Forca

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Oii gentinha, eu estava em período de prova então não pude atualizar. Desculpem!

Primeiramente, CUIDADO ESSE CAPÍTULO POSSUE GATILHOS! Então, caso você tenha algum tipo de facilidade em se afetar com isso, por favor, mesmo essa sendo uma parte importante pra história, não leia! Sua saúde mental em primeiro lugar!

Segundo, boa leitura :)

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Passado:

14 anos de idade

  Aquilo me consumia, me matava por dentro. Eu estava fraca, emocional e psicologicamente, tudo era como uma facada em meu coração.

  Ele não falava mais comigo, a menos que quisesse gritar. Quando estava com raiva de algo ou alguém, ele despejava tudo em mim, gritando e me xingando, até que eu me sentisse o pior ser humano da Terra.

  Eu me sentia uma merda! Isso é a pior sensação que você pode sentir, insuficiência, medo, como se nada nem ninguém pudesse ser feliz com você. E quanto mais você pensava nisso, mais se afundava, se tornando impossível de não pensar.

  Todos os dias eu pensava em como me matar, como me livrar daquela dor e daquele peso. Eu não queria mais viver, nem via sentido nisso. Eu só queria morrer, não era um pedido tão grande assim.

  Não é como se esse pedido fosse difícil ou complexo, então por quê? Por que não?

  Todos os dias, quando minha mãe vinha ao meu quarto me acordar, eu só queria que eu não estivesse viva. Durante as noites eu tinha insônia, constantemente, e então passava horas e mais horas chorando encostada na parede. Mas sem fazer barulho, claro. Não podia chamar atenção, não saberia explicar, queria que perdessem tempo com algo sem futuro, algo sem fundo.

  Eu escutava os gritos, meus pais discutindo, parecia uma verdadeira guerra. Era possível ouvir sons tenebrosos, eu tinha medo, pavor.

  Algumas noites eu tentava achar algo que eu pudesse usar para diminuir a dor emocional lhe transformando em física. A tesoura- cega -, o canivete de meu pai- cego. Até que em uma belíssima noite eu tive a ideia dourada, a lâmina de um apontador que eu não usava. Era isso! Peguei uma tesoura pontuda, girando, e retirei o parafuso, logo pegando a lamina e posicionando para me... lágrimas... eu não conseguia fazer aquilo, não, não ainda.

  Larguei a lâmina e chorei, mais do que nunca. Eu nunca havia chorado tanto, e então, eu dormi, um sono tão pesado e a única coisa capaz de me acalmar, me fazer esquecer e relaxar. Eu queria poder dormir para sempre.

  No dia seguinte, meu pai foi me buscar na escola. Estava me tratando como um objeto, sendo assim, em um impulso, tive coragem e lhe dei uma resposta atravessada enquanto entrava e fechava a porta de traz do carro.

  Ele entrou e assim que fechou sua porta, se virou para trás me olhando nos olhos. Tentou me acertar... tentou me dar um belo de um tapa na cara, mas eu desviei ficando encolhida e prensada contra o banco. Assustada, apavorada.

  Nunca achei que algo assim poderia acontecer.

  Meu pai tentou mais algumas vezes, percebendo que não conseguiria, se virou para frente. Colocou o cinto e arrancou o carro.

  Foi aí, neste momento que eu havia tomado minha decisão. Era hoje, hoje seria o dia.

  Sabe quando os personagens de desenho tem ótimas ideias então aparece uma lampada acesa em cima de suas cabeças? Sim, se eu estivesse em um desenho animado nesse exato momento uma dessas estaria, bem ali, em cima da minha.

  Era uma ideia vermelha e brilhante.

  Assim que cheguei em casa, fui direto para a cozinha. Peguei algumas caixas, alguns potes e me tranquei no banheiro. Abri-os todos, joguei os remédios no chão, sem me importar muito para o que serviam, e num movimento rápido enfiei uma mão cheia deles na boca.

  Engoli, sentindo um gosto horrível, logo depois sentindo uma adrenalina subir e meu coração ficar disparado. Foi então que eu notei o que tinha acabado de fazer, mas já era tarde de mais, meu corpo já estava entrando em colapso.

  Escutei baixo mamãe me chamar, tão baixo que parecia que estava muito longe. Depois, batidas na porta e quando menos percebi...

  Silêncio, um silêncio ensurdecedor.

  Só me lembro de acordar em um hospital, com fios para todos os lados e uma bolsa de soro ligada a mim.

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Passado:

15 anos de idade

Sala de aula

  Eu escutava o professor de história falar, mas não estava prestando atenção. Na verdade, nem olhando para ele eu estava.

  Meu foco estava nele, no garoto em que eu estava apaixonada, no meu namorado. Sim, eu estava namorando e nem podia acreditar, minha felicidade não cabia em mim.

  Depois do acontecido do ano passado, muitas coisas mudaram. Uma delas foi eu agora estar namorando e outra foi o divórcio dos meus pais.

  Tudo estava bem, realmente bem. Agora eu podia ter paz, ou um gostinho disso. Era finalmente respirar depois de muito tempo sem conseguir.

  Meu namorado era um anjo, cuidava de mim, me fazia companhia, se preocupava comigo, era gentil. Eu me sentia amada, após tanto tempo sem ter esse sentimento e agora eu estava genuinamente feliz.

  Eu via um motivo para viver, todas as manhãs eu acordava bem e ansiosa para saber como seria o dia. Não tinha mais insônia, não chorava mais.

  Não havia mais barulhos, gritos, xingamentos. Eu estava em paz! Mas estava enganada por achar que duraria tanto tempo assim.

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Muito obrigade a todos que leram até aqui, por favor votem pq isso motiva muito a continuar!

ISSO NÃO É UM INCENTIVO!! Se você precisa de ajudar não exite em pedir, minha dm está aberta se precisarem!

Era Uma Vez (𝑳𝒊𝒗𝒓𝒐 𝒖𝒎)Onde histórias criam vida. Descubra agora