𝟐. 𝐭𝐡𝐞 𝐬𝐦𝐢𝐥𝐞

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Jeongyeon POV

Entro pela porta da frente com o Jeno e, lá está ela, ajeitando as flores brancas no vaso que estava sob a mesa do hall de entrada. Assim que ela escuta nossos passos se vira.

– Filha! Que saudades! Finalmente você chegou! – Ela exclamou se aproximando de mim abrindo os braços na espera de um abraço.

Será que essa mulher ficou louca ou o que? Ela realmente vai fingir que nada aconteceu e vai me tratar bem? De qualquer forma, é previsível, o velho teatrinho da Senhora Yoo.

Respiro fundo, e penso que é melhor abraçá-la e fingir demência. Repito para mim mesma conscientemente: "É pelo Appa, é pelo Appa".

– Omma. – Respondo fria sem esboçar emoção forçando um sorriso fraco.

Ela percebe a forma fria que a tratei, mas ignora se desfazendo do abraço, e começa a falar sem parar.

– O seu quarto já está arrumado, fiz questão de pedir para a empregada fazer uma limpeza eficiente. Enquanto você esteve fora nunca deixei de o-manter limpo, filha. – E ah, seu pai está a sua espera. – Ela falava quase sem respirar direito olhando para mim com um sorriso meio amarelo, mas até então parecia sincero, talvez ela estivesse mais nervosa que eu.

Eu confirmei tudo com a cabeça sem falar muito, e logo depois a deixei sozinha conversando com o Jeno na sala de estar e fui em direção as escadas para subir e ver o meu pai.

Ao subir, notei que meu pai estava num quarto separado da minha mãe, entro no quarto dele e tinha uma cama de hospital equipada, em contraste com o design da suíte de alto luxo em que meus país costumavam dormir.

Reparei que na poltrona ao lado tinha uma enfermeira que logo se curvou em minha frente e pediu licença para sair, na mesma hora que eu fiz o mesmo para entrar.

– Appa? – Falei em tom baixo batendo levemente na porta que já estava aberta.

Meu pai que estava lendo um dos seus livros de poema, ao me ver tirou seus óculos e deu um sorriso largo abrindo os braços para mim.

– Jeongyeon! – Ele fala em tom alto com os olhos marejados se emocionando ao me ver.

Eu logo apressei os passos para mais perto dele e me inclinei em direção a cama para abraçá-lo, com o devido cuidado para evitar qualquer tipo de desconforto nele, devido a sua situação.

Fico então alguns segundos no seu abraço, sentindo seu cheiro nostálgico, o que antes era cheiro de loção pós barba misturado com cheiro de alho e pimenta, agora era cheiro de loção pós barba com cheiro de medicação e álcool de hospital, o que acabou me deixando visivelmente abatida. Até que desfaço do abraço e me sento na poltrona do seu lado.

– Appa, como eu senti sua falta, me desculpa por ter ficado tanto tempo longe. – Falei segurando sua mão enquanto olhava fixamente nos seus olhos.

– Tudo bem Jeong-rin, isso não importa agora que você está aqui! E se você ficou tanto tempo fora, a culpa não foi sua. – Ele responde e eu sinto um tom de indireta em sua voz, o que claramente foi para minha mãe.

Não diferente da minha mãe, meu pai também rejeitou totalmente a ideia de ter uma filha lésbica, mas apesar de tudo ele não me tratou como minha mãe tratou, ele dizia que com o tempo eu iria mudar, e que era uma fase da adolescência, e não viu o beijo como grande coisa, achou que era apenas "brincadeiras" de adolescentes, o que acabava sendo cômico.

Ele na verdade nunca quis que eu fosse embora, a ideia do intercâmbio foi toda da minha mãe, que praticamente me obrigou a ir me colocando a força em um avião.

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⏰ Última atualização: Jun 09, 2020 ⏰

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Run Away With Me? - 𝟐𝐲𝐞𝐨𝐧Onde histórias criam vida. Descubra agora