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Lily Evans era uma garota inteligente e dedicada. James Potter sabia disso. Na verdade, essa era uma das várias coisas que James sabia sobre a ruiva. Ele sabia que ela mordia a ponta da caneta toda vez que ia fazer uma questão na prova. Que ela mordia o lábio toda vez que ficava pensando — e isso era uma coisa que ela fazia muito e facilmente se perdia neles. Ela também ria quando ficava sem graça e, quando estava desconfortável, ficava mexendo no cabelo. Não que James fosse um stalker ou algo assim, mas Lily Evans sempre lhe atraiu a atenção. Tudo o que a ruiva fazia parecia certo. Com o tempo ele percebeu que aquilo tudo era sintomas da paixão que nutria pela garota. Remus fora o primeiro a comentar algo sobre o assunto e Sirius sempre zoava o amigo quando tinha a oportunidade. Nenhum dos dois esperava que James fosse confirmar tal fato. As piadas não pararam depois disso, mas Black e Lupin sempre incentivavam Potter a tentar algo com a garota. James nunca o fizera. Mas tinha a sorte de Remus Lupin ser amigo de Lily também, com tempo, os dois acabaram se aproximando. James sempre fazia o possível para chamar atenção da garota ou fazê-la sorrir — Deus!, como ele amava o sorriso de Lily Evans! —, mas nunca tivera coragem o suficiente para tentar algo a mais, chamá-la para sair ou confessar seus sentimentos. Lily se mostrou ainda mais incrível enquanto se conheciam, o que acabou com as chances que James achara que tinha de aquele sentimento ser passageiro. Mas não imaginara que em algum momento aquilo poderia mudar.

Era quase final de ano quando o professor Binns passou um trabalho em dupla sobre a história inglesa. A sala comemorou por poucos segundos, logo o mais velho avisou que as duplas seriam escolhidas por ele. Para a sorte de James, sua dupla era, justamente, Lily Evans. Os dois trocaram um sorriso um pouco animado e logo se juntaram para discutirem sobre o trabalho. Ficou decidido que eles iriam fazer na casa de Evans, depois da aula. James não conseguiu não ficar ansioso com isso. Já fora na casa de Lily outras vezes e já ficara sozinho com ela também. Ainda sim, não conseguiu controlar o nervosismo.

Os dois se encontraram no estacionamento e foram no carro de James até a casa dos Evans. Lily guiava o garoto, que fingia não ter decorado o caminho. Em pouco tempo, o moreno estava estacionando o carro na frente da casa da ruiva. Eles cumprimentaram Petúnia, a irmã mais velha de Lily, que estava estudando na sala e foram para o quarto da mais nova. Evans fechou a porta e se sentou em sua cama, enquanto Jams foi para a cadeira na escrivaninha da garota. Eles tiraram seus cadernos de dentro da mochila e começaram a fazer os trabalhos. Ambos tinham várias ideias de como fazer aquilo e gastaram a primeira hora aoenas discutindo sobre isso, para só então começarem a pesquisar o que precisavam.

Eles pararam apenas quando a barriga de Lily roncou, os dois estavam próximos, sentados no chão do quarto da garota sobre o tapete branco. Eles riram da situação e olharam a hora, notando que já se passava das seis da tarde. Haviam perdido a noção do tempo com aquilo. A ruiva falara sobre arrumarem algo para comerem e James aceitou. Após juntarem o material espalhado, foram para a cozinha onde Evans procurou nos armários alguma coisa que eles pudessem comer e apenas se virou com uma massa de cookies para James.

— Se importa de esperar alguns minutos para comer algo? — Ela perguntou — Não são os melhores do mundo, mas são comestíveis...

A ruiva encolheu os ombros enquanto James a encarava com diversão pela escolha de palavras.

— Comestíveis? — Ele perguntou segurando um risinho.

— Por alguma razão cookies não dão muito certos comigo — ela deu de ombros e James riu.

— Então deixa que eu faço — o garoto disse, pegando a massa da mão de Lily. — E você vai me ajudando.

