Aí é sensível

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Uma tarde Jungkook apareceu com dois piercings de argola na ponta de uma das orelhas de coelho, ele tinha os olhos marejados mas falava que não tinha doído nadinha. Após um longo sermão sobre infecções, inflamações e quelóides, Hoseok finalmente parou de falar, se oferecendo para limpar o local e passar alguma pomada cicatrizante. Enquanto limpava com álcool Jungkook chiava e repetia que queimava, já Hoseok puxava as mãos afoitas que tentava retirar o algodão dos furos. 

- Arde muito hyung, já chega. – Ele se debatia sentado entre as pernas de Hoseok que o prendia para não fugir.

- Bem feito, melhor arder que perder a orelha, ou você quer que eu repita tudo que ainda pode acontecer?

- Não por favor não, eu imploro. – Hoseok riu dos palavrões baixinhos que JK soltava com o arder do álcool, e resolveu passar a pomada e parar de fazer o mais novo sofrer.

Hoseok observava as pequenas veias vermelhas que pintavam a pele na parte interna das orelhas, pareciam tão finas e frágeis, para um rebelde as rasgar não com um, mas sim dois pirciengs. Hoseok passou a pomada com cuidado, e sem se dar conta correu os dedos suavemente pelas pequenas veias que liberavam impulsos nervosos ao cérebro de Jungkook. Sentiu o rabo felpudo encostado em sua coxa balançar.

- Hyung, minhas... minhas orelhas são sensíveis. – Hoseok conseguia ver parte do rosto de Jungkook de lado, uma parte que não estava coberta por seu cabelo comprido. O mesmo tinha o rosto vermelho cereja, como se estivesse usando várias camadas de blush.

- Oh me desculpe, faz cócegas né? – Hoseok disse afastando as pernas para que Jungkook pudesse se levantar. Mas ao invés disso o híbrido apenas caiu de bruços sobre a cama e permaneceu assim.

- Vamos, vou preparar o jantar. – Hoseok se levantou esperando ser acompanhado.

- Não, estou sem fome agora, obrigada hyung. – Ele falava com a voz abafada por estar com o rosto enterrado no colchão.

Naquele madrugada depois de alguns dias sem o fazer, Jungkook voltou a bater na porta de Hoseok, carregando sua coberta e seu travesseiro como era de costume, Hoseok sabia o motivo do híbrido ter voltado, chovia bastante e alguns trovões eram escutados de longe. O mais velho não disse nada, apenas abraçou o outro como sempre fazia, apertando suas orelhas, porém entre Hoseok e Jungkook tinha um travesseiro, e era nele que Jungkook apoiava o quadril e uma das pernas, Hoseok não perguntou o motivo, tê-lo ali já era o suficiente.

Jungkook se remexeu muito durante a noite, fazendo sons baixinhos, estrangulando o travesseiro entre as coxas, Hoseok imaginava ser um sonho ruim, abraçou o torso do mais novo em seu corpo, para tentar de alguma forma ajudar. Escutando o outro soltar um abafado “Hyung” e se aquietar para dormir. Quando acordou viu que Jungkook não estava mais na cama, e em nenhum outro cômodo da casa. Hoseok encontrou a porta do banheiro trancada, e após esperar por quase uma hora resolveu bater na porta.

- Está se sentindo bem Kookie?

- Sim, estou, já vou sair hyung, só um minuto. – Hoseok ouviu algumas coisas caindo e JK parecia atrapalhado lá dentro.

- Fique o tempo que precisar, se quiser ajuda estou aqui. – Hoseok estava levemente preocupado, pensando que o mais novo poderia estar com algum mal estar. Jungkook estava muito estranho ultimamente.

...

Hoseok tinha o híbrido com a cabeça sobre suas coxas, assistiam a Bela e a Fera na tv, Hoseok pensava em como sua vida havia mudado desde a chegada de Jungkook, e o que pareceu um pesadelo no primeiro momento, a cada dia se tornava o sonho mais feliz que ele pudera se lembrar, Hoseok não conseguia se imaginar dali em diante sem o híbrido, pensando em planos do dia seguinte ou mesmo para o próximo ano. Se antes ele já fazia de tudo pelas causas dos híbridos, agora faria mil vezes mais.

