mamãe

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Demorei mas voltei.


Respirou o ar frio daquele dia, os carros insistiam em fazer um barulho irritante, incômodo, mas não tanto quanto sua mente trabalhava arduamente em fazê-lo. Entrou no hospital e comprimentou a recepcionista loira, era uma mulher jovem que, na opinião de Mo, era ridiculamente insistente.

Insinuava-se e deve ter perdido a conta de quantos vez a recusou. Entrou no elevador e foi pra ala onde os pacientes com câncer ficavam, que era bastante calmo, caminhou até o quarto de sua mãe e a encontrou na janela do quarto, provavelmente olhando o céu estrelado que fazia aquela noite, ela gostava de olhar, e Mo gostava dela olhando, lembrava sua infância onde sua mãe o acordava durante a noite pra ver uma simples estrela cadente ou até uma chuva de meteoros.

Abraçou por trás, havia crescido bastante o contrário de sua mãe, a envolveu por completo, sentindo o familiar cheiro de canela, que estranhamente o acalmava naquela noite tortuosa. Ficaram o certo tempo lá, mas ela se virou pra finalmente vê-lo, colocou ambas as mãos no rosto de seu filho, foram meses desde que viu a tão querida cabeleireira ruiva. Ela piscou e logo pôde vizualizar o porquê de Mo está ali, não era uma simples visita, para ela o filho era um tanto quanto transparente, conseguia ver cada sentimento por trás daquela carranca costumeira.

"Aconteceu algo com Bo Wan?"

"Não com ela, com nós"

Ela suspirou e o trouxe até a cama do quarto, sentaram um em frente ao outro, a ruiva pegou uma das mãos de Mo, seu pequeno estava inquieto com sua noiva, o que era incomum, uma briga entre os dois foi perdida em suas memórias, fora a muito tempo.

"O que aconteceu?"

"Sinto que Bo Wan não é o que imaginávamos. Achei que ela me apoiava em tudo, que entendia o porquê de eu correr pelo mundo pra conseguir salvar sua vida, que me é tão importante. Ela acha que o que estou fazendo é perca de tempo! Enquanto vinha pro hospital, cheguei a me perguntar se esse casamento é sustentado por mentiras."

Franziu o cenho, estranhando a última frase de Mo, mas não perguntou sobre, afinal, se há uma mentira em volta do que eles tem, não a dúvida de que será revelado, mas seja lá o que for, não sairia nunca do lado de seu Mo.

"Meu querido, não é certo se casar com alguém se há tantas dúvidas com a decisão final. Um casamento é composto principalmente por confiança e apoio, acredite, o amor é apenas um complemento. Converse com ela novamente, acabe com esse casamento ou continue com sua noiva. No entanto, em ambas as decisões, meu ruivinho, em vou lhe apoiar."

Foi abraçada fortemente e retornou mais forte ainda. Mo não era de demonstrar carinho. Demonstrava, mas a seu jeito e esse movimento foi feito duas vezes em um curto período de tempo, devia aproveitar.

Mo decidiu dormir no hospital, especificamente na sua cama e em seu colo com ela acariciando os fios ruivos, como sempre foi quando Mo era apenas seu menininho. Agora, ela sabia que já não era mais, ele havia se tornado um homem extraordinário. Se este fosse seu último suspiro, iria extremamente orgulhosa de seu pequeno.

a  million  man. | JianZheng | 19 Days Onde histórias criam vida. Descubra agora