Eram criaturas horríveis, enormes, algumas com chifres e outras não; mas todas tinham asas e rostos humanos, ou alguma parte humana, no meio de tanta monstruosidade.
Mike estava assustado, até pensou que poderia estar sonhando, ou até tendo um pesadelo. Ele se beliscou para tentar acordar, mas era tudo real, tudo que eu ele estava vendo, era real. E o som que essas criaturas emitiam era terrível, que fazia Mike se arrepiar inteiro.
Ainda paralisado na janela, ele virou sua cabeça um pouco para à esquerda, e reconheceu um rosto dentro de um monstro, e era sua vizinha Penny. Ele não conseguia acreditar no que via, no podia aceitar que esse era o fim da humanidade, e ainda mais sem ele saber como tudo aconteceu, sem saber com humanos puderam se transformar em algo tão horrível.
Mike logo lembrou de sua mãe, e se desesperou pensando no pior, que ela poderia ter sido morta por um deles, ou até mesmo se tornado um deles, mas teria de encontrá-la de qualquer jeito. Ele caminhou devagar para a porta dos fundos, para não atrair a atenção daquilo lá fora, mas antes de sair de casa, Mike se lembrou de que precisaria de mantimentos, e então pegou alguns enlatados, salgadinhos, e 5 garrafas de água, e colocou em uma mochila, que ele pegara em seu quarto.
Ele saiu pelos fundos, com todo cuidado para não fazer barulho, foi pela lateral da casa, e conseguiu chegar até o carro, sem chamar a atenção. Mas antes de ligá-lo, Mike esperou aquelas criaturas, que ele chamou de gafanhotos, por tamanha semelhança com os insetos, se afastarem um pouco para que ele pudesse sair sem ser notado.
Alguns minutos depois, os gafanhotos já haviam se distanciado de sua casa. Ele então ligou o carro, e saiu na direção oposta deles.
Enquanto dirigia sem rumo, sem saber por onde começar a procurar sua mãe, Mike se espantava com o que a cidade que ele conhecia desde pequeno havia se tornado.
Mike dirigiu durante todo o final da tarde, e e estava indo em direção a Columbus, capital de seu amado estado Ohio. Ele estava meio sonolento, e seus olhos pescavam a cada 5 segundos; até ele se assustar com algo que bateu no teto do carro. Mike continuo dirigindo, e percebeu que o que tinha batido no teto do carro, ainda estava lá, pois pelo espelho retrovisor de dentro, ele conseguiu ver algo que se parecia com uma calda sobre o vidro traseiro.
Ele foi desacelerando o carro devagar, e indo para o acostamento da pista, e deixou com que o carro fosse parando sozinho. Quando parou, e olhou para trás, a calda do gafanhoto ainda estava sobre o vidro. Mike respirou fundo, abriu a porta lentamente, para fazer o mínimo de barulho possível. Colocou o pé esquerdo para fora do carro, e logo depois o direito, e devagar foi colocando sua cabeça para fora, e virou o olhar para cima mais devagar ainda, e viu o monstro horrível que estava em cima do carro.
Mike estava com medo, mas sabia que se não saísse dali agora, aquele bicho o mataria. Ele saiu do carro totalmente, e agachou no chão; o gafanhoto parecia estar dormindo, mas o barulho que ele imitia agora, era tão horrível quanto o que ele havia escutado de dentro de sua casa mais cedo. Ainda agachado, Mike ficou de frente para a criatura, e foi indo de costas para o outro lado da rua, como não estava vendo por onde pisava, ele acabou quebrando um graveto com seu pé direito, e assim então Mike descobriu, que a audição dessas criaturas é bem aguçada. Aquele enorme monstro, abriu os olhos e virou sua cabeça em direção a Mike, e ele viu que o rosto parecia ser de uma criança, que não devia ter mais do que 10 anos. Ele então, voou em sua direção; Mike em um rápido reflexo se levantou e correu para dentro da floresta que havia do outro lado da pista, e o gafanhoto o seguia, até que o alcançou e o derrubou. Ele estava sobre Mike, a saliva ácida que escorria pelos cantos de sua boca, pingava em seu rosto, que o fazia sentir quase que a mesma dor que ele sentira na noite que foi queimado em seu laboratório.
A criatura tentou morder seu rosto, mas Mike em um impulso, segurou em seus chifres e o empurrava para trás, enquanto o rosnado que saia da boca daquilo que um dia foi uma criança, o fazia se tremer inteiro, mas ele precisava fazer algo; ou ele fazia ou morreria ali mesmo. Fazendo muita força, ele conseguiu arrancar um dos chifres do monstro, o que fez com que ele saísse de cima de Mike gritando e se jogasse no chão, se debatendo.
