foram tão naturais e leves.

Quando tínhamos algum tempo livre sempre nos juntavamos na grande biblioteca para falarmos sobre tudo que desejamos da vida, falamos um pouco sobre tudo, sobre as simples coisas que acontecem no nosso dia a dia até os nossos sonhos mais distantes,uma das grandes coisas que tínhamos em comum era que odiavamos todas as pessoas do gênero masculino!

Nunca fui de fingir que não ouvia os murmurinhos de todas as outras criadas sobre Cecília, a mulher possuía alguns anos de vida a mais do que eu, mesmo assim não era comprometida e esse é grande motivo dos sussurros quando passavamos pelos grandes corretores.

Mas a resposta era simples e óbvia, Cecília se interessava apenas por mulheres, as amava, assim como um homem ama uma mulher. Não poderia dizer que entendo, nunca me senti atraída por ninguém, nem por garotas e muito menos por garotos, mas a respeito a pesar tudo, não deixaria que isso resumisse tudo o que ela é e o que
significa para mim.

A admirava, admirava a mulher linda, forte e gentil que sempre era, independente de todas as palavras dura que eram dirigidas a si. Me lembro bem de quando finalmente desabafou comigo sobre a moça que vinha conhecendo a algum tempo, no final das contas descobri que também era sua confidente (era a única a saber do seu interesse por pessoas do mesmo gênero) assim como ela era a minha.

The Palace Guard || Joaley Onde histórias criam vida. Descubra agora