Evans não discordou. Ela ligou a playlist do celular — não conseguia fazer esse tipo de coisa sem música — e começou a guiar James pela cozinha, sempre pegando o que ele precisava ou ajudando em alguma oitra coisa. Lily ficara impressionada com a habilidade do garoto, ele realmente sabia o que estava fazendo além de, ela notou, ter um braço mais forte para misturar a massa. A ruiva já havia notado os músculos de James, mas ela nunca os vira da forma que  eles estavam naquele momento. Se forçou a desviar os olhos e começou a untar a forma onde eles colocariam os biscoitos para achar. Alguns minutos depois, a massa estava no forno e eles estavam sentados à mesa da cozinha.

Então, Can I have this dance? de High School Musical 3 começou a tocar. Lily adorava aquele filme e se lembrou da cena do Troy e da Gabriella dançando no telhado da escola. Era idiota, mas ela queria ter algo assim um dia. Sempre que a música tocava, ela valsava sozinha pela casa, mas ficou com vergonha só de pensar nisso quando James estava do seu lado. O que o garoto pensaria se ela o chamasse para dançar. Antes que o pensamento se concluísse, James Potter estava de pé na sua frente e lhe estendia a mão. Quando Lily a aceitou, o moreno puxou-a e colou seus corpos, colocando sia oitra mão na cintura de Evans. Eles balançavam no ritmo da música e alguns momentos arriscavam alguns passos da coreografia original, sendo guiados por Lily.

A garota riu quando James a girou de repente e o garoto sorriu com o ato da mesma. A risada de Evans era londa, principalmente a espontânea. Era como se o mundo a sua volta se iluminassem. Eles dançaram mais algumas músicas e então James a soltou para conferir os biscoitos, os tirando do forno em seguida. Os pôs em uma vasilha para que esfriassem e se sentou junto a Lily para conversarem enquanto comiam. Os dois falaram sobre os mais diversos assuntos, até que eles estavam prestes a cair em um silêncio, quando Lily tomou coragem de fazer uma pergunta que rondava sua cabeça há algumas semanas.

— As piadas que o Sirius e o Remus fazem sobre nós... — James tinha toda a sua atenção na garota — O quão verdadeiras elas são?

Lily não o olhava ao proferir aquelas palavras e James, engolindo em seco, logo desviou o olha da mesma. Ele estava enrolando para falar aquilo a Evans, sabia disso. E a garota ter trago o assunto a tona deveria faciliar um pouco as coisas. Mas Potter não tinha sentido que aquilo fazia as coisas mais fáceis, ainda sim, decidiu que não deixaria a oportunidades passar.

— Sirius e Remus... gostam de zoar comigo — James engoliu em seco e Lily já sentia o arrependimento por ter perguntado. — Mas dessa vez... meio que tem um pouco de verdade — o garoto confessou, o que fez Evans se virar para ele.

— Então você gosta de mim? — Lily perguntou, queria que aquela confirmação saísse diretamente da boca dele.

James começou a assentir mas toda aquela tarde passou pela sua mente, e vários outros momentos com Lily. Todos pareciam simples, mas ocupavam um grande espaço em Potter. Ele notou que não importava como, ele a queria do seu lado, queria fazê-la rir como ela rira momentos antes, queria poder dançar quantas músicas fossem. James não gostava de Lily. E logo começou a negar para a ruiva, que se sentia estúpida por ter perguntado.

— Acho que eu te amo — James completou fazendo Lily arfar.

O garoto tinha um sorriso sincero no rosto quando respondeu. Lily amava o sorriso do Potter, fazia algumas semanas desde que tinha descoberto que isso era uma de suas coisas favoritas nele. Também adorava os óculos dele, mesmo que não soubesse o porquê.

— Isso é bom — ela falou após o silêncio recair entre eles. — Porque eu também acho que te amo — o sorriso de James aumentou com a confissão.

Eles terminaram os bicoitos, enquanto continuavam a conversa, mas sem tocar no assunto novamente. James só se deu conta de que tinha que voltar para casa quando recebeu uma mensagem da mãe falando sobre o jantar. Ele juntou suas coisas que estavam no quarto de Lily e os dois seguiram para a porta, onde se despediram. Depois dos "Boa noite's" e "Nos vemos amanhã", eles ficaram se encarando sem ter certeza do que fazer, a revelação de mais cedo ainda em suas mentes. Foi quando James levou uma das mãos a bochecha da ruiva e selou seus lábios em um rápido beijo de boa noite. Eles se despediram novamente e Potter por fim partiu em seu carro.

One DanceOnde histórias criam vida. Descubra agora