Um pouco antes do horário, Catarina, Alexa e Suzana saíram de seus quartos passando "coincidentemente" pelos quartos de seus outros irmãos tatuados. E à medida que chegavam perto do salão seu grupo de oito estava completo.
Sentados a mesa, diretamente á frente da mesa dos professores, mesmo que contra a vontade deles, conversavam uns com os outros e com seus colegas de casa. Desde de o momento que entraram no salão principal os cochichos tomaram conta do ambiente, mas eles não pareciam se importar. Na verdade até se divertiam com as expressões que eram uma mistura de medo, desprezo e repulsa. Os calouros das serpentes, diferente de todos os outros alunos das outras casas não pareciam sentir isso, conversavam com os tatuados como se não fosse nada demais, e isso só servia para alimentar ainda mais as teorias dos outros alunos de que eles estavam recrutando novos integrantes para o que estavam chamando de "a nova brigada". Barbara era a que mais se incomodava com os cochichos descarados dos alunos, percebendo isso Catarina sua irmã gêmea segurou seu braço por debaixo da mesa e deu um leve apertão.Barbara levantou os olhos selvagens para encarar a irmã que sacudia a cabeça levemente de forma negativa. Precisou de alguns segundo para respirar e controlar a urgência em responder cada um dos que diziam coisas sobre eles. O que foi a melhor decisão que ela poderia ter tomado, pois logo em seguida os professores começaram a adentrar o salão principal.
Barbara e Catarina, apesar de gêmeas não eram idênticas, pelo menos não fisicamente. Mas pensavam quase que exatamente da mesma forma, tanto que sempre diziam as mesmas coisas ao mesmo tempo ou uma logo em seguida da outra, o tipo clichê cômico de gêmeos. Sempre sabiam o que a outra estava pensando e algumas pessoas diziam até que podiam se comunicar não verbalmente por alguma espécie de ligação ou poder delas.
Os oito se entreolharam por um longo período enquanto os professores se acomodavam em seus lugares, mas foram interrompidos pelo inicio do discurso de boas vindas do Diretor Bóris Forte.
- Queridos alunos, espero que tenham tido ótimas férias. Nós do corpo docente estávamos ansiosos para recebe-los. Calouros e veteranos, sejam muito bem vindos eu sou o Bóris forte, diretor desta instituição. Devo lembra-los, que a partir de que agora cada um de vocês faz parte da copa das casas, uma disputa que vai muito além de pontos mas que interfere principalmente em nossa honra... – Bóris fez uma pequena pausa e direcionou rapidamente o olhar a mesa das serpentes e aos alunos que sentavam logo na frente. – A partir de agora, tudo que vocês fizerem individualmente acarretara na soma ou na subtração de pontos para suas casas. Perfeito? Bom, então como é de costume, casa dos esquilos, podem se servir.
Bóris se sentou e mais uma vez direcionou o olhar para os alunos das serpentes, que estavam olhando diretamente para sua diretora de casa, Alma damas, que os encarava de volta fazendo pequenas expressões indicando para que se mantivessem quietos.
Uma por uma as casas tiveram a permissão para se levantar e se servirem para o jantar. Logo o salão se encheu com as conversas e risadas que vinham de todas as mesas, mas eram as raras risadas das serpentes à sua frente que atraiam seu olhar de preocupação. Fato que não passava despercebido nem as serpentes, nem a sua diretora.
Sussurrando Orfeu olhou para seus irmãos e perguntou o que certamente estava na cabeça de todos.
- Nós vamos ao javali depois do jantar?
- Nós temos que ir – respondeu Kauê prontamente. – Estão nos observando a cada respiração nossa, qualquer comportamento fora do normal vai levantar suspeitas das quais nós não precisamos.
- Exatamente! – concordou Suzana. – E além do mais, não temos motivos para mais uma reunião ainda hoje, precisamos que todos pensem no que querem fazer daqui pra frente.
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As marcas da serpente
FanfictionFanfic baseada no universo da EMB criado pela escritora Vanessa Godoy