Sua visão
A água morna fazia o meu corpo relaxar, a sensação era tão boa que quase me fez esquecer dos meus machucados e de como o meu rosto estava horrível por conta do acidente. Encarei os azulejos rosados e abracei as minhas próprias pernas, repousando minha cabeça sobre os meus joelhos.
— Posso entrar? — A voz familiar questionou dando leve batidas do outro lado da porta.
— Uhum. — Bufei fracamente, não existia ânimo dentro de mim naquele momento.
Escutei a porta sendo aberta, mas não movi um músculo para encará-lo, não queria que ele visse como o meu rosto permanecia inchado. Senti sua mão pousar sobre a minha cabeça e uma risada soar pelo ambiente pequeno.
— Não quer ver o que eu trouxe pra você? — Ergui a cabeça e o seu sorriso sempre tão acolhedor foi a primeira coisa na qual me foquei, só depois notei o patinho de borracha que ele segurava na mão. — Arrumei um novo amiguinho para te acompanhar no banho!
— Eu não tenho mais cinco anos, Timothee. — Argumentei, enquanto mergulhava mais o meu corpo na banheira.
— Você não precisa ter cinco anos para ter um patinho. — Argumentou colocando o objeto na banheira que passou a boiar.
Percebi que seus olhos verdes me analisavam e aquilo me incomodou, talvez ele estivesse com nojo de mim, e por impulso cobri as partes do meu corpo mais machucadas.
— Deve estar com nojo de mim...
— Nojo? — Ele repetiu a palavra incrédulo. — Eu fico aliviado de que o acidente de carro não ocasionou algo pior. Você está se recuperando bem, cerejinha.
Eu adorava quando ele me chamava dessa forma, sua justificativa para o apelido era que quando eu ficava envergonhada minhas bochechas ficam tão vermelhas que parecem duas cerejinhas, na visão dele.
— Eu podia ter sido mais...
— Não se culpe por isso, você não sabia que aquele motorista babaca iria ultrapassar o sinal! — Não permitiu que eu concluísse a frase. — Não quero que se culpe, você não cometeu erro algum.
— Mas eu não quero que fiquem cicatrizes e sinto que meu rosto vai continuar inchado para sempre!
— Não pense dessa forma, o médico já disse que você não vai ter nenhuma cicatriz. — Senti seus dedos moverem o meu maxilar na sua direção. — Você continua linda e gostosa, cerejinha. — Meu rosto esquentou com a frase. — Estou tão feliz que está bem, nem imagina o quanto fiquei preocupado.
Seus lábios estão contra os meus num selinho carinhoso, fechei os meus olhos e sua testa se encostou com a minha.
— Obrigada. — Sussurrei enquanto enroscava o meu dedo num dos seus cachos.
— Será que essa banheira possui espaço para dois? — Não pude evitar de rir com a sua pergunta que possuía a mais pura malícia.
— Você sabe que sim.
Repousei a minha cabeça na curva de seu pescoço, seus braços me acolheram e todas as sensações negativas que eu sentia por ainda recordando do acidente se esvaziaram. Timothee sempre conseguia drenar todas as situações ruins, ele me fazia enxergar tudo por outra perspectiva. Antes de fechar os olhos, pude ver o patinho amarelo boiando perto de nós e ele estava certo, não se tem idade para ter um patinho de borracha.
Primeiramente, quero agradecer por tantos comentários maravilhosos, foi ótimo ler e ver que pude agradar.
Só pretendia postar esse capítulo amanhã, porém não me contive!
O capítulo foi meio curtinho, mas o próximo vai ser bem maior e não pretendo demorar para atualizar.
Os créditos pela betagem são da maravilhosa xHasashi do site Fairy edits!
Muito obrigada por toda a interação, espero que tenham apreciado esse capítulo e críticas construtivas são sempre bem-vindas.
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Imagines | Timothée Chalamet
RomanceOnde você, leitora, é a protagonista de todos os capítulos e tem como par romântico Timothée Chalamet. Preparada para se iludir?