Mike viu então, uma oportunidade, e com um dos chifres na mão, ele correu até o bicho e o enfiou em sua cabeça, e com um último grito, a criatura morreu.
Com o coração desperado, e as pernas ainda tremendo, ele voltou até o carro, respirou fundo e continuo em direção à Columbus.
Após mais algumas horas dirigindo, já estava de noite, e Columbus ainda parecia estar muito longe. Um pouco mais à frente, Mike avistou uma placa, e se aproximando mais, era a Placa de Danvers, uma cidade que ficava a 300km de Columbus.
Mike decidiu entrar nessa cidade, pelo menos para passar a noite, pois estava muito cansado e não conseguia mais manter seus olhos abertos.
A situação de Danvers , era a mesma de Windville, totalmente vazia e destruída; mas ele ainda não tinha visto nenhum gafanhoto por ali.
Ele parou seu carro em frente uma casinha de madeira, pegou sua mochila, entrou e ali mesmo no sofá velho na sala, ele passou a noite.
De manhã, Mike acordou com os raios do sol em seu rosto, através da janela quebrada da casa. Ele se levantou, usou o banheiro imundo, e nojento, voltou para seu carro e foi em direção a saída da cidade.
Quando Mike estava para deixar Danvers, vários carros do exército fecharam a saída, e muitos homens desceram fortemente armados e com roupas de proteção química, de seus carros e cercaram o carro de Mike, e o mandaram descer com as mãos para cima.
Ele fez o que lhe mandaram, e quando já estava fora do carro, o mandaram ficar de joelhos e perguntaram quem ele era e o que estava fazendo fora da base de quarentena.
Mike sem saber do que eles estavam falando, respondeu que chamava Mike, e que não fazia ideia do que era essa tal base de quarentena.
O general Malcolm se aproximou de Mike, mas com 3 metros de distância ainda, e perguntou de onde ele vinha, pois de Danvers não podia ser, pois a cidade havia sido evacuada à três meses, e seus homens fizeram a varredura na cidade e nos arredores ontem à tarde. Mike disse que veio de Windville.
O general surpreso, olhou nos olhos de Mike e perguntou como ele não fazia ideia do que era uma base de quarentena. E ele apenas respondeu que não sabia, e tudo que conseguia se lembrar era de ter sofrido um acidente em seu laboratório, por isso as marcas de queimadura em seu rosto e corpo, e de acordar ontem em um hospital abandonado e o mundo ter virado um cenário apocalíptico de filme de terror.
Ele pediu para que Mike se levantasse, e foi para trás falar com um de seus homens. E Mike não sabia como, mas estava conseguindo ouvir a conversa do general, como se estivesse do seu lado. E o general dizia, que deveriam levá-lo a base de quarentena de Gusville, que ficava a 50km dali, pois provavelmente ele estava em coma quando a pandemia começou, e ele foi deixado no hospital para morrer.
O General foi até Mike, e pediu para que ele se dirigisse até o último o carro, onde ele seria levado para a base de quarentena em Gusville. Mike foi, e antes de entrar no carro, foi dada a ele uma roupa de proteção química, e ele logo perguntou porque ele teria que vestir aquilo. E o soldado Jackson, disse que eles não sabiam quem ele era, e nem se havia tido contado com alguma daquelas coisas, ou se estava infectado, por isso ele teria de vestir essa roupa, para evitar a proliferação, casos esteja com o vírus, ou evitar pegar caso esteja bem.
Mike pensou em perguntar sobre o vírus, mas se conteve, pois o soldado Jackson não parecia muito amigável, na verdade nenhum deles ali parecia amigável. Ele então, vestiu as roupas, e entrou no carro que seguiu em direção a Gusville. Cerca de 30 minutos depois, eles haviam chegado ao destino, e assim como Danvers e Windville, a cidade estava vazia, mas não totalmente, haviam alguns soldados pelas ruas em pontos estratégicos, e todos com a roupa igual a que ele estava usando.
Mais à frente, ele conseguiu avistar um enorme muro escrito BASE 49, e com um portão enorme bem no meio.
O carro que Mike estava, e os outros carros com os soldados atravessaram o portão, e param em frente a um barracão, que tinha escrito em sua parede BLOCO A, e foi desse mesmo bloco que logo, saíram duas pessoas, também com as roupas de proteção química e foram até o carro em que Mike estava, o pegaram e o levaram em uma maca até o centro médico do Bloco.
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A Quarentena De Mike
Science FictionUm cientista recém-formado, começa uma corrida contra o tempo para descobrir a cura para um vírus mortal, que dizimou mais da metade da população mundial.