- Como ele pode fazer o senhor de prisioneiro por uma rosa, UMA ROSA! Eu sabia que seria tão ruim quanto o livro. – Hoseok sorria ao ver o maior protestar durante boa parte do filme, enquanto acariciava os fios negros do cabelo que quase chegava aos ombros.

Algo estava cheiroso, era um cheiro doce e inebriante, que Hoseok nunca havia sentido antes, o mais velho se perguntava se teria comprado algum perfume ou creme novo que não recordava. E a medida que acariciava JK sentia o cheiro cada vez mais presente.

- Jungkook, qual perfume usou hoje?

- Nenhum hyung. – Estava distraído demais com o filme para questionar aquele tipo de pergunta.

Hoseok se sentia cada vez mais atraído por aquele aroma suave, que não sabia explicar bem de onde vinha, e enquanto tinha os olhos fechados inspirando mais daquele perfume sentiu seu joelho receber uma leve pressão. Era uma das mãos de Jungkook, esse que tinha virado o rosto para cima e o encarava.

- Hyung. – Jungkook tinha a respiração trêmula, então o mais velho viu que alisava as orelhas do outro com as pontas dos dedos, carinhos sutis.

- E-eu não notei, me desculpa Kookie. Sei que você não gosta.

- Não é isso, eu gosto, gosto bastante. – A voz de Jungkook saía como um fio, quase inaudível, mas Hoseok escutou. O mais novo se levantou puxando uma almofada do sofá para o colo. Jungkook era bonito, com as maçãs do rosto avermelhadas e olhar perdido, seus cabelos um pouco bagunçados escondendo boa parte de seu rosto, ele era realmente lindo Hoseok constatou. Olhou para almofada e para a força com que Jungkook a apertava no colo, e o quanto ele evitava o olhar nos olhos, fazendo o mais velho perceber o tipo de sensibilidade que tinham as orelhas.

- Merda Jungkook, me desculpa eu não sabia.

- Não, tá tudo bem. – Jungkook parecia muito envergonhado para se desculpar por sua ereção.

- Então no dia dos brincos você também ficou...?

- Me desculpe hyung, eu não queria, mas seu carinho é tão... e-eu, eu não consegui controlar. – Jungkook falava tão rápido que gaguejava.

- Não precisa se desculpar. – Hoseok estava envergonhado e sentia o rosto arder mas não podia deixar de sentir seu ego ser inflado.

- Eu fico um pouco sensível algumas vezes no ano, desculpa por não ter avisado antes, é vergonhoso.

- É como um... – Hoseok engasgou, orelhas queimando demais para conseguir dizer.

- Como um cio. – Jungkook terminou a frase um pouco constrangido.

- Você já passou por isso?

- Já, mas dessa vez é estranho, não sei explicar.

- Você nunca? – Aquela seria uma noite cheia de frases que Hoseok deixaria interninadas.

- Híbridos são proibidos por lei, então minha mãe sempre me trancava no quarto e me deixava agonizar.

- Deve ter sido horrível, vai além de desejos, são instintos, essa lei é doentia, apesar de proteger vocês de abuso sexual por um lado. – Jungkook tinha um olhar intenso sobre Hoseok enquanto o mesmo falava, parecia não o ouvir enquanto o olhava de cima a baixo de um jeito nunca visto antes pelo mais velho, os olhos que costumavam dar um ar jovem e infantil a Jungkook agora eram inteiros tomados pela pupila preta, Hoseok se sentia caçado.

- Jungkook? Tá tudo bem? – O mais novo piscou e seus olhos voltaram ao normal.

- Desculpe hyung, eu, me distrai.

- Bom, podemos marcar um médico pra você, eu conheço alguns que tratam de híbridos clandestinamente. Talvez possam te receitar algum supressor. – Jungkook concordou timidamente. 

- Obrigada hyung, por cuidar de mim.

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Então galere o Jungkook tá no cio e Hoseok tá lascado.

Preferem soft como estava ou como tá agora, um pouco mais picante?

Obrigada por acompanha até aqui e se gostou deixe uma ⭐

Híbrido - HopekookOnde histórias criam vida. Descubra agora